CNN questiona: "a Copa do Mundo tem um acordo justo para o Brasil?"
Em longo artigo divulgado em seu site, a emissora americana CNN pergunta, tendo como base as recentes polêmicas sobre impostos não pagos por grandes corporações como Apple e Google, o quanto o acordo do governo brasileiro com a Fifa para a Copa do Mundo 2014 é justo para a nação. O texto lembra que o relacionamento entre os políticos nacionais e os dirigentes da entidade está sob escrutínio após as manifestações no País.
Em meio à repercussão sobre os protestos que atingiram praticamente todo o Brasil durante a Copa das Confederações, o canal faz a cronologia dos desejos dos manifestantes: de revolta contra o aumento das tarifas do transporte público para insatisfação com corrupção, serviços públicos ruins, inflação crescente, falta de segurança e o dinheiro gasto na organização da Copa do Mundo.
A declaração do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de que "o futebol não deve ser usado para os ativistas fazerem demandas" é citada no artigo. Entretanto, a CNN lembra que o acordo do governo brasileiro com a Copa do Mundo - que dará à entidade máxima do futebol um lucro de mais de R$ 10 bilhões, segundo estimativas - é isento de uma série de impostos.
Até mesmo o deputado federal Romário é evocado pelo veículo, com as críticas ferrenhas contra a Fifa citadas. Para a CNN, o Brasil está "nas mãos da Fifa". O acadêmico e jornalista Christopher Gaffney, ouvido pela reportagem da emissora, também critica o acordo, afirmando que a entidade deveria respeitar as leis de impostos pré-existentes na nação em que realizará o evento.
Em resposta à CNN, a Fifa defendeu o legado da Copa e alegou que o torneio injetará à economia brasileira R$ 112 bilhões. Além disso, afirmou que as restrições de impostos só são direcionadas para certas áreas, lembrando que o dinheiro da premiação será tributado no Brasil, entre outras verbas injetadas pela Fifa.
Em determinado momento, a emissora diz, citando como fonte a Receita Federal Brasileira, que o Brasil perderá mais de R$ 500 milhões em impostos não pagos pela entidade que comanda o futebol. A CNN, então, lembra: "R$ 500 milhões compram muitas passagens de ônibus".
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