Josué Teixeira/Gazeta do Povo
PIB de Ponta Grossa deve dobrar em quatro anos. Desafio agora
é promover o crescimento de forma planejada Industrialização exige plano de crescimento para Ponta Grossa
Planejar o crescimento é o desafio para o próximo prefeito
27/10/2012 | 01:26 | Alyne Lemes, especial para a Gazeta do Povo
Segundo maior polo industrial do Paraná, a cidade de Ponta
Grossa, na região dos Campos Gerais, vive um novo momento de
industrialização. Depois de uma década sem receber grandes empresas, a cidade
agora atrai novos empreendimentos. Além de aumentar a arrecadação do município,
o novo boom industrial também promove o desenvolvimento de outras áreas. A
cidade cresce em número de habitantes, com a criação de novos conjuntos
habitacionais e novos estabelecimentos comerciais.
Veja as propostas dos candidatos para planejar o crescimento de Ponta Grossa
O secretário Municipal de Planejamento, José Ribamar Krüger, diz que o desenvolvimento da cidade tem sido acompanhado pela atual administração e afirma que obras importantes foram realizadas pensando em um crescimento ordenado. Uma delas foi a construção de ligações entre bairros populosos. “Com isso, tornamos possível em muitas travessias da cidade desviar da região central, com segurança para pedestres e veículos”, diz ele.
A pavimentação das vias também é considerada um avanço, já que a maioria dos novos loteamentos só recebe aprovação se contarem com a estrutura.
Krüger diz que houve progressos, mas assume que ainda há muitos desafios pela frente. Segundo ele, existe um déficit histórico que leva em conta as várias transformações pelas quais Ponta Grossa passou nos últimos anos. “Já não se compreende a cidade como uma estrutura imóvel, a que tudo deve se adaptar, mas o contrário: é a cidade que deve se adaptar aos novos habitantes, ao seu novo porte e ao seu novo ritmo”.
O desafio agora é promover todo esse crescimento de forma planejada. Na busca
por um desenvolvimento mais ordenado, a Secretaria Municipal de Indústria,
Comércio e Qualificação Profissional fez um estudo em seis cidades do estado que
tiveram a atração de montadoras. A pesquisa mostrou que um emprego em uma
montadora gear seis postos indiretos.
Segundo o secretário João Luiz Kovaleski, no estudo também foi possível perceber que o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade deve dobrar em quatro anos e quadriplicar em uma década. Isso gera uma
arrecadação maior e abre a possibilidade para que problemas hoje existentes em
Ponta Grossa sejam solucionados. A estimativa é que a indústria seja responsável
por 70% da economia da cidade. Hoje, cerca de 34% da arrecadação é oriunda do
setor industrial.
Empresas como a Tetrapak e a Makita do Brasil devem investir R$ 290 milhões na ampliação de suas estruturas e gerar 320 novos empregos diretos. Os grandes investimentos que já estão implantados ou em fase de implantação ultrapassam a casa de R$ 1 bilhão. Empresas como Daff/Paccar, Crown, Braslar, Contitech, Batavo (Frizzia), Batavo (Moinho de Trigo), Oleoplan e Planair devem abrir novas 1.628 vagas de empregos.
A cidade também recebeu novos investimentos de médio porte. São 17 novas empresas que estão se instalando e vão ofertar mais de 700 empregos diretos. Os investimentos giram em torno R$ 160 milhões.
O Parque Tecnológico nos fundos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTPFR), que ainda será criado, deverá abrigar 150 empresas. O local, além das indústrias vai contar com uma incubadora e uma unidade do Sebrae. Oito empresas já estão em processo de instalação no local.
Instituto de Planejamento
A cidade conta com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Ponta Grossa (Iplan), criado em 1999. Entre as competências do Iplan estão a realização de estudos visando estratégias de desenvolvimento e acompanhamento e revisão do Plano Diretor, criado na década de 60.
O arquiteto Roque Sponholz, que já foi presidente do Iplan, avalia que o Plano Diretor da cidade é bem estruturado e vem sendo revisado conforme as necessidades. Na avaliação dele, o grande problema é que a cidade encheu e está crescendo horizontalmente, deixando os vazios urbanos sem utilidade.
