Hugo Santarem/ Divulgação
Ísis Valverde e Fabrício Boliveira dão vida à paixão forte sugerida pela cançãoDramaRealíssimo, Santo Cristo vira filme
Faroeste Caboclo, baseado na canção do Legião Urbana, apresenta um herói muito verdadeiro numa história forte e relevante
Publicado em 31/05/2013 | Luciane HorcelAssim como na música, o primeiro longa-metragem de René Sampaio conta a saga de João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira), desde sua infância no interior da Bahia até a ida para Brasília, onde se envolve com o tráfico. Quando já está no crime, ele conhece Maria Lúcia (Ísis Valverde), por quem se apaixona. Decide mudar de vida para viver com a jovem, mas já tinha se indisposto com Jeremias (Felipe Abib), um rico traficante local que, além de ver João como rival nos negócios, também quer o amor de Maria Lúcia.
Cinema
Confira informações deste e de outros filmes no Guia da Gazeta do Povo.O roteiro bem amarrado, não cronológico, os enquadramentos criativos e a ótima fotografia conseguem dar seriedade à vida de João, que, mais que um errante em busca de uma vida melhor, aparece na telona sem ser poupado ou estereotipado como injustiçado. Ele não é bem o herói que canção pode sugerir. Aqui, o jovem também é ganancioso, vingativo e loucamente apaixonado por Maria Lúcia.
“A gente queria fazer um filme bem realista, que tem a música como base. Mas não poderia ser um videoclipe. Então fizemos algumas escolhas e optamos por sermos fiéis ao sentimento, ao sentido da canção”, explica o diretor René Sampaio, que sonhava em fazer o filme desde a primeira vez que escutou a música, quando tinha 14 anos.
A referência ao Legião também é sutil e bem-vinda. Na primeira cena em que Maria Lúcia aparece, ela está numa das badaladas festas de rock de Brasília. Além da maconha rolando solta – típica diversão da Turma da Colina – há no palco um jovem de óculos, que canta com voz grave “Tédio (Com Um T Bem Grande Pra Você)”, um dos sucessos do começo da carreira de Renato Russo.
“A ideia era dar uma roupagem bem brasileira ao filme, mas, ao mesmo tempo, dialogar com várias outras produções americanas e europeias. O silêncio, por exemplo, é uma coisa típica do cinema europeu. Muitas coisas não são ditas no filme, mas são compreendidas”, diz Sampaio.
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