Sob risco de multa, caminhoneiros continuam bloqueando rodovias
Protesto voltou nesta sexta-feira (27) a bloquear trechos de rodovias federais em pelo menos seis Estados
O protesto dos caminhoneiros voltou nesta sexta-feira (27) a bloquear trechos de rodovias federais em várias cidades dos país, mesmo sob ameaça da Justiça de cobrar multas de até R$ 10 mil por hora para cada motorista.
Em Santa Catarina, manifestantes bloqueiam parcialmente desde quinta (26) ao menos 18 trechos de rodovias federais.
As interdições ocorrem nas cidades de Maravilha, Cunha Porã, Campos Novos, Pouso Redondo, Papanduva, Palmitos, Joaçaba, Santa Cecília, Xanxerê, Guaraciaba, São José do Cedro, Maracajá, Guarajá do Sul, São Miguel do Oeste, Nova Erechim, Curitibanos, Capivari de Baixo e Xaxim. Por volta da 0h, manifestantes bloquearam parcialmente, nos dois sentidos, a rodovia Fernão Dias (BR-381), na região de Mairiporã (Grande São Paulo).
A interdição durou aproximadamente uma hora e provocou 3 km de lentidão no sentido Minas. Já no sentido São Paulo, a lentidão foi de menos de 1 km.
Esta foi a primeira vez, desde que começou o protesto dos caminhoneiros há duas semanas, que os manifestantes interditaram a rodovia Fernão Dias no trecho de São Paulo.
Na noite desta quinta, havia 88 interdições em estradas federais em seis Estados --na quarta, eram 81 na mesma quantidade de Estados. Líderes da categoria em Santa Catarina, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso e no Espírito Santo disseram discordar das medidas propostas e afirmaram que não se sentiram representados no encontro.
"Não houve indicações estaduais por parte dos caminhoneiros, foi manipulação", diz Gilson Pedro Pelicioli, um dos líderes do movimento em Lucas do Rio Verde (MT).
Diante da negativa do governo em baixar o preço do combustível, o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí (RS), Carlos Litti, deixou a reunião em Brasília e recuou-se a assinar a ata.
"Há um esforço do governo em resolver os problemas, mas o que impacta, de verdade, é o preço do diesel. Essa era a principal demanda, e ela não foi atendida", afirmou Litti.
Nesta quinta (26), o governo endureceu o discurso contra os caminhoneiros em greve e começou a adotar procedimentos para cobrar entre R$ 5.000 e R$ 10 mil por hora dos que continuarem bloqueando estradas.
Após reunião na quarta (25) em que foi anunciado um acordo com parte dos representantes do setor para o desbloqueio das vias, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse na quinta que os nomes dos motoristas multados por infração de trânsito nos bloqueios de estradas serão enviados aos juízes para viabilizar a cobrança das multas por descumprimento das ordens judiciais de desbloqueio.
Os caminhoneiros pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho.
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