Sponholz considera um erro criar conjuntos habitacionais muito distantes do centro, pois acabaria marginalizando os moradores. “Quando o crescimento é organizado, as distâncias são reduzidas. A pessoa mora perto do trabalho tem acesso a serviços próximos”, afirma.
Outro problema destacado por Sponholz é a falta de ligações entre os bairros. Ponta Grossa é cortada por diversos arroios e, segundo o arquiteto, para fazer a ligação é preciso construir pontes e viadutos. “Hoje, de norte a sul ou de leste a oeste, para se deslocar é preciso passar pelo centro da cidade, e isso gera congestionamento”.
Propostas
Organizar e planejar o desenvolvimento da cidade é um desafio para ambos os candidatos a prefeito de Ponta Grossa. Tanto Péricles de Mello (PT) quanto Marcelo Rangel (PPS) admitem que há falhas nessa área. Entre as principais propostas dos dois candidatos que disputam o segundo turno esstá mudar o atual formato do Iplan.
O candidato Marcelo Rangel (PPS) promete investir em estudos técnicos para reavaliar os espaços urbanos e garantir qualidade de vida. Segundo ele, o primeiro passo é organizar o desenvolvimento econômico, criar diretrizes para a garantir a sustentabilidade e promover uma descentralização. “Infelizmente, Ponta Grossa acumulou várias gestões que ignoraram a necessidade de se planejar o futuro da cidade. Hoje, muitos problemas têm soluções difíceis e caras em função disso”.
Rangel diz que quer aproveitar o crescimento industrial para projetar a cidade para o futuro. Para isso, ele pretende transformar o Iplan em um "centro de genialidades", com profissionais qualificados para pensar a cidade. “Ponta Grossa precisa de uma gestão pública moderna, democrática e firme. Não se alcançam objetivos complexos como estes sem empenho e trabalho duro”.
Para Péricles de Mello, o desafio será reformatar o Iplan, construir mais parques industriais, melhorar a mobilidade e preencher os vazios urbanos. “Se quisermos uma gestão urbana eficiente, com clara compreensão dos caminhos que a cidade irá percorrer, é imprescindível resgatar o Iplan e torná-lo um instrumento do planejamento urbano participativo”, afirma.
O candidato do PT avalia que a cidade é um centro regional com vocação metropolitana. “No setor terciário há possibilidade para abertura de 2,5 mil empresas. Vamos auxiliar os empreendedores, incentivá-los e promover a qualificação profissional para o preenchimento dos empregos que surgirão”.
Primeiro turno
No primeiro turno das eleições, Marcelo Rangel obteve 59.633 votos, 33,44% dos válidos. Pericles de Mello teve 57.811 votos, 32,42% dos válidos.
Veja as propostas dos candidatos para planejar o crescimento de Ponta Grossa
Para secretário de Planejamento, há um déficit histórico na cidade
O Plano Diretor de Ponta Grossa passou por uma revisão em 2006 e, depois de uma discussão com a sociedade civil e ONGs, foi transformado na lei municipal 8.663/2006, que estabelece diretrizes para o crescimento da cidade. Algumas leis complementares ainda estão na Câmara dos Vereadores, para análise e votação. A expectativa da prefeitura é que esses projetos sejam aprovados ainda neste exercício.O secretário Municipal de Planejamento, José Ribamar Krüger, diz que o desenvolvimento da cidade tem sido acompanhado pela atual administração e afirma que obras importantes foram realizadas pensando em um crescimento ordenado. Uma delas foi a construção de ligações entre bairros populosos. “Com isso, tornamos possível em muitas travessias da cidade desviar da região central, com segurança para pedestres e veículos”, diz ele.
A pavimentação das vias também é considerada um avanço, já que a maioria dos novos loteamentos só recebe aprovação se contarem com a estrutura.
Krüger diz que houve progressos, mas assume que ainda há muitos desafios pela frente. Segundo ele, existe um déficit histórico que leva em conta as várias transformações pelas quais Ponta Grossa passou nos últimos anos. “Já não se compreende a cidade como uma estrutura imóvel, a que tudo deve se adaptar, mas o contrário: é a cidade que deve se adaptar aos novos habitantes, ao seu novo porte e ao seu novo ritmo”.
