Morte de Millena Bachosky, 14 anos, ocorreu em circunstâncias ainda confusas. Jovem passou por duas cirurgias no Hospital Municipal devido a uma apendicite, e faleceu logo depois de ser transferida ao Hospital Bom Jesus
Em uma entrevista de mais de 20 minutos, os pais da jovem Millena Bachosky, 14 anos, informaram, ontem, ao Jornal da Manhã que irão solicitar, junto à prefeitura de Ponta Grossa, os prontuários e todas as informações referentes ao atendimento da adolescente. Millena faleceu no dia 9, após passar por duas cirurgias no Hospital Municipal Dr. Amadeu Puppi (Pronto Socorro). Eles entraram em contato com o JM para declarar que suspeitam de negligência nos primeiros atendimentos, e erro médico nas cirurgias realizadas no Hospital.Millena deu entrada no HM na noite de 29 de dezembro, com fortes dores abdominais. A consulta ao médico foi rápida e o diagnóstico inicial foi de um princípio de apendicite. O médico orientou a paciente a voltar para casa, após administrar alguns medicamentos. Mas Millena piorou na madrugada do dia 30, e foi levada outra vez ao HM. Uma bateria de exames foi feita, e o diagnóstico foi de “apêndice cirúrgico”.
A menina passou por cirurgia e permaneceu sob observação. No dia seguinte, ela teve alta e foi para casa. No entanto, três dias depois, Millena começou a ter muito sangramento no nariz, e seus olhos ficaram amarelos. A partir daí, tudo o que surgiu foram informações desencontradas. Ela voltou ao HM e, uma das suspeitas, foi que tivesse ocorrido uma hemorragia no fígado. Millena estava internada quando a equipe médica optou por fazer nova cirurgia.
“Eu acredito que, se tivessem feito a primeira cirurgia bem feita, não teria sido necessário fazer mais uma. O médico que fez a primeira cirurgia chegou a me dizer que tinha feito um corte bem pequeno, por questões estéticas. De que adiantou? Ele se preocupou com a estética, e minha filha não está mais aqui”, desabafa José Alexandre Bachosky, pai de Millena.
Possível infecção obrigou Millena a ser transferida
Após a segunda cirurgia, Millena já não respirava direito, e médicos sugeriram que podia ser pneumonia ou hepatite. Ela estava sedada, vivendo com a ajuda de aparelhos. Ao fim, uma infecção abdominal teria sido o motivo para a transferência de Millena para o Hospital Bom Jesus, após a segunda cirurgia. “Disseram que ali eles não estavam bem equipados para esse tipo de atendimento. Mas um médico nos disse que, se ela fosse idosa, a transferência nem seria feita, que morreria ali mesmo”, acusa Mineia Bachosky, mãe da menina. No Hospital Bom Jesus, surgiu a suspeita de leptospirose, mas a hipótese logo foi descartada. Millena apresentou problemas pulmonares, febre alta, e as medicações pareciam não fazer efeito. Ela acabou falecendo, no dia 9, no Hospital Bom Jesus. “Ela foi muito bem tratada no Bom Jesus, mas já não havia mais nada o que fazer”, diz.
Familiares irão pedir prontuários médicos
A família de Millena quer saber por que ela foi mandada novamente para casa, após a primeira consulta, quando havia a suspeita de um princípio de apendicite. E por que não foram solicitados exames, logo nessa primeira consulta. Os pais de Millena ainda querem entender por que foi necessária a segunda cirurgia. Que tipo de complicações ocorreram, se no HM a justificativa foi uma infecção abdominal, algo desmentido logo que ela chegou ao Bom Jesus. “Vamos solicitar os prontuários junto à prefeitura. Porque nossa filha não irá voltar, mas não queremos ver filhos de outras pessoas morrendo dessa forma”, diz José Alexandre. A família ainda aguarda o laudo de um exame de sangue solicitado pela 3ª Regional de Saúde.
O QUÊ
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A Diretoria do Hospital Municipal confirmou que a paciente teve diagnóstico de apendicite, mas não deu mais detalhes a respeito do caso. No entanto, informou que a família terá acesso a todos os prontuários, bastando fazer a solicitação junto à prefeitura. O Hospital Bom Jesus não prestou informações até a publicação desta reportagem.
Informações do Jornal da Manhã.
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