domingo, 1 de setembro de 2013

FUTURO DO MERCADO DE TRABALHO - Quais as profissões que o mercado pede? - noticia veiculada no site DCMAIS.COM.BR

Quais as profissões que o mercado pede?

Gisele WardaniFale com o repórter
Publicado em: 01/09/2013 - 00:00 | Atualizado em: 31/08/2013 - 08:56
Fábio Matavelli
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Escolher entre quase 220 profissões, conforme o Guia de Profissões Abril, hoje é um desafio. Somente das engenharias são 46. Em Ponta Grossa, as opções de profissionalização também são inúmeras. Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus de Ponta Grossa são nove cursos superiores ofertados. Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) são 37opções, além de 13 mestrados e quatro doutorados. Dos cursos de graduação são sete na área de Ciências Exatas, sete na de Ciências Agrárias e Tecnologia, oito em ciências Biológicas e Saúde, sete em Ciências Sociais Aplicadas, sete em Ciências Humanas, letras e Artes, e um curso em Ciências Jurídicas. Ambas as instituições são públicas.
Pesquisa recente, em âmbito nacional, mostra que entre os 11 maiores salários do Brasil, cinco são de engenheiros, que superam o patamar de R$ 23 mil mensais, com carga horária entre quatro e seis horas. O salário de diretor de Engenharia de Obras, de R$ 23 mil, fica atrás apenas dos cargos de diretor de transmissão, com R$ 23,4 mil, e de diretor de Exportação, com 23 mil. No ranking dos maiores salários, estão ainda dos engenheiros de Produção, de engenheiro de Elétrica e Eletrônica e também do profissional da Engenharia Química. Os engenheiros também estão entre os profissionais mais requisitados do mercado de trabalho, depois do cargo de ‘controller’, aquele que coleta e analisa informações sobre a empresa e indica caminhos para cortes e investimentos, os próximos três do ranking são, também, engenheiros, sendo Mecânico, de Produção e Civil, respectivamente.
De acordo com Jarbas Góes, diretor de Indústria da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), a região necessita, atualmente, de mão de obra qualificada para áreas operacionais envolvendo conhecimentos de eletrônica, mecânica, elétrica, meio ambiente e química. “Mas falta mão de obra para serviços sem grande qualificação como construção civil, padaria, confeitaria, metalurgia e outros”
As exigências do mercado mudaram. “Antes a maioria das indústrias era de mão de obra intensiva, hoje o profissional precisa operar equipamento computadorizado com ‘software’ específico, o que exige especialização e formação adequada”. E para quem se especializa, os salários são atraentes. “Hoje as áreas mais simples, que exigem pouco conhecimento, têm pisos salariais são atraentes, como exemplo, na construção civil, servente, só alfabetizado, recebe R$ 1.279 por mês”, detalha.
À espera de profissionais
Segundo ele, praticamente todos os setores da indústria têm mais oferta de empregos do que interessados em preencher as vagas, e isso envolve também comércio e serviços. “O setor de transporte de cargas em nossa cidade, com grande representatividade na economia, todas as transportadoras têm vagas para motoristas inclusive com caminhões parados, à espera de profissionais”, enfatiza.
Mudança de valores e alta rotatividade
Por conta dessa oferta sem procura, Góes vê com preocupação o atual cenário. “O ritmo de qualificação de mão de obra não atende a demanda local e percebemos que os jovens profissionais não possuem mais identidade com as empresas, ao contrário de antigamente, que era desejável a construção de carreira na empresa. Hoje os valores mudaram, e o que atrai não é mais a carreira, e sim o momento, um projeto, uma ideia, e quando isso passa, acaba o interesse”, destaca.
Mias preocupante ainda é que a região já sente necessidade de importar mão de obra em alguns setores. “E os efeitos disso não são de nosso inteiro domínio, e o ideal é que estejamos empregando prioritariamente quem é da cidade”, alerta. Para mensurar a real necessidade da região, o Sebrae e a Acipg estão realizando pesquisa sobre os setores que estão demandando mais mão de obra. “Esses dados importantes em breve estarão prontos para serem divulgados, e vão nortear a oferta de qualificação”, comenta.
PG: perspectiva de crescimento até 2020
De acordo com a diretora de Comércio, da Acipg, Flávia Barrichello, este é o momento em que o trabalhador qualificado e disposto ao trabalho pode dar-se ao luxo de escolher a vaga de trabalho. “Principalmente na construção civil e no comércio, os profissionais estão buscando qualificação e acabam conseguindo melhores postos, então estes setores estão pagando melhor para segurar seus profissionais”, destaca.
Segundo ela, dentro das pesquisas nacionais, Ponta Grossa está em situação ascendente, diferenciado das demais cidades do Brasil. “De acordo com pesquisa da Revista Exame, Ponta Grossa está entre as 10 cidades do País que mais terão desenvolvimento até 2020. No Paraná perdemos apenas para Cascavel nessa projeção embasada, então é um estímulo para todos os setores, e principalmente aos profissionais que devem se qualificar para acompanhar o crescimento, porque cada vez mais virão pessoas de fora para se empregar e buscar esse mercado novo que está em aberto”, compara.


