ENTENDA A LEI QUE OBRIGARÁ O USO DE FAROL BAIXO DURANTE O DIA
Projeto que recomenda a ação apenas nas estradas teve início há mais de dois anos e agora passa por revisão do Senado. Estudos internacionais comprovam a eficácia das chamadas “luzes diurnas”
10/09/2015 15h59 - atualizado às 16h15 em 10/09/2015
No Brasil, o projeto 5070/13 foi apresentado em 27 de fevereiro de 2013, após um pedido do leitor paranaense Ronaldo Viana Soares. Para o deputado Bueno, pesquisas em países internacionais como o Japão e Estados Unidos, foram importantes para justificar a nova regra, que evitaria acidentes graves nas estradas.
Estudos sobre a luz diurna
Na realidade, alguns países de fora já fabricam os carros com o chamado “Daytime Running Light”, ou seja, um dispositivo de iluminação diurna que liga automaticamente com o carro. Na Europa, por exemplo, a regulação prevê a obrigatoriedade do DRL desde 2011. Como muitas colisões de trânsito são resultado da falha do motorista em perceber outro veículo, o dispositivo foi instalado em todos os carros da GM nos Estados Unidos desde 1995. Em estudo feito pela multinacional, concluiu-se que os clientes evitaram mais de 25 mil colisões de veículos após a inclusão do DRL.
No Brasil, você já encontra alguns carros fabricados com o DRL, como é o caso do Peugeot 208, o Citroën C3, o Volkswagen Jetta e o Fiat 500.
Ações como esta também foram resultado de análises do Euro NCAP e outras organizações, que comprovaram uma redução significativa no número de colisões. Como complementa o Secretário Geral da Latin NCAP Alejandro Furas, o Uruguai também é um dos países que conta com esse tipo de lei e usa o dispositivo automático das luzes dianteiras. Furas explica que há poucas opiniões contrárias, vindas de outros países da região que não quiseram colocar as luzes diurnas com a desculpa do maior consumo de combustível. “Esse aumento é mínimo, e as próprias normas da ONU indicam que as luzes diurnas ou o consumo de LED é significativamente menor”.
Para a organização, o objetivo é realmente dar mais visibilidade em todas as situações, tanto nas ruas quanto nas estradas, de dia e à noite. “Um veículo com luzes acesas durante o dia torna-se mais rápido e fácil de ser notado por outros condutores, ciclistas, motociclistas ou pedestres. Ainda ajuda na segurança pois dá uma noção melhor de distância ao veículo”, diz Furas.
De toda forma, ainda faltam estudos no Brasil que comprovem a eficácia da proposta.
Caso o projeto seja aprovado, o Art. 40 do Código de Trânsito deixará de obrigar o motorista a deixar o farol aceso de dia apenas nos túneis. Ele passará a ser descrito da seguinte forma: “o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos túneis providos de iluminação pública e nas rodovias”. O descumprimento da regra será considerado infração média, punida com multa (R$ 85,13 + quatro pontos na carteira).
O que muda, de fato, é o uso obrigatório dos faróis nas rodovias, e não em vias comuns. “Há um alto número de acidentes nas estradas, que poderiam ser evitados com o uso do farol baixo. Na cidade mesmo o número é menor, porque tem semáforo e o controle de segurança é maior”, explica o deputado Bueno, sem pretensão de expandir o projeto.
Para trafegar nas vias, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) já previa uma recomendação para que os motoristas deixassem o farol ligado, porém, sem obrigatoriedade, é raro as pessoas obedecerem, segundo o deputado. Ele ainda afirma que ninguém se manifestou contra o projeto na Câmara e que a reação das pessoas nas ruas tem sido positiva. “A cada 10, tem uma crítica. Sempre lembrando que se a lei for aprovada, ela não trará nenhum custo para o proprietário do veículo. É só ligar o farol”, conclui.
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