sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Câmara de PG investiga suspensão do Feira Verde - jmnews.com.br veiculou

Stiven de Souza | Ponta Grossa | 21/11/2014 às 03:00h |
Justificativa da Prefeitura não convence Câmara Municipal e vereadores suspeitam que interrupção no programa é motivada por atraso em repasses a fornecedores
Para apurar os motivos da interrupção do Programa Feira Verde, vereadores de Ponta Grossa fiscalizaram ontem associações de catadores que operam em parceria com a Prefeitura. No início da semana, o Governo Municipal informou que o programa seria interrompido entre a quarta-feira e sábado devido à superlotação dos barracões que recebem os materiais recicláveis. Entretanto, novas informações oficiais dão conta que as atividades só retornam na próxima terça-feira.
Em visita à Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Oficinas (Acamaro), George de Oliveira (PMN) e Pietro Arnaud (PTB) identificaram que o barracão está apto a receber materiais. De acordo com os parlamentares, a sede da Acamaro tem 15% da sua capacidade disponível e teria condições de operar por pelo menos 15 dias. Além da disponibilidade, os associados informaram aos vereadores que não tiveram nenhum contato com a Prefeitura.
“Essa desculpa da Prefeitura, sobre a superlotação dos barracões, não nos convence. A associação tem plena condição de receber materiais e nos disseram que a Prefeitura simplesmente parou de enviar os recicláveis, sem se justificar”, disse George. O vereador acredita que as dificuldades de caixa do município são a verdadeira causa da suspensão do programa.
A justificativa do governo também não é convincente para Pietro. “Realmente, eles (Acamaro) ocuparam 75% da capacidade e têm condições de receber por mais 15 dias”, aponta. “Eu acho que é pouco argumento para interromper um programa fundamental como esse”, completa.
De acordo com dados do Portal da Transparência da Prefeitura, a principal fornecedora de alimentos ao Feira Verde, Carlos Alberto Albuquerque, não recebe desde fevereiro, quando o contrato com o município foi celebrado. Na ocasião, o governo pagou 91% do valor total previsto à empresa, fixado em R$ 1,3 milhão. Expirado em agosto, o contrato foi aditivado até fevereiro, mas ainda não houve nenhum repasse do governo. Segundo as informações, no início de outubro a Prefeitura chegou a fazer um empenho de R$ 200 mil para pagar a empresa e manter o programa, mas até a última atualização do portal os recursos não haviam sido repassados.
ASSOCIAÇÃO
Secretário ressalta superlotação
O Programa Feira Verde é vinculado à Secretaria de Abastecimento. Embora reconheça o atraso nos repasses aos fornecedores, o secretário da pasta, Sérgio Zadorosny, nega que a interrupção tenha sido causada pelas dificuldades financeiras e ressalta a superlotação das associações. “Os repasses estão atrasados como vários outros, mas não é este o motivo”, afirma. “Os vereadores fizeram a visita agora, mas na semana passada havia lotação e as próprias associações negaram os materiais, por isso fizemos esta pausa”, conta. De acordo com Zadorosny, a medida foi tomada em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente, que coordena as associações de catadores.

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