quarta-feira, 11 de março de 2015

portal IG.COM.BR VEICULOU: Efeito “black bloc” pode enfraquecer protestos

Efeito “black bloc” pode enfraquecer protestos

STF reduz influência de Dilma no julgamento da Lava Jato
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Postado por: Daniela Martins
Os protestos contra o governo marcados para o próximo domingo, dia 15, podem perder força por conta do discurso de agressividade e truculência que tem circulado pelas redes sociais. Se essa violência e golpismo se refletirem nas ruas, poderá haver uma espécie de “efeito black bloc”.
Esses grupos podem afastar pessoas que queiram protestar pacificamente se marcarem os protestos como um movimento radical e violento. Vimos esse filme nas manifestações de junho e julho de 2013 e na Copa do Mundo no ano passado.
Agora, há novamente uma retórica udenista truculenta nas redes sociais, com convocações para grupos atuarem com violência física nas manifestações do fim de semanaNo dia 13, sexta, haverá atos em defesa da Petrobras e da presidente Dilma. No dia 15, domingo, estão marcados os protestos contra o governo.
As vaias à presidente Dilma Rousseff e o panelaço do último domingo são sinais de que a insatisfação social com o governo é maior do que a imaginada pelo PT. Os petistas disseram que o panelaço durante o pronunciamento da presidente foi feito por moradores de áreas nobres que não votaram na presidente. Na feira da construção civil havia trabalhadores, expositores e o público que aguardava para entrar no evento.
É fato que São Paulo tem um sentimento anti-PT acima da média na comparação com outras regiões do país, mas é lícito supor que, diante de tantas notícias ruins na economia e na política, a insatisfação com o governo tenha se estendido a outros estratos sociais. Inclusive para camadas que votaram na presidente.
Ontem foi um dia de agitação acima da média nas redes sociais. Muitos vídeos e áudios agressivos, com palavrões, defesa de golpe militar, impeachment e boatos que não merecem reprodução. Enfim, posts agressivos e golpistas, com informações falsas para espalhar pânico.
A oposição deve tomar cuidado para não endossar e estimular grupos que, no fundo, usam o direito democrático de livre manifestação e expressão para solapar a democracia, como, por exemplo, ao tentar forçar um movimento pró-impeachment sem amparo na realidade jurídica e política.
O golpismo tem de ser combatido. Nossa história está cheia de exemplos do mau que ele causou e causa ao país.
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STF reduz influência de Dilma na Lava Jato
O poder não admite vácuo. Alguém ocupa o espaço e o exerce. Foi o que fizeram ministros do Supremo Tribunal Federal diante da demora e da indecisão da presidente Dilma Rousseff em indicar o substituto de Joaquim Barbosa, que deixou o tribunal em julho de 2014 _há sete meses.
É mais uma prova de como a presidente é inábil no exercício do poder. Dilma deixou os ministros do Supremo contrariados, já que a corte está funcionando com 10 integrantes. Isso cria uma disfuncionalidade no plenário da Casa, porque há possibilidade de empate em julgamentos.
Os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli fizeram uma articulação para evitar que a presidente Dilma tenha poder de influência sobre o julgamento da maioria dos inquéritos e eventuais processos da Operação Lava Jato.
Atuaram dentro da regra do jogo, com o pedido de transferência de Dias Toffoli da primeira para a segunda turma, ocupando a vaga. É na segunda turma que vai tramitar a maior parte dos inquéritos relacionados à Lava Jato.
Dias Toffoli encaminhou o pedido de transferência ao presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski, que consultará Marco Aurélio Mello, que tem precedência por ser um membro mais antigo do tribuna. No entanto, Mello já disse não ter interesse, o que facilita o caminho de Toffoli.
Apesar dessa manobra de Gilmar Mendes e de Toffoli, três inquéritos da Lava Jato deverão ser analisados pelo plenário do Supremo. Serão os inquéritos que tratam especificamente dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. Pelas regras internas do STF, eles têm de ser julgados pelo plenário.
E há outro inquérito, com a presença de Renan, em que há mais ou menos outros 20 acusados. Esse inquérito maior deverá produzir mais repercussão, porque dará um retrato maior do que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a chamar de “uma aula do crime”.
Resumo do episódio: outro tropeço político da presidente. Mais um para a coleção.

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