Guardas Municipais denunciam retaliação
Publicado em: 24/11/2013 - 00:00 | Atualizado em: 23/11/2013 - 11:39
Alguns servidores teriam sido retirados das viaturas e não estariam mais atuando armados (Foto: Fábio Matavelli) |
“Servidores foram remanejados de seus postos de trabalho, ficando sem viaturas, sem a mínima consideração ou respeito pelos seus préstimos ao longo de quase oito anos de experiência no trabalho de rua”. Este é o relato do Guarda Municipal Rodrigo de Oliveira Almeida. Ele faz parte de um grupo de servidores da corporação que alega estar sendo alvo de uma retaliação por parte do comando da Guarda Municipal de Ponta Grossa.
De acordo com ele, um grupo de aproximadamente 20 guardas foi retirado das viaturas, onde costumavam ficar de serviço, e remanejados para postos fixos. Além disso, eles também tiveram as armas retiradas, mesmo quando são escalados para atuar em postos com caixas eletrônicos ou outros locais de maior risco. “A ação é direcionada a diversos servidores que mostraram não estar contentes com a atual gestão e situação da Guarda Municipal”, frisou o GM Rodrigo.
Este grupo de servidores aponta ainda que estaria trabalhando em condições precárias, em postos mal estruturados, sem espaço adequado para realizaram as refeições. “Dependendo do posto, precisamos comer perto ou até mesmo dentro do banheiro. Claro que estamos insatisfeitos”, relatou um guarda municipal que preferiu não se identificar.
Rodrigo afirma que tudo começou no início deste ano, quando foi divulgada uma suspeita de escuta clandestina em uma das viaturas da Guarda Municipal. Considerando inconclusivo o resultado de uma sindicância instaurada para apurar a instalação do aparelho, os servidores procuraram o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ponta Grossa (Sindserv), que entrou com ação na justiça para esclarecer a legalidade desta ação.
Os guardas reclamam ainda da despesa efetuada com a compra de coletes balísticos. Em dez anos de atuação no município, dos quais passaram cerca de quatro atuando armados, os servidores da corporação não contavam com coletes balísticos. “Compramos com dinheiro do nosso próprio bolso, porque a corporação não nos deu essa segurança. Como íamos nos arriscar, em servir armados, em situações e abordagens de risco, sem o uso de um colete?”, questiona Rodrigo.
Somente nesta semana a Secretaria de Cidadania e Segurança Pública entregou aos guardas coletes balísticos. De acordo com o secretário da pasta, Ary Lovato, não existe nenhuma determinação que obrigasse o comando a ofertar os coletes aos guardas. “O que existe é o bom senso, porque trabalhando armados eles precisam do equipamento que garanta a segurança. A Guarda estava antes sob o comando da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte, mas quando foi criada a Secretaria de Segurança, as possibilidades aumentaram. A primeira providência que tomamos foi abrir licitação para a compra dos coletes. Entretanto, por conta de trâmites legais, até obtermos a autorização do Ministério da Defesa, conseguimos entregar os coletes somente agora”, explicou Lovato.
Com relação aos remanejamentos, o secretário lembra que é o comando da Guarda Municipal que estabelece a escala e postos de trabalho dos servidores. “O comandante tem total autonomia e minha absoluta confiança para realizar estas alterações. Mesmo os que foram remanejados, continuam cumprindo sua função como guardas municipais. Não seria uma resposta ao descontentamento deles. A grande maioria dos guardas atua armado, com exceção de locais que não existe a necessidade do confronto, como escolas”, afirmou o secretário.
A secretaria anuncia ainda uma série de investimentos para a Guarda Municipal, como implemento de viaturas para atuarem na 24ª Münchenfest. “Até o final de 2014, queremos passar das atuais 10 viaturas para um total de 36. Queremos criar ainda para o próximo ano um centro de formação de Guardas Municipais no município”, finalizou ele.
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