sábado, 18 de outubro de 2014

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UEPG integra primeiro Consórcio de Pesquisa do Brasil
Assessoria
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) vai integrar o primeiro Consórcio de Pesquisa do Brasil, que reunirá empresas de alta tecnologia e instituições de ciência e tecnologia (centros de pesquisas e universidades). Após dois anos de trabalho, as negociações para a formação do Consórcio de Pesquisa & Desenvolvimento em Processamento por Atrito (CPDPA) foram concluídas na última terça-feira (14/10), no Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), em São José dos Campos (SP).
A UEPG, representada pela Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (Agipi), compôs a mesa de negociações ao lado da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), Embraer, Votorantin, Mahle, Alcoa e Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). Integraram a comitiva, o diretor da Agipi, professor João Irineu de Resende Miranda, o procurador Amarildo Miguel Leal e o professor/pesquisador André Luiz Moreira de Carvalho (Departamento de Engenharia de Materiais).
Segundo João Irineu, neste encontro foi definido o instrumento jurídico do Consórcio de Pesquisa. “Entre outros pontos, ficou estabelecida a vigência do consórcio, a data de entrada em operação (março de 2015) e a forma de financiamento dos projetos pelas empresas. Também foram apresentados os primeiros quatro projetos a serem executados com o objetivo de desenvolver novas tecnologias”. A cerimônia de assinatura do documento definitivo está agendada para 27 de novembro.
O diretor da Agipi explica que a figura do Consórcio de Pesquisa corresponde a uma modalidade privilegiada de interação entre empresas e instituições de ciência e tecnologia, dentre as quais se encontram as universidades, como já existe na Europa. O objetivo é formar um "cluster" de inovação. “Isso corresponde a um conjunto de instituições de ensino e pesquisa com infraestrutura compartilhada, visando ao desenvolvimento de tecnologias para todo um setor industrial. Um exemplo de consórcio com essa finalidade é a Normandie Aeroespacial”, na França.
O professor André Luiz Moreira de Carvalho vai coordenar o projeto “Estudo da Viabilidade dos Processos por Atrito Friction Surfacing na Fabricação de Painéis Estruturais de Al 2024-T3”, em consórcio com a Embraer, Mahle e IPT. Pesquisador com pós-doutorado pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), ele explica que o objetivo é promover o desenvolvimento pré-competitivo em tecnologias de Processamento por Fricção ainda não presentes no Brasil, com institutos, universidades e empresas de diferentes setores, de modo a reduzir o elevado custo de desenvolvimento de tecnologias futuras.
Entre os resultados esperados, o pesquisador cita o estabelecimento de uma base de desenvolvimento cooperativo sobre tecnologias de processamento por atrito; a nucleação de cadeia de suprimento capaz de fornecer todas as demandas atuais e futuras da empresa; e a capacitação de universidades e centros de pesquisa para fornecer consultorias especializadas nesta tecnologia.  “A proposta é melhorar os parâmetros de processo por atrito da tecnologia do estado sólido por ‘FS’ e ‘FSP’, de modo que ambas possam ser aplicadas nos processos de fabricação de componentes estruturais de aeronaves, em superfícies resistentes ao desgaste, à corrosão e à nucleação de trinca por fadiga”.
Segundo o pesquisador da UEPG, a partir desse projeto, espera-se diminuir as etapas de processo de fabricação e, principalmente, gerar economia de material, quando comparado à usinagem ‘CNC’ de uso corrente pela Embraer. “Além disso, pretende-se investigar o processo FSP na modificação metalúrgica superficial da liga Al 2024-T3 de aplicação na fuselagem nos aviões da Embraer, de modo a obter uma maior resistência as propriedades de superfície da referida liga de alumínio”.
A UEPG também participará do projeto “União dissimilar Aço-Al por FSW”, somando-se à Alcoa, CBA e Mahle e IPT; no projeto “União de perfis de Al por FSW”, com a Alcoa, CBA, Embraer, Mahle, IPT (executor); e no projeto “Incorporação de material cerâmico em liga de alumínio por FSP”, com Alcoa, CBA, Embraer e Mahle, CNPEM (executora) e IPT.

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