terça-feira, 26 de junho de 2012

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Inadimplência é recorde em maio, aponta BC
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MAELI PRADO
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

Atualizado às 11h24.
A inadimplência dos consumidores voltou a subir em maio. Dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Banco Central mostram que 8% dos empréstimos a pessoas físicas apresentam atraso no pagamento superior a 90 dias, acima dos 7,8% registrados em abril. No caso da inadimplência das empresas, o percentual se manteve em 4,1% no mês passado.
A inadimplência geral (pessoa física e pessoa jurídica) foi de 6% em maio --a maior da história (da série iniciada em junho de 2000). Já a inadimplência a pessoa física é a maior desde maio de 2009.
Análise: Alta do crédito no Brasil corrige cenário anormal
Os calotes cresceram na categoria financiamento de veículos (de 5,9% para 6,1%), cheque especial (de 10,1% para 11,3%), crédito pessoal (de 5,6% para 5,7%) e aquisição de bens (de 13,5% para 13,9%).
Apesar desse cenário de alta do calote, as taxas de juros cobradas do consumidor continuaram em queda. A taxa média para pessoas físicas no mês passado caiu de 41,8% ao ano para 38,8% ao ano. No caso dos financiamentos para pessoas jurídicas, a queda foi de 26,3% para 25%.
"[A inadimplência] manteve-se no patamar mais elevado da nossa série, influenciado pela inadimplência de pessoa física, em particular veículos. Isso acontece por conta do segundo semestre de 2010. Tivemos naquele período expansão bastante pronunciada, prazo médio dessas operações era de em média quatro anos, e isso ainda repercute na carteira de crédito", ressaltou Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.
O BC informou ainda que o spread bancário-- que é a diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e a taxa cobrada dos consumidores-- atingiu 24,7 pontos percentuais em maio, ante 26,3 pontos no mês anterior.
O volume de crédito (por meio de empréstimos e financiamentos) atingiu R$ 767 bilhões em maio, com avanço de 1,7% em maio. Segundo relatório do BC, a relação do crédito com o PIB alcançou 50,1%, ante 49,6% em abril último e 45,7% em maio do ano anterior.
"O mercado de crédito em maio evoluiu de forma favorável, em ritmo mais acentuado do que no início do ano. Observamos uma retomada gradual do crédito depois de período de arrefecimento." Para Maciel, o custo do crédito tem influência nessa dinâmica. "Em maio essa queda foi pronunciada. Não víamos quedas mensais dessa ordem desde 2003. Atingimos neste mês o piso das nossas taxas históricas."
PREOCUPAÇÃO
No fim de semana, o BIS (Banco de Compensações Internacionais, na sigla em inglês) alertou que as condições monetárias globais mais frouxas, com forte crescimento do crédito e dos preços em economias emergentes, podem levar a uma nova crise financeira. A instituição é uma espécie de banco central mundial, e tem sede na Suíça.
No alerta, o banco enfatizou que o Brasil está na zona de perigo devido ao descompasso entre o crescimento do crédito e a expansão da economia. Citou também preocupação com o nível de endividamento das famílias e das empresas brasileiras, e com o forte crescimento dos preços do mercado imobiliário.

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