terça-feira, 17 de abril de 2012

Criado na UEPG processo de
separação de embalagens longa vida
Carlos Alberto Mayer - Assessoria

Preocupação com o meio ambiente. Este foi o objetivo dos estudos para reciclagem de embalagens cartonadas, desenvolvidos pelo bacharelando em Química Tecnológica, Rodolfo Thiago Ferreira e pelo doutorando em Química, Fábio Santana dos Santos, sob a orientação do professor Jarem Raul Garcia, do Departamento de Química da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), com financiamento indireto da Fundação Araucária.

Essas pesquisas resultaram na descoberta do método de separação do papel, do alumínio e de duas camadas de plástico, elementos que fazem parte da composição das embalagens cartonadas, conhecidas como ‘longa vida’, usadas no acondicionamento de produtos alimentícios. A conclusão dos estudos já foi depositada na Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (AGIPI) da UEPG, que fará o acompanhamento do processo de patenteamento junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

Segundo Jares, a separação desses elementos é muito difícil. “Esta invenção consiste na produção de um preparo químico que possibilita a separação daqueles componentes de forma rápida, simples e barata, revela”.

O professor explica que a idéia surgiu da necessidade de se dar solução aos graves problemas ambientais, dentro da disciplina ‘Métodos e Técnicas de Pesquisa em Química’, que é a ênfase do curso nessa área. “Essa disciplina tem a finalidade de despertar o estudante para a pesquisa e promover a sua inserção nesses estudos”. Segundo Rodolfo, diferente da tecnologia ora em vigência denominada de ‘tocha de plasma’, esta invenção obtida na UEPG é completamente diferente.

“A forma que inventamos aqui não utiliza nenhum método parecido com aquele, pois enquanto a ‘tocha de plasma’ promove a modificação dos componentes, a nossa metodologia simplesmente separa os elementos sem modificar a composição química e permite a sua reutilização pela indústria”. Rodolfo acrescenta que hoje a taxa de reciclagem desse tipo de produto é de 27%. “Com a tecnologia que acabamos de desenvolver, a expectativa é de que possamos promover o crescimento significativo desses números”, destaca. Para Fábio, desses 27% de produtos reciclados, nem tudo volta à cadeia produtiva inicial.

“Uma parte vai para a inicial e outra é direcionada para reaproveitamento em variadas formas, porém, significativas parcelas dessas embalagens acabam sendo descartadas no lixo, com a conseqüente saturação do aterro sanitário”, ressalta.

De acordo com Jares, o próximo passo é buscar a necessária viabilidade econômica e tornar essa nova tecnologia de uso comum nas indústrias processadoras. “Este será o papel fundamental da AGIPI que, além de solicitar a patente, também começa a apresentar a nova invenção para empresas desse segmento com vistas a despertar o interesse de produção em larga escala.

De acordo com o professor orientador as pesquisas tiveram a duração de um ano e meio. “A nossa maior certeza é que esta invenção possibilita o seu desenvolvimento a baixo custo com alto rendimento e faz com que cresça o número de embalagens recicladas, tornando a viabilidade econômica bastante promissora”, conclui.

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