quarta-feira, 3 de junho de 2015

UOL.COM.BR VEICULOU A MATÉRIA POSTADA A SEGUIR - Bebida alcoólica corta o efeito dos analgésicos? Veja mitos e verdades

Bebida alcoólica corta o efeito dos analgésicos? Veja mitos e verdades
 


Bia Souza
Do UOL, em São Paulo

 

Mitos e verdades sobre analgésicos 11 fotos

1 / 11
Tomar analgésico e beber mais tarde corta o efeito do remédio. MITO: O álcool não interfere na ação dos analgésicos. O que ocorre é que, por ter um efeito diurético, o álcool faz o organismo excretar mais rapidamente os medicamentos. O efeito parece reduzido porque o organismo já eliminou o medicamento. "O uso de bebida alcoólica intervém no processamento hepático, o que pode acelerar o metabolismo dos analgésicos e assim interferir diretamente no tempo de duração desses fármacos. Porém, não se pode dizer que corta o efeito", explica o médico anestesiologista Erick Curi Arte/UOL
Tratar dores de cabeça e musculares com analgésicos é uma prática comum, uma vez que para adquirir os do tipo não-narcóticos (Dipirona, Paracetamol e Ácido acetilsalicílico) não é preciso de receita, mas os médicos alertam para os perigos da ingestão descontrolada destes medicamentos que podem causar doenças e até matar.
Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, tomar analgésicos constantemente pode causar lesões no fígado, nos rins. Além do risco de provocar gastrite, úlcera ou mesmo uma hepatite medicamentosa. "Todo mundo generaliza que grávidas podem tomar paracetamol a vontade. Mas nenhuma pessoa de qualquer idade deve usar analgésicos de forma regular", diz o neurologista Abouch Krymchantowski, diretor do Centro de Avaliação e Tratamento da Dor de Cabeça do Rio de Janeiro.
Algumas pessoas acreditam que as bebidas alcoólicas cortam o efeito dos medicamentos, no entanto, o álcool não interfere na ação dos remédios. O que ocorre é que por ter um efeito diurético o álcool faz o organismo excretar mais rapidamente os analgésicos interferindo na duração da ação desses fármacos.
Outro mito sobre a combinação de bebidas alcoólicas e analgésicos é que a mistura causaria um efeito semelhante ao uso de entorpecentes. "O álcool tem uma potente ação sobre o nosso sistema nervoso. A ingestão de bebidas alcoólicas altera a percepção do indivíduo a vários estímulos, entre eles o estímulo doloroso. Assim, ocorre uma falsa impressão de potencialização do efeito dos analgésicos", afirma o médico anestesiologista Erick Curi, diretor administrativo da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.
A cafeína, um estimulante do sistema nervoso, está presente em diversos analgésicos por contribuir para a melhora das dores de cabeça, mas a ingestão dos medicamentos não é recomendada com uma xícara de café. "O excesso de cafeína no organismo pode provocar taquicardia e até uma piora da dor", afirma a neurologista e membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia, Carla Jevoux.
Segundo a neurologista, o uso de analgésicos para tratar dores de cabeça constantes pode torná-las ainda piores. A médica explica que o aumento dessas substâncias faz com que o corpo fique mais vulnerável aos estímulos que provocam dores como abuso de luminosidade ou a falta de sono. Como resultado, o paciente pode adquirir uma doença chamada "cefaleia por excesso de medicação", diz a médica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário