sábado, 21 de setembro de 2013

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Poluição e áreas de risco são agravantes na Vila Margarida

Publicado em: 21/09/2013 - 00:00 | Atualizado em: 20/09/2013 - 21:07
DC NOS BAIRROS

Lixos jogados no arroio prejudicam moradores do local que sofrem com o mau cheiro e correm riscos de contaminação. Além disso, famílias estão localizadas em situações de risco e pedem ajuda
 
Fábio Matavelli
Crianças correm riscos ao brincar no trilho do trem na Vila Margarida


Olho: "Estamos esperando o dia para deixar este lugar, mas está demorando muito. Cada vez que chove ficamos com muito medo"
Luana Souza
A quantidade de lixos jogados todos os dias no arroio localizado na Vila Margarida, em Ponta Grossa, preocupa moradores da região. Além do mau cheiro, o arroio leva consigo móveis velhos, lixos recicláveis, roupas, calçados, fezes e até mesmo animais mortos como cachorros e ratos. O local está localizado próximo de casas que, por sinal, estão situadas áreas de risco.
Diversas crianças que brincam próximo correm riscos de contaminação e de sofrerem algum tipo de acidente. Como é o caso do filho da moradora Rosicléia Lopes da Silva, que morreu afogado, em 2004, no arroio após escorregar em uma das pedras. "Ele tinha quatro anos e o arroio tinha apenas uma ponte de madeira que permitia a nossa travessia. Então ele escorregou e caiu na água. Não deu tempo de salvá-lo", explica.
Rosicléia e o marido Claudinei Thomaz moram com mais três filhos, a mais nova com três anos brinca próximo ao esgoto que é lançado. "Nos dias de chuva, a água sobe e invade nossas casas. Temos medo de contaminação. Por outro lado, a chuva leva embora boa parte desses lixos acumulados. Quanto está calor nós sofremos muito com o mau cheiro", conta a mulher.
Outro morador, José Domingos Dutra, retira por conta o lixo do arroio. Com um pedaço de madeira, ele leva o corpo do cachorro - já em fase de decomposição - para outro local longe das moradias. "Precisamos fazer isso, pois ninguém da Prefeitura aparece para realizar a limpeza", afirma.
O DC tentou contato com o secretário de Meio Ambiente, Fernando Pilatti, para falar sobre a situação do lixo, mas ele não atendeu às ligações.
Área de risco
O local em que José e a família de Rosicléia moram é considerado de risco. Além dos moradores estarem próximos do arroio, as moradias - todas de madeira - já cederam com a ação do tempo e estão prestes a desmoronar. "Estamos esperando o dia para deixar este lugar, mas está demorando muito. Cada vez que chove ficamos com muito medo, pois a água invade dentro das casas", diz José.
Claudinei mostra a situação da sua moradia ao balançar a estrutura de madeira e constatar que ela está frágil. "Todos nós queremos sair daqui. Só para ter uma ideia, quando venta muito nós sentimos a casa balançar. Estamos com medo", diz.
De acordo com Edimir de Paula, coordenador operacional de proteção e defesa da Coordenadoria Municipal de Proteção da Defesa Civil, os moradores da Vila Margarida que possuem cadastro na Companhia de Habitação de Ponta Grossa (Prolar) serão contemplados com uma moradia ainda neste ano. "Alguns núcleos habitacionais serão entregues neste ano então essas famílias receberão uma casa, pois cada residencial deve destinar um percentual para pessoas que vivem em áreas de risco. Ao todo, são mais de 2,6 mil famílias que precisam sair dessas áreas na cidade", explica.
Esgoto
Outro problema enfrentado na Vila Margarida é o esgoto que segue do Parque Nossa Senhora das Graças e chega até às casas dos moradores. "Muitas vezes essa água suja e com mau cheiro entra em nossas moradias. A Sanepar precisa resolver esse problema, pois não está fácil superarmos mais esse problema", afirma José.
Em nota, a Sanepar informou que já identificou o problema e deu encaminhamento para que sejam realizadas obras de melhoria no local.


Crianças brincam próximo da linha do trem
Meninos correm riscos ao empinar pipa próximo da linha do trem na Vila Margarida, local em que Raiane Endrielly Krul, oito anos, morreu atropelada em 2011 quando voltava da escola, acompanhada de outras crianças. "Desde o acidente não deixamos mais nossos filhos irem para a escola sozinhos, pois precisam atravessar a linha do trem. Então nós levamos e buscamos, pois o local não oferece nenhuma segurança", afirma a morada Rosicléia. (L.S.)

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