O
Estado do Paraná, até junho de 2012, realizou 282 transplantes de órgãos e 1.888
transplantes de tecidos. A informação é da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Também de acordo com a Sesa, 1.318 pessoas estão na fila de espera por um
transplante em todo o estado. “Essas pessoas são chamadas de ativos, ou seja, o
transplante para eles é a única alternativa”, explica a assessoria de imprensa.
Enquanto pessoas aguardam por um órgão, outras doam de alguém da família que
tenha falecido para beneficiar aquelas que precisam para viver.
Em março
do ano passado, o jornalista Vitor Hugo Gonçalves, de 24 anos, filho do
profissional de comunicação, Márcio Antônio Gonçalves, faleceu em um acidente de
carro. Após a morte confirmada, o pai não pensou duas vezes ao aceitar doar os
órgãos do filho. “Eu sempre disse que queria ser doador e tenho certeza que se
fosse eu que tivesse falecido, ele faria o mesmo”, explica.
Para Márcio,
doar os órgãos de Vitor foi uma maneira de mantê-lo vivo em outras pessoas. “A
vida dele continuou em outras pessoas, nós sabemos que ele está com alguém. Nós
perdemos para a vida, mas ajudamos muitas pessoas”, conta.
O pai de
Vitor conta que não quis conhecer as pessoas que receberam os órgãos do filho.
“Só ficamos sabendo que as córneas dele puderam ajudar um senhor de 71 anos que
estava ficando cego e um menino de 14 anos; o fígado salvou uma menina de 18
anos; os rins e a esclera ajudaram quatro homens e pelo cálculo que eu tenho os
ossos longos do meu filho ajudaram 500 pessoas”, revela.
Gonçalves
salienta, ainda, a importância da doação de órgãos. “Minha filha também é
doadora, é importante que as pessoas saibam sobre a importância da doação. Ela
ajuda e salva a vida de muitas pessoas”, afirma.
Entenda
Todos
os órgãos captados no estado são recolhidos pela Central de Transplantes. De
acordo com a assessoria de imprensa as Sesa, o trabalho é rápido devido ao tempo
que os órgãos retirados têm para serem transplantados. “Se um órgão é retirado
em Ponta Grossa e uma pessoa está na fila em outro município que fica mais
longe, nós utilizamos o transporte aéreo devido à distância”, explica. A Central
funciona 24 horas e sete dias por semana.
Elemento
Mais
transplantes
Segundo a Secretaria de Saúde, de 2010 para 2011, houve uma
diferença de 35,66% do número de transplantes realizados. “Em 2011 foram
realizados 4.416 transplantes e em 2010 o número de órgãos transplantados foi
3.581”.
PG faz transplantes de córneas
Em Ponta Grossa é
realizado apenas o transplante de córneas, feito no Hospital Bom Jesus. De
acordo com o oftalmologista e coordenador do Centro de Transplante de Córneas de
Ponta Grossa, Marcelo Cenovicz, o transplante é realizado, pelo menos, uma vez
por semana no hospital. “A procura pela córnea é grande na cidade, nós recebemos
pessoas da região também para realizar o transplante”, explica.
Segundo
o oftalmologista, atualmente, não existe fila no estado para o transplante do
tecido. “Hoje não existe mais fila de espera, algum tempo atrás, as pessoas
aguardavam cerca de cinco anos por uma córnea. Nos dias de hoje, dentro de cinco
dias, o transplante é realizado no paciente”, conta.
De acordo com
Cenovicz, as córneas são trazidas pela Central de Transplantes, localizada em
Curitiba. “Elas podem vir de outras cidades do estado e o processo é rápido”.
Segundo o especialista, a cirurgia é complexa como qualquer outra. “Toda
cirurgia exige certa complexidade, mas no final tem bons resultados”, revela.
Captação
No Hospital Bom Jesus, além do transplante, também é
realizada a captação dos órgãos. Segundo o clínico geral e coordenador da
Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos de Transplantes e Tecidos do
Hospital Bom Jesus, Thomas Markus Dhaese, após a liberação da família em doar,
um protocolo é aberto. “Depois, nós acionamos a equipe captadora dos órgãos que
irá levar até a Central de Transplantes. Nem sempre os órgãos coletados aqui,
voltam para Ponta Grossa”, diz.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário