Nova linha é mais rápida e barata para os usuários
Segunda ferrovia entre o Oeste do Paraná e Paranaguá teria
frete 25% mais baixo que o do binário por Santa Catarina
Publicado em 05/11/2012 | Pedro Brodbeck
Um levantamento feito pela Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Seil), comparou as alternativas de transporte de escoamento da produção agrícola do estado para avaliar qual seria a proposta mais rápida e barata para os usuários. O estudo levou em conta os projetos que estão sendo discutidos no PIL, que prevê investimentos de R$ 133 bilhões em ferrovias e rodovias para os próximos 25 anos.
Valec
Estudo de viabilidade técnica do trecho é adiado em quatro mesesA Valec, estatal que planeja e executa obras ferroviárias no país, adiou o início do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) do trecho que liga Cascavel a Paranaguá. Há trinta dias, o edital da empresa previa que o estudo fosse contratado em outubro deste ano e finalizado em setembro do ano que vem. Agora, a estatal prevê que o estudo seja contratado somente em fevereiro de 2013. Não existe previsão para o início do estudo de impacto ambiental ou projeto de execução da obra, que são os passos seguintes.
O trecho de 360 quilômetros que liga Maracaju (MS) a Cascavel já está com o EVTEA contratado e os demais estudos previstos. Pela programação, o projeto executivo da obra ficará pronto em março de 2016.
A extensão da chamada ferrovia Norte-Sul, entre Panorama (SP) e Chapecó (SC), também já está em processo de estudo de viabilidade. O EVTEA que vai definir por quais municípios paranaenses a ferrovia vai passar. O primeiro trajeto divulgado pela Valec previa que a estrada de ferro cruzasse a região central do estado, passando por Maringá e Guarapuava, mas é possível que ela seja desviada para o Oeste do estado, passando por Campo Mourão e Cascavel. (PB)
Para o assessor de gestão estratégica da Seil, Fernando Ferro de Lima, a alternativa de uma nova ferrovia é a que tem melhor relação custo/benefício para os usuários. “Em razão dos raios de curva e das rampas, é possível transportar uma carga de Guarapuava ao porto em pouco mais de 6 horas”, afirma. No sistema binário, a carga demoraria 19 horas para chegar ao litoral.
O traçado atual da ferrovia – que seria aproveitado na proposta de binário – é cheio de curvas que limitam a velocidade das locomotivas. “As ferrovias atuais são centenárias. Foram construídas para competir com o transporte de mulas. Hoje já estão totalmente defasadas”, afirma Lima.
Além de a velocidade ser menor, o frete também seria mais caro, pois a estrutura precária no traçado da Serra do Mar impede os trens de trafegar puxando o limite máximo de vagões. “Com uma locomotiva com mais vagões e fazendo um trajeto em um tempo mais curto, o custo seria menor”, explica o membro do conselho de infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr.
Com as curvas fechadas e rampas acentuadas do trajeto atual, as locomotivas trafegam a uma velocidade média de 27 km/h. Na Serra do Mar, ela cai a 15 km/h. No mesmo trecho, as locomotivas só conseguem operar com um máximo de 20 vagões por locomotiva.Há outro inconveniente na proposta de binário: enquanto as obras fossem realizadas na ferrovia atual, o trecho ficaria parado para o transporte de cargas, o que colocaria cerca de 250 mil caminhões a mais descendo a serra por ano.
O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, afirma que a BR-277 já opera no seu limite. Ele acredita que o ideal seria transpor a matriz do transporte de cargas para uma ferrovia mais eficiente, liberando a rodovia para um fluxo mais constante.
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