Dados finais do TSE confirmam influência econômica nas eleições e mostram que candidatos eleitos pela região gastaram pelo menos 60% a mais que os derrotados
A conquista de uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e na Câmara dos Deputados custou R$ 4,2 milhões aos candidatos eleitos. O encerramento da prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que R$ 1,4 milhão foi gasto na eleição dos deputados federais, enquanto as vagas na Alep custaram R$ 2,8 milhões aos três ponta-grossenses eleitos.De acordo com os dados do TSE, o deputado federal Sandro Alex (PPS) aplicou R$ 847 mil para garantir o segundo mandato em Brasília. Já o presidente da Câmara de Ponta Grossa, Aliel Machado (PCdoB), gastou R$ 570 mil para obter uma vaga no Congresso.
O fechamento dos números do TSE também trazem os principais doadores das campanhas eleitorais. Segundo os valores informados à Justiça Eleitoral, a maior captação de recursos da campanha de Sandro veio da Rede Condor de Supermercados, da Direção Nacional do PPS e da Direção Distrital. Só o diretório nacional do partido injetou R$ 150 mil no candidato reeleito.
Para Aliel, o doador de maior peso na disputa foi a Direção Nacional do PCdoB, seguida do candidato eleito Marcio Pauliki (PDT) e da senadora Gleisi Hoffmann (PT). O partido comunista investiu R$ 200 mil na eleição de Aliel, com recursos captados das empresas JBS/Friboi e da HRT O7G Exploração e Produção de Petróleo Ltda.
Já na disputa à Alep, a campanha mais rica foi a do deputado estadual Plauto Miró Guimarães (DEM), o mais votado da região. O parlamentar gastou R$ 1,3 milhão para garantir a reeleição, tendo como maiores doadoras as empresas Compasa do Brasil Ltda e a Pedreira Pérola, que injetaram R$ 350 mil e R$ 312 mil respectivamente.
O segundo candidato a estadual eleito com as maiores despesas de campanha foi Marcio Pauliki (PDT), que também teve a segunda maior votação dos Campos Gerais. Com as principais doações concentradas no correligionário Pedro Guerra (PDT) e na loja familiar Mercado Móveis, Pauliki aplicou R$ 954 mil na corrida à Alep.
O deputado Péricles Holleben de Mello (PT) foi o terceiro mais votado e teve a terceira campanha mais rica, com um gasto de R$ 577 mil. A reeleição do petista também contou com o apoio financeiro de Gleisi, que repassou R$ 165 mil e deu a maior contribuição do deputado. A empresa Cotrans foi a segunda maior doadora de Péricles.
DINHEIRO
Eleitos gastam pelo menos 60% a mais
O valor gasto por Aliel, que teve a segunda campanha mais rica a federal, foi 68% superior ao investido pelo terceiro candidato mais votado na região, João Barbiero (PV). Com R$ 338 mil gasto nas campanhas, Barbiero conseguiu 19 mil votos em toda a região – 63 mil a menos que Aliel. Já na disputa pela Assembleia, as despesas do último eleito, Péricles Holleben de Mello (PT), foram 61% maior do que as de George de Oliveira (PMN). O vereador gastou R$ 223 mil nas campanhas de deputado estadual.
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