Fraude milionária no INSS envolveria jogador de futebol
Investigação da Polícia Federal indica que 169 pessoas se beneficiaram de uma fraude contra a Previdência Social em São Paulo. “O rombo até agora é em torno de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões”, diz ao Fantástico o delegado da Polícia Federal Ulisses Francisco Mendes. O esquema envolveria o repasse de auxílio-doença para pessoas que pagassem propinas a servidores do INSS.
O jogador de futebol Andrei Frascarelli, 40 anos, estaria entre os beneficiados. Andrei, que já jogou no Palmeiras, Flamengo e Santos, e teve passagens por equipes da Argentina, Espanha e Alemanha, recebia auxílio-doença de quase R$ 3 mil por mês devido a problemas no joelho. O atleta, contudo, participou do torneio Rio-São Paulo de showbol, transmitido pela TV, em 2012, quando já recebia o benefício.
Gravações exibidas pela reportagem mostram os supostos golpistas reclamando da aparição do jogador em uma partida transmitida pela TV. "Eu estava assistindo ele jogando. É duro, né? (...) Os caras não sabem as consequências", diz um suposto golpista em uma gravação.
A quadrilha falsificava os exames que eram apresentados na perícia do INSS em um centro médico em Carapicuíba, Grande São Paulo, que hoje está fechado. Servidores e peritos da Previdência Social também participariam do esquema. Um deles, Adrian Ortega, receberia diversos tipos de propinas, segundo a TV, para conceder os benefícios como, por exemplo, uma viagem a Cancún.
“(A viagem foi) com tudo pago pela quadrilha. Um pacote de cerca de R$ 30 mil. E também recebeu o uso gratuito por parte do Marcos Agopian, de um veículo Pajero e uma Land Rover”, diz Fabiana Rodrigues Bortz, procuradora da República, ao Fantástico.
A advogada do perito afirma que os valores recebidos são relativos a "relações empresariais e comerciais entre eles que não tinham nada a ver com as funções que ele exercia no INSS". Ortega foi preso em junho e responde ao processo em liberdade.
A advogada de Andrei afirma que ele passou por cirurgia no joelho e precisa do benefício. A participação no showbol, afirma a advogada, foi um equívoco e rendeu mais problema para o joelho do jogador. Os irmãos Marcos e Vanderlei Agopian, supostos líderes da quadrilha, estão foragidos.
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