Justiça prorroga prisão de suspeitos de desvio de R$ 40 milhões

Da Redação

Publicado em: 28/02/2013 - 00:00 | Atualizado em: 27/02/2013 - 21:26

Patrícia Biazetto

O delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE), Cassiano Aufiero, disse ontem ao DC que cogita pedir a prisão preventiva da sócia do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage), Júlia Streski, e dos funcionários Zilmari Viechinieski (contadora), Jorge Karan (consultor) e Ivete Marcowicz (diretora financeira) – presos temporariamente desde sexta-feira passada. Eles são apontados pela polícia como os principais acusados de desviar R$ 40 milhões do Cescage, como também de lavagem de dinheiro e falsificarem assinatura em empréstimos fraudulentos.

Na noite de terça-feira, a justiça prorrogou o prazo da prisão temporária por mais cinco dias. Os acusados seguem detidos até domingo, dia 3. Desde o início da semana a polícia está escutando os envolvidos no caso, sendo que ontem o consultor Jorge Karan prestou depoimento. Hoje, no entanto, será a vez da sócia do Cescage, Júlia Streski. Zilmari e Ivete foram escutadas pela polícia na última segunda e terça-feira, respectivamente.

Ontem, o COPE cumpriu novos mandados de busca e apreensão em Toledo e Pinhão, em função de desmembramentos na investigação. Conforme Aufiero, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Pinhão e um em Toledo. Após o término da prisão temporária, no próximo domingo, haverá uma terceira etapa da investigação. “Serão analisadas todas as provas colhidas, o que pode demandar certo tempo. Há a possibilidade de ser pedida a prisão preventiva dos principais acusados no caso do desvio, principalmente da Júlia (Streski)”, revela.

Segundo o delegado, a prisão preventiva ainda não foi solicitada à justiça em função do tempo. “Se pedirmos já a preventiva dos envolvidos, teríamos apenas 10 dias para concluir o inquérito. Na nossa análise esse tempo é curto, portanto eles deverão responder ao inquérito inicialmente em liberdade”, explica. Ainda conforme Aufiero, a polícia quer analisar toda a documentação minuciosamente. Já foi mantido contato com a Procuradoria da Fazenda para a troca de informações e, em breve, será nomeado um perito para perícia contábil de todas as provas colhidas na operação. O laudo da perícia, no entanto, deve demandar tempo.

Operação

Júlia Streski, Zilmari Viechinieski, Jorge Karan e Ivete Marcowicz foram detidos durante operação do COPE, na última sexta-feira, em Ponta Grossa. Eles são acusados de desviar aproximadamente R$ 40 milhões do Cescage, e lavagem de dinheiro, falsificação de assinaturas, empréstimos e notas fraudulentas. A polícia também cumpriu no dia da operação 30 mandados de busca e apreensão em Ponta Grossa e Curitiba. Há a possibilidade, conforme afirmou o delegado Cassiano Aufiero, de mais duas dezenas de pessoas serem detidas.

Júlia Streski é destituída do cargo de administradora
Ontem, o juiz de Direito da 2ª Vara Criminal de Ponta Grossa, Gilberto Romero Perioto, destituiu Júlia Streski do cargo de administradora da instituição e nomeou como administrador provisório judicial da instituição o economista e ex-reitor da UEPG, Paulo Roberto Godoy. A decisão judicial foi proferida nos autos de ação ordinária n° 18097/2012, proposta, há mais de seis meses, pelo sócio José Sebastião Fagundes Cunha contra a também sócia Júlia, objetivando a destituição desta do cargo de administradora da Instituição, por má gestão administrativa e atos fraudulentos. O administrador provisório judicial terá prazo de sete dias para formar um novo Comitê Gestor, com atribuições e responsabilidades conjuntas e/ou específicas, o qual deverá contar com um profissional da área contábil; um coordenador geral pedagógico tanto para a graduação, quanto para a pós-graduação; e um gerente administrativo-financeiro. A assunção de nova administração está sendo feita em benefício dos alunos, docentes e funcionários, visando a regular continuidade das atividades do Cescage. No início da semana, no entanto, foi formada uma Comissão Provisória para gerenciar a instituição, conforme determinação judicial na esfera criminal.