Trem Pé-Vermelho aguarda aval do PAC
Projeto de linha férrea para passageiros no Norte do Paraná é o
mais avançado entre os 19 que estão sob análise do governo federal
Publicado em 21/11/2012 | Diego Antonelli
Mais conhecido como “Trem Pé-Vermelho”, o projeto está inscrito para receber verba do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Médias Cidades. Por estar em um estágio mais avançado que as outras 18 propostas, ele pode ser o primeiro trem regional a ser analisado pelo governo federal e colocado em prática. O resultado da seleção deve ser divulgado na primeira quinzena do mês que vem.
País tem hoje só duas linhas em operação
Apenas duas linhas de passageiros funcionam atualmente no país: uma liga Belo Horizonte (MG) a Vitória (ES) e outra, São Luís (MA) a Carajás (PA) – ambas são operadas pela Companhia Vale do Rio Doce. O atual cenário contrasta com o de meio século atrás. Na década de 1960, cerca de 100 milhões de passageiros eram transportados em trens interurbanos anualmente. Hoje, esse número é de 1,5 milhão por ano.Além do “Trem Pé-Vermelho”, outros dois projetos são considerados pela Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) em estágio de discussão avançado. Um trata da ligação entre Brasília (DF) e Goiânia (GO), passando por Anápolis (GO). O outro corresponde a 500 quilômetros de trilhos em Minas Gerais que fariam a conexão entre Belo Horizonte e cidades como Sete Lagoas, Ouro Preto e Brumadinho. “Ainda não foram realizados estudos técnicos, mas é um indício que os trens de passageiros estão voltando”, reforça o presidente da associação, Vicente Abate. “O risco de acidentes que existe nas ferrovias é menor. Não há congestionamento e o tempo de deslocamento é mais rápido”, completa. (DA)
34 mil
de 56 mil passageiros que transitam de ônibus diariamente na região prevista para receber a linha Ibiporã-Paiçandu experimentariam o trem, segundo estimativa do estudo que acompanha o projeto. Entre os usuários rotineiros de carro, o índice de transferência para o trem é ainda maior: dos 3.227 passageiros frequentes, 75,2% trocariam a estrada pelos trilhos.O “Trem Pé-Vermelho” vai interligar 13 cidades de pequeno e médio portes. O custo estimado do investimento, no regime de parceria público privada (PPP), é de R$ 671,8 milhões. A ferrovia terá cerca de 150 quilômetros de extensão e a previsão é que transporte pelo menos 13,2 milhões de passageiros no primeiro ano de operação. Há ainda a possibilidade de que o trem a ser implantado seja do tipo Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que trafega entre 80 e 100 quilômetros por hora.
Região rica
Segundo o projeto, as cidades que serão atendidas pela linha têm juntas 1,75 milhão de habitantes. A região concentra aproximadamente 26% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná, que foi de R$ 251 bilhões em 2011. Há mais de 44 mil empresas operando na região, sendo 8,4 mil indústrias e 23 complexos industriais.
“Temos uma demanda muito grande de passageiros que são funcionários dessas empresas. O trem facilitaria o deslocamento dessas pessoas”, diz Nilvado Benvenho, conselheiro da Associação Comercial e Industrial de Londrina.
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