quarta-feira, 21 de novembro de 2012

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Transporte ferroviário

Trem Pé-Vermelho aguarda aval do PAC


Projeto de linha férrea para passageiros no Norte do Paraná é o mais avançado entre os 19 que estão sob análise do governo federal

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Publicado em 21/11/2012 | Diego Antonelli
Após quatro décadas de esquecimento, o transporte ferroviário está prestes a ganhar um novo impulso no Brasil. O go­­verno federal estuda a implantação de 19 novas linhas re­­­­gionais de trem de passageiros. Se todos os projetos vin­­garem, o país terá mais 3 mil quilômetros de trilhos pa­­ra locomoção de pessoas em 14 estados até 2020. Um dos estudos é paranaense e pla­­neja ligar as cidades de Pai­­çandu e Ibiporã, passando por Londrina e Maringá, no Norte do estado.
Mais conhecido como “Trem­­ Pé-Vermelho”, o proje­­to es­­tá inscrito para receber verba do Programa de Aceleração do Cres­­cimento (PAC) Mobilidade Mé­­dias Cidades. Por estar em um estágio mais avançado que as outras 18 propostas, ele pode ser o primeiro trem regional a ser analisado pelo gover­­no federal e colocado em práti­­ca. O resultado da seleção deve ser divulgado na primeira quinzena do mês que vem.
País tem hoje só duas linhas em operação
Apenas duas linhas de passageiros funcionam atualmente no país: uma liga Belo Horizonte (MG) a Vitória (ES) e outra, São Luís (MA) a Carajás (PA) – ambas são operadas pela Companhia Vale do Rio Doce. O atual cenário contrasta com o de meio século atrás. Na década de 1960, cerca de 100 milhões de passageiros eram transportados em trens interurbanos anualmente. Hoje, esse número é de 1,5 milhão por ano.
Além do “Trem Pé-Ver­­melho”, outros dois projetos são considerados pela Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) em estágio de discussão avançado. Um trata da ligação entre Brasília (DF) e Goiânia (GO), passando por Anápolis (GO). O outro corresponde a 500 quilômetros de trilhos em Minas Gerais que fariam a conexão entre Belo Horizonte e cidades como Sete Lagoas, Ouro Preto e Brumadinho. “Ainda não foram realizados estudos técnicos, mas é um indício que os trens de passageiros estão voltando”, reforça o presidente da associação, Vicente Abate. “O risco de acidentes que existe nas ferrovias é menor. Não há congestionamento e o tempo de deslocamento é mais rápido”, completa. (DA)
34 mil
de 56 mil passageiros que transitam de ônibus diariamente na região prevista para receber a linha Ibiporã-Paiçandu experimentariam o trem, segundo estimativa do estudo que acompanha o projeto. Entre os usuários rotineiros de carro, o índice de transferência para o trem é ainda maior: dos 3.227 passageiros frequentes, 75,2% trocariam a estrada pelos trilhos.
Segundo o presidente da As­­sociação Brasileira da In­­­dús­­tria Ferroviária (Abifer), Vi­­cente Abate, o projeto do Pa­­raná e o que pretende ligar Ben­­to Gonçalves a Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, estão mais adiantados que os demais. Contudo, o trem gaúcho não foi inscrito no PAC e dificilmente será apreciado ainda nes­­te ano pela União. Ambos os estudos foram feitos pelo La­­boratório de Transportes da Universidade Federal de San­­ta Catarina. Segundo o estudo que embasa o projeto paranaense, a demanda no trecho é de 36 mil passageiros por dia.
O “Trem Pé-Vermelho” vai interligar 13 cidades de pequeno e médio portes. O custo estimado do investimento, no regime de parceria público privada (PPP), é de R$ 671,8 milhões. A ferrovia terá cerca de 150 quilômetros de extensão e a previsão é que transporte pelo menos 13,2 milhões de passageiros no primeiro ano de operação. Há ainda a possibilidade de que o trem a ser implantado seja do tipo Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que trafega entre 80 e 100 quilômetros por hora.
Região rica
Segundo o projeto, as cidades que serão aten­­didas pela linha têm juntas 1,75 milhão de habitantes. A região concentra aproximadamente 26% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná, que foi de R$ 251 bilhões em 2011. Há mais de 44 mil empresas operando na região, sendo 8,4 mil indústrias e 23 complexos industriais.
“Temos uma demanda mui­­to grande de passageiros que são funcionários dessas empresas. O trem facilitaria o deslocamento dessas pessoas”, diz Nilvado Benvenho, conselheiro da Associação Comercial e Industrial de Londrina.

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