Felipe Rosa/Gazeta do Povo
Comércio de veículos volta a esticar prazo de pagamento
Parcelamentos em até 60 meses, raros até pouco tempo atrás,
estão de volta. Setor diz que bancos estão aprovando mais cadastros
Publicado em 18/11/2012 | Cristina Rios
Na reta final do ano, os bancos voltaram a esticar prazos de financiamentos
de veículos. Já é possível encontrar nas revendas parcelamentos de até 60 vezes,
algo pouco provável há dois meses, quando o limite praticado no mercado estava
em 48 meses e havia exigência de pelo menos 20% do valor do automóvel de
entrada. A intenção de bancos de montadoras e concessionárias é aproveitar a
redução do IPI – que termina em 31 de dezembro – e os prazos mais longos para
incentivar a compra. Montadoras como Volkswagen, Renault e Fiat já anunciam os
novos planos de financiamento.
Segundo Marco Antonio Rossi, diretor da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) no Paraná, o movimento começou em meados de outubro. “A inadimplência está recuando aos poucos, e os bancos começaram a liberar mais crédito”, diz. O volume de aprovação de cadastros, que havia caído para 45%, subiu para 60% e deve chegar a 70%, na previsão de Rossi. O valor da entrada caiu para entre 10% e 15% do valor do veículo.
Em todo o Brasil, o recuo de janeiro a outubro foi de 9%, para 6,35 milhões de veículos. Segundo o gerente de inteligência da Cetip, Rodrigo Alberto Gomes, o ritmo de financiamentos, que havia se recuperado fortemente entre 2010 e 2011, depois da crise de 2009, voltou a ficar mais fraco neste ano.
Fatia menor
O crédito mais restrito acabou por reduzir a partipação dos financiamentos nas vendas, com um crescimento da compra à vista. A parcela de financiamentos sobre a venda em veículos automotores novos atingiu 56% em setembro, o pior desempenho desde o início de 2009. Em outubro, porém, houve recuperação e o índice chegou a 66%. Em 2010, no auge, o porcentual de financiados chegou a 74% das vendas.
O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) representa atualmente 83,6% das operações financiadas no Brasil, seguido de longe pelo consórcio, com 11,9%.
De acordo com o diretor-geral da financeira Renault, Dominique Signora, a
inadimplência em geral está se estabilizando, e os prazos mais longos permitem
aos clientes um plano de pagamento mais fácil de cumprir. “O objetivo [do prazo
mais longo] não é tanto o de antecipar a compra, mas criar a oportunidade para
quem não tem uma renda forte, ou não quer comprometer muito a sua renda mensal.
A iniciativa busca facilitar o acesso a um carro zero quilômetro”, diz.
O mercado automotivo conviveu boa parte do ano com crédito mais restritivo, depois de a inadimplência do setor dobrar desde 2010. Com isso, os prazos encolheram e os planos de 60 vezes sem entrada praticamente desapareceram do mercado. Os bancos também aumentaram as exigências na hora da contratação.
Seletivos
Segundo Décio Carbonari, presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), apesar dos prazos mais longos, os bancos ainda estão seletivos na concessão do crédito. “Não houve, até agora, nenhuma mudança de política dos bancos na liberação dos financiamentos. Mas os clientes que estavam com um volume maior de compromissos estão aos poucos recuperando sua capacidade de financiamento”, diz. O calote acima de 90 dias está praticamente estável desde maio, ao redor de 6%, mas continua elevado para a média histórica do setor.
O saldo total das carteiras de financiamento para veículos, que incluem operações de leasing e de Crédito Direto ao Consumo (CDC), devem crescer 3% em 2012, para algo próximo de R$ 206 bilhões. Em 2011, o saldo havia crescido 8%. Para 2013, Carbonari acredita que, com o recuo da inadimplência, o volume possa voltar a crescer 10%.
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Segundo Marco Antonio Rossi, diretor da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) no Paraná, o movimento começou em meados de outubro. “A inadimplência está recuando aos poucos, e os bancos começaram a liberar mais crédito”, diz. O volume de aprovação de cadastros, que havia caído para 45%, subiu para 60% e deve chegar a 70%, na previsão de Rossi. O valor da entrada caiu para entre 10% e 15% do valor do veículo.
Apesar de alta em outubro, crédito está menor em 2012
O ritmo de empréstimos para financiar a compra de veículos automotores novos e usados reagiu em outubro e cresceu 27% em relação a setembro no Paraná, para 51,7 mil unidades, segundo dados da unidade de financiamentos da Cetip obtidos pela Gazeta do Povo. Mas, no acumulado do ano, há uma queda de 8,7%, para 477 mil unidades do estado, segundo a Cetip – companhia de capital aberto que oferece serviços de registro, negociação e liquidação de ativos e títulos.Em todo o Brasil, o recuo de janeiro a outubro foi de 9%, para 6,35 milhões de veículos. Segundo o gerente de inteligência da Cetip, Rodrigo Alberto Gomes, o ritmo de financiamentos, que havia se recuperado fortemente entre 2010 e 2011, depois da crise de 2009, voltou a ficar mais fraco neste ano.
Fatia menor
O crédito mais restrito acabou por reduzir a partipação dos financiamentos nas vendas, com um crescimento da compra à vista. A parcela de financiamentos sobre a venda em veículos automotores novos atingiu 56% em setembro, o pior desempenho desde o início de 2009. Em outubro, porém, houve recuperação e o índice chegou a 66%. Em 2010, no auge, o porcentual de financiados chegou a 74% das vendas.
O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) representa atualmente 83,6% das operações financiadas no Brasil, seguido de longe pelo consórcio, com 11,9%.
O mercado automotivo conviveu boa parte do ano com crédito mais restritivo, depois de a inadimplência do setor dobrar desde 2010. Com isso, os prazos encolheram e os planos de 60 vezes sem entrada praticamente desapareceram do mercado. Os bancos também aumentaram as exigências na hora da contratação.
Seletivos
Segundo Décio Carbonari, presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), apesar dos prazos mais longos, os bancos ainda estão seletivos na concessão do crédito. “Não houve, até agora, nenhuma mudança de política dos bancos na liberação dos financiamentos. Mas os clientes que estavam com um volume maior de compromissos estão aos poucos recuperando sua capacidade de financiamento”, diz. O calote acima de 90 dias está praticamente estável desde maio, ao redor de 6%, mas continua elevado para a média histórica do setor.
O saldo total das carteiras de financiamento para veículos, que incluem operações de leasing e de Crédito Direto ao Consumo (CDC), devem crescer 3% em 2012, para algo próximo de R$ 206 bilhões. Em 2011, o saldo havia crescido 8%. Para 2013, Carbonari acredita que, com o recuo da inadimplência, o volume possa voltar a crescer 10%.
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