Proposta de Pietro, de “dispensa” de cobradores, gera polêmica na Câmara - plantaodacidade.com.br

Proposta de Pietro, de “dispensa” de cobradores, gera polêmica na Câmara

Da Redação
Foto: Rodrigo Covolan (Diário dos Campos)

O vereador Pietro Arnaud, PTB, poderá estabelecer uma grande polêmica em Ponta Grossa se mantiver sua proposta da inexigibilidade da presença de cobradores no transporte coletivo urbano da cidade, entendendo que, assim, o custo da passagem poderá cair de R$ 2,85 para até R$ 2,46. Arnaud divulgou sua ideia na semana passada (dia 11), através das redes sociais, o que foi repercutido pelo Plantão da Cidade (veja, aqui, a matéria e o vídeo). E, nesta quarta, na primeira sessão ordinária de 2015, o debate começou com pronunciamentos de diversos vereadores, sendo que pelo menos quatro deles já se posicionaram contrários, mesmo antes que o projeto anunciado tenha sido protocolado na Casa.

ReduçãoPietro anunciou a intenção de propor a redução na tarifa como “um projeto revolucionário”, e explicou que a proposta “busca a inexigibilidade de termos cobradores nos ônibus de nossa cidade, a semelhança de várias cidades do Brasil e do mundo”, indagando: “Por que em Ponta Grossa tem que ser diferente?”.

A ideia, procurou explicar, não acarretaria desemprego e permitiria baixar a tarifa do transporte R$ 2,85 para até R$ 2,46 considerando os valores atuais da planilha. Segundo o vereador, os pagamentos aos cobradores têm um impacto de 13% na planilha do transporte, o que corresponde a quase R$ 1 milhão de reais por mês. “Com esse recurso podemos, sim, diminuir a tarifa e melhor, garantindo que a concessionária não mande embora os nossos trocadores sem ter aumento de seu lucro”, falou, E mais, que a atual empresa que administra o transporte público (Viação Campos Gerais) tem a possibilidade de realocar seus cobradores em outras funções dentro da empresa, e os cobradores poderiam ser motoristas ou exercer funções administrativas e de manutenção. E a empresa poderia deixar de contratar novos funcionários e assim poderíamos diminuir a Tarifa até R$ 2,46 conforme a planilha atual.

Que redução e que garantia de empregosPietro Arnaud não deixou claro como seria a economia a gerar a redução na tarifa, se os trocadores não seriam demitidos, portanto, mantendo a folha de pagamento que reflete na tarifa. E como sua proposta não geraria desemprego se a empresa deixaria de contratar novos funcionários.

Agilidade e segurançaO primeiro a se pronunciar a respeito do tema foi o vereador Antônio Aguinel, dizendo defender os trocadores, pais e mães de família, que ganham, segundo ele R$ 800,00 por mês. Definiu Aguinel que os cobradores representam, nos ônibus, agilidade e segurança, já que dividem as ações do transporte de passageiros com os motoristas, não acarretando mais trabalho ou acúmulo de função aos últimos. Além disto, firmou que não haverá, de forma alguma, a redução na tarifa, uma vez que o autor da proposta garante que não haverá demissões. Aguinel sugere que os usuários sejam ouvidos pela Câmara, para dizerem que gostaria de pagar um pouco menos pela tarifa, às custas de demissões, atrasos no sistema e outras dificuldades.

Pascoal Adura também declarou voto contrário, até porque ele próprio já aprovou, em 2012, lei que garante a presença de cobradores no transporte coletivo de Ponta Grossa, portanto, sem dupla função para os motoristas, o que, observou, poderia gerar também acidentes, além de atrasos e demissões.

Antônio Laroca Neto também não vai acompanhar Pietro Arnaud em seu projeto. Na condição de usuário do sistema, o vereador observou que, além do seu trabalho na cobrança das passagens, o trocador exerce importantes funções, como a informação aos usuários, sobre pontos de parada, proximidades de locais de referência, no cuidado com os passageiros no momento de embarcar ou desembarcar do veículo, o que representa segurança. Sugeriu, assim, que e busquem outras alternativas de economia dentro da concessionaria, como a dispensa de diretores, para preservar os trocadores, seus empregos e sua importância para a população.

George e CarecaO vereador George Luiz de Oliveira, que apenas soube da proposta de Arnaud pela imprensa, disse aguardar o debate, quando o projeto for protocolado, para discutir o assunto. Mas, já deixou claro ser contra qualquer tipo de demissão no transporte coletivo.

Professor Careca antecipou que será contra o projeto de Pietro, prevendo que, além do desemprego, a dispensa do trabalho dos trocadores, motoristas terão que acumular funções, e haverá insegurança no sistema. Pois em alguma eventualidade somente um funcionário estará presente no ônibus. “Temos que aprovar leis que gerem empregos, que beneficiem a classe trabalhadora, portanto, me declaro contrário ao projeto, porque defendo os trabalhadores”, cutucou.

Durante o debate, foi citada também a questão dos cadeirantes, que, hoje, podem contar com a ajuda dos trocadores. 

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