Fotos: Jonas de Oliveira
A safra de grãos paranaense de verão 2015/2016 deve somar 22,1 milhões de toneladas, segundo previsão divulgada nesta sexta-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. A previsão indica uma redução de 140 mil toneladas em relação à projeção anterior, de dezembro de 2015, que foi de 22,2 milhões. As perdas ficaram concentradas na soja e no feijão, culturas mais afetadas pelas chuvas.
O secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, ressalta, no entanto, que, apesar das chuvas muito acima do esperado, o Paraná terá oportunidade de colher uma safra muito boa. Se confirmado, o volume será praticamente igual ao obtido no verão de 2015. Mas, de acordo com o secretário, nesse momento em que deverão ser intensificados os trabalhos de colheita, é necessário que o tempo estabilize. “Pois caso contrário poderá haver mudanças na produção que ainda está no campo, tanto de qualidade, como de produtividade e no processo de escoamento”, disse.
De acordo com o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, ainda é cedo para contabilizar os prejuízos financeiros por conta da chuva. As perdas ocorridas até agora causaram menos danos às lavouras do que as perdas ocorridas em 13/14, quando houve excesso de calor (falta de chuva). “Os levantamentos de fevereiro serão mais efetivos e deverão mostrar com mais clareza as consequências do clima muito chuvoso na primavera e no verão”, afirma Simioni.
Feijão
Por enquanto, a redução da qualidade da produção está sendo sentida com mais ênfase para o feijão, que é o produto mais vulnerável às variações do clima com perdas de qualidade e produtividade. O Paraná é o primeiro produtor nacional de feijão, participando com 25% da produção brasileira.
Carlos Alberto Salvador, engenheiro agrônomo responsável pela análise da cultura de feijão, informou que, aliada a uma redução de área de cerca de 6% em relação à safra 14/15 (180,2 mil/ha atual, contra 192,7 mil/ha no ano passado), as chuvas acabaram reduzindo significativamente a qualidade de parte da produção esperada para a 1ª safra de feijão.
A produção atual está estimada em 294,5 mil/t, cerca de 9% inferior à passada. Segundo Salvador a quebra de produção pelas chuvas está estimada em 40,2 mil/t até agora. Cerca de 71% da área plantada já foi colhida.
Soja
De acordo com o chefe de conjuntura do Departamento de Economia Rural (Deral), Marcelo Garrido Moreira, responsável técnico pela cultura da soja, em relação ao potencial produtivo inicial estimado em 18,2 milhões/t a quebra é estimada ao redor de 100 mil/toneladas, o que reduz as estimativas atuais para 18,1 milhões/toneladas. Contudo, se esses números forem confirmados a safra atual ainda será 7% superior à produção obtida na safra 2014/15.
As chuvas e a falta de luminosidade (dias mais nublados) foram os fatores que contribuíram para reduzir a qualidade e a produtividade da soja. “As primeiras áreas que foram colhidas (cerca de 7% da área) apresentaram rendimentos menores que os esperados inicialmente, mas ainda é cedo estimar níveis de quebra de produtividade, pois há diferenças regionais”, disse Garrido.
Comercialização
Em relação ao mercado, cerca de 34% da produção de soja já está vendida. Em 2015 esse percentual estava estimado em torno de 12%.
Os preços estão em elevação diante da expectativa ainda incerta da safra do Sul do Brasil, em especial no Paraná, que é o segundo maior produtor nacional, atrás somente do Mato Grosso. O preço médio da saca de soja de 60kg no Paraná no mês de janeiro/16 foi de R$ 70,82/60-kg - (preço médio nominal recebido pelos produtores). Este valor é 112% maior que o custo variável de produção que hoje é estimado em R$ 33,39 por saca. Em janeiro de 2015 o produtor recebeu pela mesma saca R$ 55,75, ou seja, uma valorização nominal de 27%.
Milho
Estimativa do Deral aponta que a colheita do milho da primeira safra está evoluindo dentro das médias históricas, cerca de 6% até o presente momento, percentual praticamente igual a da temporada passada.
A qualidade do milho colhido, também, não apresenta grandes variações, o que está permitindo manter as estimativas de colheita ao redor de 3,6 milhões de toneladas, volume muito próximo ao potencial produtivo inicial. Edmar Wardensk Gervasio, analista da cultura de milho, informa que à medida que avança a colheita da soja o plantio do milho 2ª safra, principal safra no Paraná para o grão, também evolui.
A área estimada para a segunda safra 15/16 é de 2,03 milhões de hectares, 5% superior à safra anterior. Deste total já foram plantados cerca de 13% da área. A produção está estimada em aproximadamente 11,8 milhões/t e caso venha a ser confirmada será 2% superior à obtida no ano passado, novamente sendo safra recorde.
Mandioca
De acordo com as análises de Methodio Groxko, responsável técnico do Deral pela cultura da mandioca, após um ano bastante complicado para a cadeia produtiva os preços começaram a reagir durante as últimas semanas de 2015.
Atualmente, o preço recebido pelos produtores gira em média de R$ 218,00 a tonelada da raiz posta na indústria. Este preço já remunera o custo variável de produção, que é de R$ 204 por tonelada. Também houve uma melhora dos preços no atacado de farinha e fécula, registrando nos últimos dias de 2016, R$ 59,00 a saca de 50kg, para a farinha, e R$ 37,50 para a saca de 25kg para a fécula.
A safra de grãos paranaense de verão 2015/2016 deve somar 22,1 milhões de toneladas, segundo previsão divulgada nesta sexta-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. A previsão indica uma redução de 140 mil toneladas em relação à projeção anterior, de dezembro de 2015, que foi de 22,2 milhões. As perdas ficaram concentradas na soja e no feijão, culturas mais afetadas pelas chuvas.
O secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, ressalta, no entanto, que, apesar das chuvas muito acima do esperado, o Paraná terá oportunidade de colher uma safra muito boa. Se confirmado, o volume será praticamente igual ao obtido no verão de 2015. Mas, de acordo com o secretário, nesse momento em que deverão ser intensificados os trabalhos de colheita, é necessário que o tempo estabilize. “Pois caso contrário poderá haver mudanças na produção que ainda está no campo, tanto de qualidade, como de produtividade e no processo de escoamento”, disse.
De acordo com o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, ainda é cedo para contabilizar os prejuízos financeiros por conta da chuva. As perdas ocorridas até agora causaram menos danos às lavouras do que as perdas ocorridas em 13/14, quando houve excesso de calor (falta de chuva). “Os levantamentos de fevereiro serão mais efetivos e deverão mostrar com mais clareza as consequências do clima muito chuvoso na primavera e no verão”, afirma Simioni.
Feijão
Por enquanto, a redução da qualidade da produção está sendo sentida com mais ênfase para o feijão, que é o produto mais vulnerável às variações do clima com perdas de qualidade e produtividade. O Paraná é o primeiro produtor nacional de feijão, participando com 25% da produção brasileira.
Carlos Alberto Salvador, engenheiro agrônomo responsável pela análise da cultura de feijão, informou que, aliada a uma redução de área de cerca de 6% em relação à safra 14/15 (180,2 mil/ha atual, contra 192,7 mil/ha no ano passado), as chuvas acabaram reduzindo significativamente a qualidade de parte da produção esperada para a 1ª safra de feijão.
A produção atual está estimada em 294,5 mil/t, cerca de 9% inferior à passada. Segundo Salvador a quebra de produção pelas chuvas está estimada em 40,2 mil/t até agora. Cerca de 71% da área plantada já foi colhida.
Soja
De acordo com o chefe de conjuntura do Departamento de Economia Rural (Deral), Marcelo Garrido Moreira, responsável técnico pela cultura da soja, em relação ao potencial produtivo inicial estimado em 18,2 milhões/t a quebra é estimada ao redor de 100 mil/toneladas, o que reduz as estimativas atuais para 18,1 milhões/toneladas. Contudo, se esses números forem confirmados a safra atual ainda será 7% superior à produção obtida na safra 2014/15.
As chuvas e a falta de luminosidade (dias mais nublados) foram os fatores que contribuíram para reduzir a qualidade e a produtividade da soja. “As primeiras áreas que foram colhidas (cerca de 7% da área) apresentaram rendimentos menores que os esperados inicialmente, mas ainda é cedo estimar níveis de quebra de produtividade, pois há diferenças regionais”, disse Garrido.
Comercialização
Em relação ao mercado, cerca de 34% da produção de soja já está vendida. Em 2015 esse percentual estava estimado em torno de 12%.
Os preços estão em elevação diante da expectativa ainda incerta da safra do Sul do Brasil, em especial no Paraná, que é o segundo maior produtor nacional, atrás somente do Mato Grosso. O preço médio da saca de soja de 60kg no Paraná no mês de janeiro/16 foi de R$ 70,82/60-kg - (preço médio nominal recebido pelos produtores). Este valor é 112% maior que o custo variável de produção que hoje é estimado em R$ 33,39 por saca. Em janeiro de 2015 o produtor recebeu pela mesma saca R$ 55,75, ou seja, uma valorização nominal de 27%.
Milho
Estimativa do Deral aponta que a colheita do milho da primeira safra está evoluindo dentro das médias históricas, cerca de 6% até o presente momento, percentual praticamente igual a da temporada passada.
A qualidade do milho colhido, também, não apresenta grandes variações, o que está permitindo manter as estimativas de colheita ao redor de 3,6 milhões de toneladas, volume muito próximo ao potencial produtivo inicial. Edmar Wardensk Gervasio, analista da cultura de milho, informa que à medida que avança a colheita da soja o plantio do milho 2ª safra, principal safra no Paraná para o grão, também evolui.
A área estimada para a segunda safra 15/16 é de 2,03 milhões de hectares, 5% superior à safra anterior. Deste total já foram plantados cerca de 13% da área. A produção está estimada em aproximadamente 11,8 milhões/t e caso venha a ser confirmada será 2% superior à obtida no ano passado, novamente sendo safra recorde.
Mandioca
De acordo com as análises de Methodio Groxko, responsável técnico do Deral pela cultura da mandioca, após um ano bastante complicado para a cadeia produtiva os preços começaram a reagir durante as últimas semanas de 2015.
Atualmente, o preço recebido pelos produtores gira em média de R$ 218,00 a tonelada da raiz posta na indústria. Este preço já remunera o custo variável de produção, que é de R$ 204 por tonelada. Também houve uma melhora dos preços no atacado de farinha e fécula, registrando nos últimos dias de 2016, R$ 59,00 a saca de 50kg, para a farinha, e R$ 37,50 para a saca de 25kg para a fécula.