sábado, 28 de setembro de 2013

ÁREAS IRREGULARES INVADIDAS E DEPOIS ABALIZADAS PELA PREFEITURA DE PONTA GROSSA EM GOVERNOS PASSADOS - Famílias da 'Dalabona' correm riscos em áreas irregulares - DCMAIS.COM.BR VEICULOU

Famílias da 'Dalabona' correm riscos em áreas irregulares

Luana Souza Fale com o repórter
Publicado em: 28/09/2013 - 00:00 | Atualizado em: 27/09/2013 - 20:48



Moradores aguardam para sair de suas casas localizadas em áreas de preservação ambiental e que também oferecem riscos de desmoronamento. Residencial Califórnia II será a nova moradia para essas pessoas
Fábio Matavelli
 
O casal Maria e Sebastião conta sobre o medo que sente ao morar em áreas de risco
 
 

A família da dona-de-casa Maria Lolita de Oliveira está ansiosa para deixar a casa que vive há mais de 10 anos. O principal motivo é o medo de que a moradia venha a desmoronar, já que está localizada próximo de um arroio na Vila Dalabona, em Ponta Grossa. "Já era para a nossa família ter saído daqui. Fomos informados que vamos nos mudar para o Residencial Califórnia II. Mas até agora não recebemos nenhuma informação e enquanto isso o nosso medo aumenta", disse Maria.
Ela comenta que o problema do desmoronamento da encosta do arroio começou há cerca de dois anos. "Quando percebemos que o local estava cedendo a cada chuva que dava, resolvemos sair e estamos aguardando há um ano. Não temos condições de continuar aqui, sempre depois que chove fica aquele receio de que alguma coisa poderá acontecer comigo e minha família. Quero poder voltar a dormir tranquila, não quero nem imaginar acordar um dia e ver que minha casa caiu buraco abaixo. Não posso perder tudo o que conquistamos com tanto sacrifício", diz emocionada.
O marido de Maria, Sebastião Rodrigues de Oliveira, afirma que a casa já está com as madeiras podres, mas que não pode fazer nada para arrumá-la. "A situação está muito difícil e não posso tentar reformar a casa, pois não posso investir alto e depois precisar sair. Não quero perder meu dinheiro, mas também acho que não é justo esperarmos tanto tempo assim por uma moradia nova", diz.
O local, além de oferecer riscos aos moradores, está cheio de restos de construções, lixos jogados no esgoto e também móveis antigos como sofás e camas.
Do outro lado do arroio está localizada a casa em que reside o aposentado João Odair Ramos. A situação dele é ainda pior, pois sua residência está praticamente 'pendurada' no barranco. "Ainda não entrei para a fila da Companhia de Habitação de Ponta Grossa (Prolar), achava que não estava correndo riscos. Mas já estou preocupado, pois minha casa está muito próxima de cair. Nunca quis sair daqui, mas por questões de segurança vejo que preciso deixar o local", afirma.
Segundo o presidente da Prolar, Dino Schurutt, a Prefeitura aguarda a liberação dos contratos da Caixa Econômica Federal referentes ao Residencial Califórnia II para que então as famílias possam se mudar. "São 70 famílias que precisam dos contratos. O prazo que a Caixa tinha nos passado era até o dia 30 de agosto e ainda estamos aguardando. Depois dessa liberação, serão entregues as chaves e então elas poderão sair de suas casas", explica.
Na semana passada, o coordenador operacional de proteção e defesa da Coordenadoria Municipal de Proteção da Defesa Civil, Edimir de Paula, disse que ao todo são 2,6 mil famílias que precisam sair das áreas de risco em Ponta Grossa. "Alguns núcleos habitacionais serão entregues neste ano para essas famílias, pois cada residencial deve destinar um percentual para pessoas que vivem em áreas de risco", informou.
O secretário de Obras e Serviços Públicos, Alessandro Lozza de Moraes, disse ontem que depois da retirada das famílias dos locais de risco, será realizado um trabalho em conjunto com outras secretarias para a utilização do espaço. "Em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, Administração, Departamento de Patrimônio e a Prolar, nós vamos fazer o plantio de árvores para que o local volte a ser um espaço de preservação ambiental", explica.
Pavimentação
Além das áreas de risco, a Vila Dalabona está sem pavimentação em diversas vias. A moradora Orlanda Tvoreck reclama das ruas, principalmente, em dias de chuva. "Quando chove, os carros patinam e não conseguem subir a rua. No tempo seco também é complicado, pois é muita poeira que entra nas casas. Além disso, estamos sofrendo com problemas respiratórios", diz.
Ainda segundo Alessandro Lozza, algumas ruas da vila já receberam cascalhamento e patrolamento. "A Companhia Ponta-grossense de Serviços (CPS) também irá asfaltar as demais vias", comenta.

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