quarta-feira, 5 de junho de 2013

ECONOMIA - Banco Central coloca US$ 1,38 bi no mercado para conter alta do dólar; moeda cede - folhauol.com.br veiculou a noticia

05/06/2013 - 13h03

Banco Central coloca US$ 1,38 bi no mercado para conter alta do dólar; moeda cede

 
DE BRASÍLIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
FolhainvestAtualizado às 13h29.
Depois de o dólar à vista inverter a tendência de queda vista na manhã desta quarta-feira (5) e subir 0,19% para R$ 2,15 na venda, o Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio para conter o avanço da moeda americana.
A autoridade realizou um leilão de swap cambial tradicional, que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. Foram oferecidos 40 mil contratos, dos quais 27,5 mil foram vendidos. A operação movimentou US$ 1,38 bilhão.
Às 13h09 (horário de Brasília), o dólar à vista --referência para as negociações no mercado financeiro-- tinha desvalorização de 0,69%, para R$ 2,147 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- subia 0,14%, para R$ 2,132.
O dólar começou o dia em queda de mais de 2% refletindo a isenção da cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para investidores estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil.
O avanço da moeda, porém, perdeu força após o ministro Guido Mantega (Fazenda) e a presidente Dilma Rousseff terem afirmado que a medida tomada pelo governo não tem por objetivo fazer o preço do dólar cair.
Diante disso, a moeda chegou a inverter a tendência e registrar leve alta em relação ao real, o que motivou a intervenção do BC --feita no mesmo preço do dólar (R$ 2,15) que motivou leilão semelhante na última sexta-feira--, a qual forçou o dólar a voltar a cair.
Na prática, a isenção do IOF para estrangeiros contribui para a desvalorização da moeda americana em relação ao real porque atrai mais recursos do exterior, já que a remuneração oferecida pelos títulos de renda fixa, sem o imposto, fica mais atraente.
"Nós não temos medida para conter o dólar. Eu queria informar quer este país adota o regime de câmbio flexível", afirmou a presidente Dilma.
A Folha mostrou na edição desta quarta-feira, porém, que o governo está, sim, preocupado com uma pressão inflacionária da valorização do dólar sobre a inflação, o que já se refletiu na decisão de subir juros para frear o consumo.
Analistas e técnicos do governo trabalhavam com a possibilidade de o valor do dólar em relação ao real subir para a casa de R$ 2,20 nos próximos dias, o que, no médio prazo, teria impacto relevante sobre a inflação.
CONTRAPONTO
"O mercado abriu com uma certa euforia após a notícia, mas ao poucos ele foi entendendo melhor que a medida do governo, apesar de trazer mais dólares para o país no curto prazo, não muda o cenário de indefinições políticas, aumento nos juros e inflação em alta, o que ajudou a queda da moeda a perder força", disse Ítalo Santos, especialista em câmbio da Icap do Brasil.
Segundo operadores, a forte queda do dólar no início do dia refletiu mais um "efeito manada", que levou os principais investidores a se desfazer da moeda americana buscando ganhos com pontuais ou mesmo minimizar prejuízos.
Assim, era uma questão de tempo até investidores avaliarem que o fluxo esperado com a zeragem do IOF não será suficiente para melhorar de forma consistente a expectativa para as transações correntes brasileiras, ainda mais em meio à discussão em torno da possibilidade de o Federal Reserve (Banco Central americano) começar a retirar as medidas de estímulo em curso.
"A zeragem do IOF sobre renda fixa é um passo na direção certa, mas ainda pequeno. Não vai mudar a visão do investidor sobre o Brasil", diz o diretor de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário