COPE começa a ouvir detidos no caso Cescage
Publicado em: 26/02/2013 - 00:00 | Atualizado em: 25/02/2013 - 21:09
Patrícia Biazetto
Começaram a ser ouvidas ontem, em Curitiba, as pessoas detidas, na última sexta-feira, durante a operação do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) da Polícia Civil que investiga empréstimos e emissão de notas fraudulentas, falsificação de assinatura e lavagem de dinheiro, e que resultou na prisão temporária da sócia-administradora e diretora do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage), Júlia Streski, além dos funcionários Ivete Marcowicz (diretora financeira), Zilmari Viechinieski (contadora) e Jorge Karan (consultor). A primeira a ser ouvida foi a contadora Zilmari.
Segundo o delegado que acompanha o caso, Cassiano Aufiero, o depoimento de cada um dos envolvidos deve ser extenso, em torno de cinco horas, portanto, será ouvida uma pessoa por dia. Paralelamente, a Polícia Civil analisa a documentação apreendida em cidades como Ponta Grossa e Curitiba, já que foram cumpridos em torno de 20 mandados de busca e apreensão, além de bloqueios bancários, de pessoas supostamente envolvidas no caso. “A investigação ocorre de forma sigilosa e podem ocorrer mais prisões. Estamos correndo contra o tempo, já que a prisão é temporária, com duração de cinco dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo tempo”, relata. O delegado não soube informar o cronograma dos depoimentos. Os principais envolvidos no caso Cescage seguem detidos no 5º Distrito e no Centro de Triagem I.
Ontem, o desembargador José Sebastião Fagundes Cunha, que também é sócio do Cescage e vítima das ações criminosas, disse que DC que foi alertado por funcionário a respeito da falsificação de assinaturas e de empréstimo fraudulento de 10 milhões de Euros que seria realizado no exterior. “Fiquei durante um ano aproximadamente recolhendo provas”, diz. Com relação às atividades no Cescage, Cunha diz que uma Comissão Provisória que dará continuidade ao gerenciamento da instituição de ensino superior. A Comissão Provisória é formada por Osmar Heberle, professor Raimundo Jorge Teles de Araújo Pereira, Felipe Tozetto Costa, Luciene Aparecida Salto e Edilma Lechmann Maravieski. Em nota enviada à imprensa, é garantido que todas as atividades acadêmicas da Instituição permanecem normalizadas. O sócio da instituição diz ainda que pediu através da 2ª Vara Cível o desligamento de Júlia Streski da sociedade do Cescage, em função de todas as suspeitas. O DC tentou contato com o advogado de defesa de Júlia Streski, na esfera criminal, René Dotti, mas o mesmo não foi encontrado.
Operação
A operação do COPE foi realizada, em Ponta Grossa, na última sexta-feira. Foram presas quatro pessoas, entre elas a sócia-administradora e diretora do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage), Júlia Streski, além dos funcionários Ivete Marcowicz (diretora financeira), Zilmari Viechinieski (contadora) e Jorge Karan (consultor), durante uma operação que investiga empréstimos e emissão de notas fraudulentas; falsificação de assinaturas do sócio do Cescage e também vítima das ações criminosas, José Sebastião Fagundes Cunha; lavagem de dinheiro. A Polícia também cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em Ponta Grossa e Curitiba. Há a possibilidade, no entanto, de mais duas dezenas de pessoas estarem envolvidas no esquema, que já desviou pelo menos R$ 40 milhões, sendo que o valor pode ser ainda maior. O dinheiro desviado era utilizado em benefício particular dos fraudadores, inclusive para a aquisição de veículos e imóveis de luxo.
Arquivo DC |
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Delegado Cassiano Aufiro, do COPE, diz que todos os detidos serão ouvidos nesta semana |
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