Na sessão que apreciou a resolução do Senado da República  sobre Demóstenes Torres a respeito de quebra de decoro parlamentar, estiveram presentes 80 senadores.
 
Pela cassação votaram 56. Por incrível que possa parecer, ocorreram 5 abstenções de senadores que se consideraram, secretamente, sem condições, por falta de isenção ou desinformação, para decidir. Por evidente, as abstenções pesaram a favor de Demóstenes.
 
Para a cassação exigia-se maioria absoluta e Demóstenes contou com 19 escudeiros. Um fato preocupante, pois, além de uma enxurrada de prova provada das ligações entre Demóstenes e a organização criminosa chefiada por Carlinhos Cachoeira, era pública e notória a mentira tentada pelo ex-senador.
 
Demóstenes mentiu ao afirmar desconhecer as atividades ilegais desenvolvidas pelo referido Cachoeira: na CPI dos Bingos, em que Demóstenes teve atuação marcante, houve o indiciamento de Cachoeira e vídeos mostraram quando corrompia Waldomiro Diniz, à época da filmagem presidente da Loterj-Loterias do Rio de Janeiro.
 
Diante das provas, os 19 senadores, cujos nomes não se sabe devido à votação secreta, podem ser considerados cúmplices e apoiadores da conduta reprovável do ex-senador Demóstenes Torres.
 
Comentários de: Wálter Fanganiello Maierovitch   
 
Jurista e membro das Academia Paulista de História e Ac. Paulista de Letras Jurídicas; desembargador aposentado do TJ-SP.Colunista de CartaCapital, comentarista na CBN e assessor internacional para UE