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Segundo o secretário João Luiz Kovaleski, no estudo também foi possível perceber que o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade deve dobrar em quatro anos e quadriplicar em uma década
Empresas como a Tetrapak e a Makita do Brasil devem investir R$ 290 milhões na ampliação de suas estruturas e gerar 320 novos empregos diretos. Os grandes investimentos que já estão implantados ou em fase de implantação ultrapassam a casa de R$ 1 bilhão. Empresas como Daff/Paccar, Crown, Braslar, Contitech, Batavo (Frizzia), Batavo (Moinho de Trigo), Oleoplan e Planair devem abrir novas 1.628 vagas de empregos.
A cidade também recebeu novos investimentos de médio porte. São 17 novas empresas que estão se instalando e vão ofertar mais de 700 empregos diretos. Os investimentos giram em torno R$ 160 milhões.
O Parque Tecnológico nos fundos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTPFR), que ainda será criado, deverá abrigar 150 empresas. O local, além das indústrias vai contar com uma incubadora e uma unidade do Sebrae. Oito empresas já estão em processo de instalação no local.
Instituto de Planejamento
A cidade conta com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Ponta Grossa (Iplan), criado em 1999. Entre as competências do Iplan estão a realização de estudos visando estratégias de desenvolvimento e acompanhamento e revisão do Plano Diretor, criado na década de 60.
O arquiteto Roque Sponholz, que já foi presidente do Iplan, avalia que o Plano Diretor da cidade é bem estruturado e vem sendo revisado conforme as necessidades. Na avaliação dele, o grande problema é que a cidade encheu e está crescendo horizontalmente, deixando os vazios urbanos sem utilidade.
Sponholz considera um erro criar conjuntos habitacionais muito distantes do centro, pois acabaria marginalizando os moradores. “Quando o crescimento é organizado, as distâncias são reduzidas. A pessoa mora perto do trabalho tem acesso a serviços próximos”, afirma.
Outro problema destacado por Sponholz é a falta de ligações entre os bairros. Ponta Grossa é cortada por diversos arroios e, segundo o arquiteto, para fazer a ligação é preciso construir pontes e viadutos. “Hoje, de norte a sul ou de leste a oeste, para se deslocar é preciso passar pelo centro da cidade, e isso gera congestionamento”.
Propostas
Organizar e planejar o desenvolvimento da cidade é um desafio para ambos os candidatos a prefeito de Ponta Grossa. Tanto Péricles de Mello (PT) quanto Marcelo Rangel (PPS) admitem que há falhas nessa área. Entre as principais propostas dos dois candidatos que disputam o segundo turno esstá mudar o atual formato do Iplan.
O candidato Marcelo Rangel (PPS) promete investir em estudos técnicos para reavaliar os espaços urbanos e garantir qualidade de vida. Segundo ele, o primeiro passo é organizar o desenvolvimento econômico, criar diretrizes para a garantir a sustentabilidade e promover uma descentralização. “Infelizmente, Ponta Grossa acumulou várias gestões que ignoraram a necessidade de se planejar o futuro da cidade. Hoje, muitos problemas têm soluções difíceis e caras em função disso”.
Rangel diz que quer aproveitar o crescimento industrial para projetar a cidade para o futuro. Para isso, ele pretende transformar o Iplan em um "centro de genialidades", com profissionais qualificados para pensar a cidade. “Ponta Grossa precisa de uma gestão pública moderna, democrática e firme. Não se alcançam objetivos complexos como estes sem empenho e trabalho duro”.
Para Péricles de Mello, o desafio será reformatar o Iplan, construir mais parques industriais, melhorar a mobilidade e preencher os vazios urbanos. “Se quisermos uma gestão urbana eficiente, com clara compreensão dos caminhos que a cidade irá percorrer, é imprescindível resgatar o Iplan e torná-lo um instrumento do planejamento urbano participativo”, afirma.
O candidato do PT avalia que a cidade é um centro regional com vocação metropolitana. “No setor terciário há possibilidade para abertura de 2,5 mil empresas. Vamos auxiliar os empreendedores, incentivá-los e promover a qualificação profissional para o preenchimento dos empregos que surgirão”.
Primeiro turno
No primeiro turno das eleições, Marcelo Rangel obteve 59.633 votos, 33,44% dos válidos. Pericles de Mello teve 57.811 votos, 32,42% dos válidos.
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