Assaltos a farmácias e postos preocupam empresários
Publicado em: 16/12/2012 - 00:00 | Atualizado em: 15/12/2012 - 12:31
Marco Fávero |
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Comerciantes têm investido em segurança e reclamam da falta de policiamento
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Arquivo DC |
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No dia 1º, posto de combustíveis foi assalto às 8 horas da manhã. PMs analisam imagens para identificar autores |
Os assaltos ao comércio – principalmente postos de combustíveis e farmácias – têm tirado o sossego de muitos empresários ponta-grossenses. Somente nas duas primeiras semanas de dezembro, foram registrados seis assaltos a drogarias e cinco a postos – sem contar os demais alvos dos bandidos, como panificadoras e outros estabelecimentos. O levantamento foi feito pela reportagem do DC através dos relatórios encaminhados pela Polícia Militar. Isto é, o número pode ser ainda maior caso os comerciantes não tenham registrado queixa.
O dono de uma rede de farmácias – que pediu para não ser identificado – disse que suas lojas já foram assaltadas dez vezes neste ano. “Temos percebido o aumento dos roubos. O problema é que a cidade está vivendo um ‘boom’ com a chegada de novas indústrias e o crescimento traz consequências como o aumento da violência”, analisa.
Djanuzi Reis, proprietário de posto de gasolina, diz que não há um estabelecimento desse tipo que não tenha sido assaltado na cidade. “Somente um dos postos teve prejuízo de R$ 50 mil. Em nosso estabelecimento, adotamos a estratégia de deixar pouco dinheiro para os assaltantes terem o que levar, senão, podem até matar o funcionário se não acharem nada”, explica. De acordo com ele, geralmente os postos têm pouco dinheiro porque de 80 a 90% das vendas são realizadas com cartão.
O estabelecimento de Djanuzi foi assaltado três vezes em 2012. “E o último roubo foi muito violento. Os assaltantes colocaram arma na cabeça do frentista, fizeram-no ajoelhar-se”, conta. Segundo ele, a grande preocupação é que aconteçam mais tragédias, como a já ocorrida em setembro, num posto que fica na esquia da Rua Balduíno Taques com Avenida Anita Garibaldi. O vigia foi morto com um tiro no peito durante um roubo.
De acordo com o empresário, o que os comerciantes podem fazer no que tange a melhorar a segurança dos estabelecimentos eles estão fazendo. “Nós, por exemplo, estamos fechando mais cedo nos dias de semana. Antes, encerrávamos as atividades às 22 horas e, de uns meses para cá, temos fechado às 21 horas”, relata. Além disso, o posto conta com sistema de monitoramento com câmeras, alarme e vigilância de empresa privada.
O empresário do ramo farmacêutico comenta que a manutenção de vigilantes nas lojas exige um investimento bastante alto. “É muito caro”, relata. Por outro lado, ele comenta que algumas farmácias da rede – mais visadas pelos bandidos – possuem esse tipo de segurança. “Manter uma pessoa armada no local já impõe respeito e inibe alguma ação”.
Comerciantes exigem providências do poder público
Os empresários dizem que a falta de policiamento e a impunidade têm favorecido o aumento dos roubos a comércio em Ponta Grossa. “A polícia teria que ter mais estrutura para promover mais segurança”, diz o comerciante da rede de farmácias.
O proprietário de posto de combustíveis, Djanuzi Reis, diz que falta contrapartida do Estado para melhorar a segurança na cidade. “A Polícia Militar não tem viaturas, nem efetivo. Os roubos são cometidos por usuários de droga para sustentar o vício”, observa.
O empresário que não quis se identificar comenta ainda sobre a impunidade e superlotação dos presídios. “Os criminosos presos hoje são soltos amanhã. Não tem espaço para deixar todos presos”, comenta. Segundo ele, o governo precisa aplicar medidas urgentes para ampliar o número de vagas nas cadeias. “Se não tomar providências agora, a tendência é piorar cada vez mais”.
A delegada Tânia Maria Sviercoski Pinto, da Seção de Furtos e Roubos da 13ª Subdivisão Policial (SDP), ressalta que, historicamente, as estatísticas mostram um aumento dos crimes contra o patrimônio no fim do ano, pois os bandidos sabem que há mais dinheiro em circulação. “A parte de investigação, que cabe à Polícia Civil, está sendo feita. Nossas equipes estão nas ruas, trabalhando para identificar e prender os autores”, afirma.
Ela reconhece que a Polícia Militar não tem efetivo suficiente para patrulhar e evitar os roubos em toda a cidade. Por isso, orienta os empresários a redobrarem a atenção e desconfiarem de pessoas suspeitas. “É preciso estar atento e talvez até chamar uma viatura antes que aconteça o roubo”.
Outro conselho da delegada é nunca reagir a um assalto. (E.S.)
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Casos registrados nos 14 primeiros dias do mês:
1º/12 (sábado) – 8 horas
Posto de combustíveis na Avenida Monteiro Lobato, Parque Santa Lúcia, foi assalto por três bandidos armados e encapuzados.
4/12 (terça-feira) – 18h35
Posto de gasolina na Avenida Visconde de Mauá, bairro Oficinas, foi assaltado por um homem que simulou estar armado. Ele trancou os funcionários na loja de conveniências.
4/12 (terça-feira) – 20h55
Farmácia na Avenida Monteiro Lobato, Jardim Carvalho, foi assaltada por um bandido armado de revólver.
5/12 (quarta-feira) – 1h45
Posto de combustíveis na Rua Dom Pedro II, bairro Nova, foi arrombado.
6/12 (quinta-feira) – 21h10
Farmácia na Avenida Visconde de Mauá, bairro Oficinas, foi assaltada por dois bandidos – um deles armado.
6/12 (quinta-feira) – 21h55
Farmácia na Avenida Monteiro Lobato, Jardim Carvalho, foi assaltada por dois criminosos – um deles armado.
8/12 (sábado) – 21h50
Posto de gasolina na Avenida Monteiro Lobato, Centro, foi assaltado por dois bandidos – um deles com revólver.
10/12 (segunda-feira) – 19h08
Farmácia na Rua dos Operários, bairro Olarias, foi roubada por um homem que simulou estar armado.
10/12 (segunda-feira) – 19h27
Farmácia na Rua Dom Pedro II, bairro Nova Rússia, foi assaltada por um bandido armado de faca.
10/12 (segunda-feira) – 21h55
Farmácia na Avenida Carlos Cavalcanti, bairro Uvaranas, foi assaltada por um homem que simulou estar armado.
12/12 (quarta-feira) – 20h30
Posto de combustíveis na Rua Balduíno Taques, vila Estrela, foi roubado por um ladrão armado de revólver.
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