Empresas procuram profissionais comprometidos
A professora, Gislaine Baniski, do Departamento de Administração da UEPG, hoje as empresas buscam “profissionais”, que são o contrário de “amadores”, nos quais se percebe vontade e atitude. “Hoje o mercado está carente de pessoas que se comportem com compromisso de resultado, que queiram contribuir e fazer a diferença, os verdadeiros profissionais têm ligação com uma causa maior do que o salário, eles compreendem e agem”, destaca.
Além da disseminação do empreendedorismo e da acessibilidade na qualificação profissional, hoje os cursos de formação à distância abrem leque ainda maior de possibilidades. “Não vejo que a profissionalização é atingida somente pela formação educacional. Se fosse assim não teríamos tantos diplomados sem emprego, e o que as empresas esperam de um profissional é mais ‘atitudinal’ que conceitual”, descreve.
Requisitos
De acordo com Gislaine, para quem é do setor de Educação, ter doutorado é imprescindível. “Já para uma indústria, ou mesmo o varejo são acessórios. O saber fazer é que tem valor. A antiga formula CHA - conhecimento, habilidade e atitude - conta muito”.
Sobram vagas
Em Ponta Grossa os setores que mais sentem com a falta de profissionais, nos últimos tempos, de acordo com o gerente da Agência do Trabalhador em Ponta Grossa, Victor Hugo Oliveira, são a construção civil, a indústria e o comércio. “Hoje falta desde pedreiros, carpinteiros, armador, enfim, na construção civil, por exemplo, são cerca de 200 vagas abertas por mês, e apenas 50% são preenchidos”, destaca. Oliveira avalia que, o maior problema tem sido a falta de qualificação. “Hoje a experiência registrada em carteira tem sido substituída pela profissionalização, principalmente em cursos técnicos”, define.
No comércio, a falta é de vendedores com experiência ou habilidade. O mercado abre em média 80 vagas por mês neste setor, e cerca de 50 vagas são preenchidas. “Recentemente realizamos um curso para 25 vendedores, em parceria com o Senac, e todos eles já estão empregados, mesmo sem experiência, mas por conta da qualificação”, destaca. Até as vagas para empregados domésticos não são preenchidas, de acordo com Victor Hugo. “São abertas cerca de 30 vagas por mês, e conseguimos preencher 15 no máximo”, destaca.


Oportunidades de qualificação
De acordo com Álvaro Scheffer, secretário municipal Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, em Ponta Grossa há necessidade de mão de obra qualificada na construção civil, operador de máquinas industriais, operador de máquinas pesadas como retro escavadeiras, patrola, pá carregadeira, além de profissionais da panificação, vendedores e também para os eletro eletrônicos, e o ramo das confecções”, enumera. Das novas profissões, o mercado local está pedindo profissionais de automação, montagens de conjuntos automotivos e de embalagens.
Álvaro destaca que a cidade oferece possibilidades de profissionalização em todos os níveis. “Temos duas universidades, Estadual e Federal, escolas técnicas como Senai, Senac, Senat, Senar, que possibilitam formação com qualidade. E além disso, os profissionais também necessitam complementar esse conhecimento na prática, diariamente, nas empresas”, comenta.

Principais exigências do mercado
1- 2º grau completo (no mínimo)
2- Formação técnica em área especifica
3- Domínio do inglês ou outro idioma
4- Bom relacionamento
5- Facilidade de comunicação
6- Iniciativa e vontade de aprender coisas novas
7- E mão de obra feminina



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