No Brasil, 8,5 milhões de alunos estão atrasados duas séries na escola
Marcelle Souza
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
- Danilo Verpa/Folhapress
Nessas duas etapas de ensino o país tinha 37,3 milhões de matrículas em 2013. São crianças e adolescentes que reprovaram, abandonaram a escola ou já foram alfabetizados com atraso.
"Nós temos esse descompasso, que é a falta de correspondência entre e a idade e o ano escolar. A responsabilidade de solucionar esse problema é do governo federal e dos governos estaduais e municipais, junto com a sociedade. Não é só um problema de gestão do setor público, é uma questão das prioridades que a sociedade estabelece", afirma Maria Beatriz Luce, secretária de Educação Básica do MEC (Ministério da Educação).
O ideal é que o aluno tenha 6 anos no 1º ano do ensino fundamental e complete 14 anos no 9ª ano. Já as três séries do ensino médio devem ser feitas entre os 15 e os 17 anos. A realidade, porém, é que 21% dos estudantes do fundamental e 29,5% do ensino médio não estão na sala correta.
Para especialistas, as principais causas desse atraso são a repetência e a evasão escolar, que refletem problemas estruturais e pedagógicos das escolas. "O fluxo escolar melhora quando há acompanhamento mais perto dos alunos, escolas menores e próximas às casas dos alunos, equipe escolar estável e programas de recuperação ao longo do período letivo", afirma José Marcelino Rezende Pinto, professor da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto.
O pico de defasagem ocorre no 6º ano do ensino fundamental e no 1º ano do ensino médio, fases importantes de transição na vida escolar. No primeiro caso, os alunos deixam salas menores e com apenas um professor para entrar em uma etapa de maior exigência, muitas vezes acompanhada da troca de escola.
"Na primeira fase do ensino fundamental [do 1º ao 5º ano] o aluno tem uma rotina, menos professores, menos disciplinas e está acostumado com um ritmo na escola. No 6º ano pode acontecer de mudar de escola, então há uma adaptação, mais disciplinas e mais professores", afirma Adriana Aguiar, secretária de Educação do Tocantins e vice-presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação).
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