O que é couch surfing?
por Katia Abreu
É uma rede social que faz a ponte entre turistas que querem hospedagem grátis durante uma viagem e pessoas que gostariam de receber esses visitantes. Criado em 2003, o site couchsurfing.org já tem 4 milhões de usuários.
É uma maneira barata e divertida de conhecer outros lugares ou gente do mundo todo. A tradução literal seria “surfe de sofá”, mas o serviço vai além de disponibilizar um lugar para dormir.
A intenção é que você conheça a cidade baseado na experiência do seu anfitrião, que deve servir como guia informal.
Teste do sofá – A opinião e as dicas de quem já usou a rede social
Amigo ajuda amigo
- Quem: Jacqueline Oshima, 22 anos
- Onde já surfou: Dublin, Berlim e Marrakech
Nem tudo são flores
- Quem: Ana Freitas, 23 anos
- Onde já surfou: Londres e Bruxelas
Interesses em comum
- Quem: Shannon Garland, 29 anos
- Onde já surfou: São Paulo
Mais depoimentos de quem já se aventurou mundo afora no sofá dos outros – ou recebeu gente em casa.
Ligia Helena Nunes, 29 anos
Nunca se hospedou no sofá de ninguém por sempre estar viajando com a mãe ou amigos que preferem ficar em hostels. Mas já usou muito o couch surfing em suas andanças pela Europa. “Peguei dicas preciosas e fui à festas de couchsurfers. Em geral, as pessoas são muito solícitas para receber os outros em suas cidades”. Em São Paulo, ela só abrigou um inglês em seu sofá, mas já acompanhou vários gringos de passagem por aqui e curte trocar experiências com eles. Às vezes, claro, rola uns choques culturais – mas é preciso levar com bom humor. “Um norueguês que se hospedou na cada de uma amiga minha ficava pelado na nossa frente com muita naturalidade. A gente falava: ‘Fulano, põe uma roupa que a gente vai almoçar’, e ele tirava o pijama na nossa frente (risos)”, relembra.
DICA: “Do ponto de vista financeiro, se você viaja com mais gente, dá para encontrar opções de hospedagem econômicas. Eu só experimentaria me hospedar na casa de alguém se fosse viajar sozinha”
Victor Diniz, 28 anos
Em agosto de 2011, depois de passar pela Tailândia sem conhecer nenhum local, Victor e seus amigos decidiram apelar para o couch surfing. Queriam ter algum contato com moradores de sua próxima parada: Hong Kong. “Mesmo estando em um grupo grande, de quatro pessoas, acabei encontrando um cara que se animou em nos acolher. Ele me passou o telefone dele e me instruiu a comprar um chip no aeroporto”. Daí em diante, foi uma sequência de telefonemas e indicações (ônibus, metrô, microônibus) até chegar na casa do anfitrião, um professor universitário de 50 anos fascinado por viagens e viajantes. “A primeira coisa que ele fez quando entramos na casa foi abrir um Atlas e nos perguntar onde morávamos, como era nossa cidade, os costumes, economia”. O tiro acabou saindo pela culatra. Além de o apartamento ser menor do que parecia nas fotos, era longe do centro da cidade e havia muita gente hospedada lá – o que tornava o tempo de banhos e saídas uma verdadeira odisseia. “No fundo ele era um cara legal, mas sofria de TOC com limpeza e morava em um apartamento que, para os padrões ocidentais, era pequeno”, conta Victor.
DICA: “Planeje com antecedência. Sem saber o que você quer, é difícil vasculhar os perfis em busca daquelas pessoas que realmente combinam com você. Outro problema é que surfar em grupo reduz as possibilidades. Viajando sozinho, ou em dupla, é mais fácil encontrar um sofá”
Richard Sanches, 28 anos
Tomou contato com o couch surfing por meio de uma amiga com quem dividia apartamento e que costumava receber pessoas por lá. De início, ficou ressabiado, mas logo aderiu e mantém uma amizade com seu primeiro hóspede até hoje. “Foi em 2008. Era o Gilles, um francês da nossa idade que veio passar as férias aqui. Nos identificamos muito em vários aspectos e acabamos nos tornando verdadeiros amigos. Recentemente viajei à Itália a trabalho. Tive dois dias de folga na Europa e decidi gastá-los em Paris. Foi a vez do Gilles retribuir o amparo. Foi, com toda certeza, a melhor forma de conhecer Paris em tão pouco tempo”
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