Sobre as capas das semanais – Vol. 4
O real e a realidade
Veja: Sempre uma alegria, sempre uma revelação ver a capa da vez da semanal mais lida em consultórios dentários (será que a ideia é da revista servir de anestésico?). A gritaria do momento é com a alta do dólar e, claro, a culpa é da Dilma, do PT, de tudo que for vermelho (nem um pio sobre o criminoso cartel do metrô em São Paulo, mas talvez seja porque Geraldo Alckmin comprou 5200 assinaturas da revista). Nem cogitam o tanto de especulação financeira privada, nem fatores externos implicados nisso, e já vaticinam categoricamente que “vai ser difícil recuperar o antigo poder de compra da nossa moeda diante do dólar”. E pra melhorar a capa, Lobão (quem?), em um destaque secundário, diz que achou os protestos parecidos com escolas de samba. Manjam muito, né?
Época: Mais uma vez a revista global faz par de jarro com a Veja no quesito histeria econômica. Esse ano já aconteceu com a inflação (que não se confirmou), com o tomate (que pouco depois caiu de preço) e agora com a alta do dólar. O título (“O real cai na real”) tenta ser mais discreto que o da Veja, mas é igualmente falso porque não existe uma realidade econômica e sim várias e que mudam o tempo todo. De resto, a imagem do aviãozinho de papel é boa.
O horror e a inteligência
Carta Capital: A revista tem feito regularmente capas sobre assuntos internacionais, sempre importantes, necessários. A guerra civil na Síria, por exemplo, está em seu terceiro ano, já contabilizou mais de 100 mil mortos e 2 milhões de desabrigados. A brutalidade mais recente foi um provável ataque com armas químicas em um subúrbio de Damasco que matou mais de 1,3 mil pessoas, muitas crianças. Só que a Carta escolheu justamente uma foto com crianças mortas para estampar a edição do final de semana, uma escolha infeliz, para dizer o mínimo (nem se deram o trabalho de borrar os rostos). Único destaque positivo da capa é a intervenção gráfica em foto de Joaquim Barbosa, o arrogante Napoleão Bonaparte do judiciário nacional.
Istoé: A única semanal que tem investigado a corrupção ultramilionária no cartel do metrô em São Paulo sob o governo do PSDB traz mais um capítulo da série. Só que agora como destaque secundário para dar um respiro na sequência de capas sobre o propinoduto tucano. O assunto principal vai naquele espírito Globo Repórter (“Como nasce a inteligência”) e já na capa os absurdos começam a surgir. Como assim “fatores que irão influenciar o nível de QI para o resto da vida”?! Como assim “O que fazer para que seu filho seja mais inteligente”?! E lá se vão um bando de pais inseguros achando que existe uma fórmula pra inteligência. Não, não existe. Inteligência é educação, é construção. E QI alto não significa nada, basta ver o músico Roger, do Ultraje a Rigor, e seu 172. Caso encerrado.
Veja: Sempre uma alegria, sempre uma revelação ver a capa da vez da semanal mais lida em consultórios dentários (será que a ideia é da revista servir de anestésico?). A gritaria do momento é com a alta do dólar e, claro, a culpa é da Dilma, do PT, de tudo que for vermelho (nem um pio sobre o criminoso cartel do metrô em São Paulo, mas talvez seja porque Geraldo Alckmin comprou 5200 assinaturas da revista). Nem cogitam o tanto de especulação financeira privada, nem fatores externos implicados nisso, e já vaticinam categoricamente que “vai ser difícil recuperar o antigo poder de compra da nossa moeda diante do dólar”. E pra melhorar a capa, Lobão (quem?), em um destaque secundário, diz que achou os protestos parecidos com escolas de samba. Manjam muito, né?
Época: Mais uma vez a revista global faz par de jarro com a Veja no quesito histeria econômica. Esse ano já aconteceu com a inflação (que não se confirmou), com o tomate (que pouco depois caiu de preço) e agora com a alta do dólar. O título (“O real cai na real”) tenta ser mais discreto que o da Veja, mas é igualmente falso porque não existe uma realidade econômica e sim várias e que mudam o tempo todo. De resto, a imagem do aviãozinho de papel é boa.
O horror e a inteligência
Carta Capital: A revista tem feito regularmente capas sobre assuntos internacionais, sempre importantes, necessários. A guerra civil na Síria, por exemplo, está em seu terceiro ano, já contabilizou mais de 100 mil mortos e 2 milhões de desabrigados. A brutalidade mais recente foi um provável ataque com armas químicas em um subúrbio de Damasco que matou mais de 1,3 mil pessoas, muitas crianças. Só que a Carta escolheu justamente uma foto com crianças mortas para estampar a edição do final de semana, uma escolha infeliz, para dizer o mínimo (nem se deram o trabalho de borrar os rostos). Único destaque positivo da capa é a intervenção gráfica em foto de Joaquim Barbosa, o arrogante Napoleão Bonaparte do judiciário nacional.
Istoé: A única semanal que tem investigado a corrupção ultramilionária no cartel do metrô em São Paulo sob o governo do PSDB traz mais um capítulo da série. Só que agora como destaque secundário para dar um respiro na sequência de capas sobre o propinoduto tucano. O assunto principal vai naquele espírito Globo Repórter (“Como nasce a inteligência”) e já na capa os absurdos começam a surgir. Como assim “fatores que irão influenciar o nível de QI para o resto da vida”?! Como assim “O que fazer para que seu filho seja mais inteligente”?! E lá se vão um bando de pais inseguros achando que existe uma fórmula pra inteligência. Não, não existe. Inteligência é educação, é construção. E QI alto não significa nada, basta ver o músico Roger, do Ultraje a Rigor, e seu 172. Caso encerrado.
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