sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

REMORSO DE GAÚCHO.

Um gaúcho entra na delegacia de polícia em São Borja e dirige-se ao delegado:

- Vim me entregar, cometi um crime e desde então não consigo viver em paz.

- Mas BÁ CHÊ, disse o delegado, as leis aqui são muito brabas e são cumpridas e se tu és mesmo o culpado não terás apelação nem dor de consciência que te livre da cadeia, mas fala...


- Atropelei um argentino na estrada BR-472, perto de Itaqui...


- Ora xirú, como tu podes te culpar se estes argentinos atravessam as ruas e as estradas a todo hora?

- Mas o vivente estava no acostamento... 

- Se estava no acostamento é porque queria atravessar, se não fosse tu seria outro qualquer.

- Mas não tive nem a hombridade de avisar a família daquele qüera, sou um porqueira!

- Bueno, se tu tivesses avisado haveria manifestação, repúdio popular, passeata, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente, acho que tu és um pacifista, mereces uma estátua.

- Mas senhor delegado, eu enterrei o coitado homem ali mesmo, na beira da pista...

- Tá provado, tu és um grande humanista... enterrar um argentino... és um benfeitor, outro qualquer o abandonaria ali mesmo para ser comido por urubus e outros animais, provavelmente até hienas, deixando uma sujeirada na nossa estrada.


- Mas enquanto eu o enterrava, ele gritava : Estoy vivo, estoy vivo!


- Garanto que era mentira dele, esses argentinos mentem muito!


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