Com clima regular, produção de grãos poderá chegar a 38 milhões de toneladas
Foto: Clverson Beje/FAEP
O bom desenvolvimento da segunda safra de grãos no Paraná elevou a previsão de produção total para 38,05 milhões de toneladas. Conforme avaliação do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado de Agricultura e do Abastecimento, o clima contribui com a evolução do milho e do trigo, principais culturas em campo neste período do ano.
O relatório do Deral, correspondente a junho, informa que, se confirmada a produção, ela será 6% maior que em 2014, quando foram colhidas 36 milhões de toneladas de grão entre as três safras cultivadas no Estado: de verão, segunda safra e de inverno.
“As estimativas da segunda safra, entre o verão e outono, aos poucos estão sendo confirmadas”, afirma o diretor do Deral, Francisco Carlos Siminioni.
Agora resta esperar a confirmação da safra dos cereais de inverno – aveia, cevada, canola, centeio, cevada, trigo e o triticale - estimada em 4,5 milhões de toneladas para este ano - 4% a mais que em 2014.
Para Simioni, é fundamental que a safra de inverno seja confirmada nos níveis de produtividade estimados, contribuindo para fechar o ano safra 2014/2015 com bons resultados. “Ganhos de produtividade com qualidade deverão contribuir para reduzir os custos da safra de verão 2015/2016 e para diminuir o impacto da elevação dos custos de produção”, afirmou ele.
MilhoNa segunda safra de milho, foi plantada uma área de 1,9 milhão de hectares. Os produtores não correm risco de perdas por geadas, diz o relatório. A estimativa de produção aponta para uma colheita de 10,78 milhões de toneladas.
“Se for concretizada, será a maior produção de milho do Estado registrada neste período do ano”, diz o técnico do Deral Edmar Gervásio.
Segundo o técnico, o avanço da colheita revela excelentes índices de produtividade para o milho de segunda safra. Atualmente cerca de 9% da área plantada está colhida e o rendimento obtido até agora é de 6.500 quilos por hectare
Gervásio informa que 40% da área a ser colhida está em fase de maturação, reduzindo a exposição ao risco de geadas.
FeijãoO feijão da segunda safra é outra produção beneficiada pelo clima. Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador, os relatórios de campo mostram 99% da área já está colhida e deve se consolidar em 392 mil toneladas, 2% inferior à safra passada. “Porém, será uma das menores perdas por clima nos últimos anos”, ressalta Salvador.
Os bons preços de comercialização animaram os produtores que já venderam aproximadamente 77% da produção obtida. O feijão de cor foi vendido, em média no mês passado, por R$ 106,82 a saca. E o feijão preto, por R$ 92,42 a saca.
SojaNa soja, o destaque é para a segunda safra, cuja colheita foi encerrada no Paraná por causa do vazio sanitário, iniciado em 15 de junho. O vazio sanitário é o período em que não pode haver nenhum tipo de plantio da cultura para evitar a incidência da ferrugem asiática na safra principal, que é plantada no verão.
Segundo o economista Marcelo Garrido, a produção foi de 279 mil toneladas, numa área cultivada de 132,4 mil hectares. O clima também foi determinante para o bom resultado da lavoura, ao contrário de anos anteriores, quando a falta ou o excesso de chuvas afetou a produtividade da segunda safra de soja no Estado. Em comparação com o ciclo anterior, a área cresceu 21% e a produção foi 42% maior.
Trigo
O clima também favorece o trigo, cuja lavoura já foi implantada em cerca de 88% da área prevista, que é de 1,32 milhão de hectares no Estado.
O clima também favorece o trigo, cuja lavoura já foi implantada em cerca de 88% da área prevista, que é de 1,32 milhão de hectares no Estado.
Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, a geada mais forte deste ano, ocorrida em 16 de junho, teve pouca influência sobre as lavouras de trigo, exceto em algumas áreas na região Oeste, onde a cultura foi plantada mais cedo.
A previsão de produtividade média se mantém próxima a 3.000 quilos por hectare, apontando para uma produção estadual de 4 milhões de toneladas do grão, podendo repetir o bom desempenho da lavoura no ano passado. A preocupação é com o clima no período da colheita, quando a corrente El Niño poderá provocar chuvas em excesso, que geralmente prejudicam a qualidade do grão.
Atualmente, 13% das lavouras do Estado estão em estágios suscetíveis a perdas por geadas, porém não há previsão de frio intenso para os próximos dias.
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