Pacote do governo representa apenas 1% dos investimentos anuais do país
Especialistas afirmam que medidas são "insuficientes" para estimular a economia
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Para o economista Pedro Paulo Silveira, da TOV Corretora, a “euforia é muito grande para medidas muito pontuais, que não vão modificar em nada o cenário”. O especialista acredita que o pacote beneficiará poucos setores e apenas a curto prazo. "O valor é irrisório, não vai adiantar em nada, foi um anúncio comemorado, mas é completamente ineficiente", analisa.
Segundo Mantega, as políticas que o governo vem aplicando desde 2011 visam evitar a depreciação da economia brasileira, frente à piora do cenário externo. O ministro destacou ainda que, além de superar as consequências da crise econômica, o pacote também deverá “atender às necessidades da população, enfrentar problemas como seca no nordeste, ampliar a capacidade produtiva, melhorar estradas e aumentar os investimentos no país. É importante estimular o investimento, que é a mola mestra da economia", destacou.
Para Silveira, as medidas são “bem intencionadas”, mas estão longe de alcançar o seu objetivo, que é incentivar o investimento e assim, provocar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). “A questão fundamental é que o problema do investimento não será resolvido até o final da crise internacional. Ninguém, muito menos o Brasil, tem ferramentas para controlar a crise, a própria Dilma falou que é difícil conseguir algo quando o mundo todo não consegue fazer muita coisa”, afirmou.
O empresário Paulo Skaf, presidente da CIESP e da FIESP, sugeriu outras medidas para que o combate a desaceleração seja ainda mais efetivo. “No curto prazo, uma solução eficiente, prática e democrática é alongar os prazos de recolhimento de impostos federais e estaduais. Dessa forma, haveria mais liquidez para todas as empresas e isso estimularia a economia como um todo", afirmou.
Mantega garantiu, após o anuncio do pacote, que o Brasil crescerá mais de 2,5% este ano com estas e outras possíveis iniciativas. "As medidas não vão acabar, esta não foi a primeira, nem será a última do governo para fortalecer a indústria nacional. São várias as iniciativas para estimular a produção brasileira e assim, estimular o crescimento do PIB", afirmou.
O programa
As compras que serão realizadas pelo governo priorizam os itens produzidos no país, que podem ser adquiridos com preços até 25% superiores aos dos concorrentes na área de saúde. A margem de preferência vai variar entre 8% e 25% para o que for produzido pela indústria brasileira até junho de 2017.
Entre os itens previstos estão tomógrafos e aparelhos de hemodiálise. O governo também oferecerá financiamento do BNDES para a compra de equipamentos na área de saúde. Nesse caso, o índice de nacionalização deve ser de, no mínimo, 60% como forma de estimular a produção de equipamentos médicos no Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde.
O programa também vai beneficiar escolas por meio da compra de ônibus e mobiliários. No total, na área educacional, serão adquiridos 8,5 mil veículos e 30 mil móveis. Para combater a seca, serão comprados 8 mil caminhões e 3 mil patrulhas agrícolas (conjunto formado por tratores e implementos na busca de aumentar a produtividade agrícola). Entre os veículos, estão ainda 2,1 mil ambulâncias para o Sistema Único de Saúde e 160 vagões de trens, além de 500 motocicletas para as polícias Federal e Rodoviária Federal.
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