PG é a 2ª cidade com mais denúncias de abusos sexuais infantis
Publicado em: 16/05/2014 - 00:00 | Atualizado em: 15/05/2014 - 20:02
Ponta Grossa registrou 92 denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes no ano passado
De acordo com o Ministério Público, Ponta Grossa foi a segunda cidade paranaense com o maior número de casos envolvendo denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no ano passado.
Um relatório do MP indica que em 2013 houve 92 denúncias em Ponta Grossa, número maior que outras cidades paranaenses como Foz do Iguaçu (91), Cascavel (86), Londrina (74) e Maringá (68). Curitiba é a que possui o maior número de denúncias relativas a abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, com 319 casos em 2013. Isso sem considerar a Região Metropolitana, que também apresenta alta incidência. Em São José dos Pinhais, por exemplo, houve 33 registros no ano passado; em Colombo, 29; e em Fazenda Rio Grande, 25.
Praticamente uma em cada quatro denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes registradas no Brasil, em 2013, partiu do Paraná. Foram 1.716 notificações no Estado, 24% dos 7.217 registros feitos no país. Os números são da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal, que centraliza as queixas ao “Disque 100”. O número de casos pode ser ainda maior, já que muitas situações não são comunicadas.
“Sempre que pensamos em prevenção e no enfrentamento do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes, não podemos considerar apenas uma localidade, mas todo o seu entorno. Em especial nesse período de Copa, temos de estar preparados para enfrentar a questão não só em Curitiba, mas no litoral, na Região Metropolitana, nas cidades turísticas e de fronteira, como é o caso de Foz do Iguaçu”, observa o procurador de Justiça do Ministério Público do Paraná, Murillo José Digiácomo, que coordena o Centro de Apoio às Promotorias de Justiça da Criança, do Adolescente e da Educação (CAOPCAE).
O MP lembra que ao desconfiar de que uma criança possa estar sendo abusada ou explorada sexualmente, qualquer cidadão pode, e deve, denunciar. Professores e profissionais de saúde têm o dever de comunicar o Conselho Tutelar diante de qualquer suspeita, ainda que não confirmada, de abuso e de exploração sexual de crianças e adolescentes.
Entre as mudanças no comportamento e nos hábitos alimentares que devem ser reparadas estão isolamento, apatia, vergonha excessiva, fugas de casa, terror noturno, ideias ou tentativas de suicídio, alteração no rendimento escolar, comportamento sexual inadequado para a idade, brincadeiras sexuais agressivas.
Eventos marcam combate à exploração
Diversos eventos fazem parte da Semana de Enfrentamento a Violência e Exploração Infantil em Ponta Grossa e na região. A partir das 9 horas de hoje acontece a abertura oficial da Semana e uma palestra com a promotora da Vara Infância e Juventude de Ponta Grossa, Adélia Simões, além da psicóloga Simone Kazomi, na sede da CCR Rodonorte. “Nosso papel é sempre manter o tema em evidência, fazer com que as pessoas não se esqueçam e não deixem de denunciar situações que envolvam a exploração sexual de crianças e adolescentes”, explica Dhiego Rodrigues, coordenador do Ceves. Além das palestras, a sexta-feira também terá entrega de panfletos na BR-376; a ação inicia às 14 horas, no Posto Furnas da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Já no sábado, a partir das 10 horas, a entidade fará uma caminhada partindo da Rua Fernandes Pinheiro (ao lado do Terminal Central).
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