Livre da doença há dez anos, o Paraná será o segundo estado brasileiro – atrás apenas de Santa Catarina – a manter a febre aftosa erradicada nos rebanhos de bovinos e bubalinos, o que permite a abertura de mercados mais atraentes para a exportação de carnes bovina e suína, como os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul.
“O enfrentamento à febre aftosa serve de parâmetro para a qualidade do serviço de defesa sanitária de um estado”, destaca o diretor de Defesa Agropecuária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Adriano Viesemberg. “Ao buscar o reconhecimento internacional, nós afastamos as restrições dos mercados que pagam melhor, beneficiando toda a cadeia produtiva da pecuária paranaense”, diz.
O Paraná é, hoje, o principal produtor de aves, o terceiro de suínos e nono produtor de bovinos no País. Estes rebanhos geraram, ano passado, receitas de US$ 2,36 bilhões, US$ 132 milhões e US$ 110 milhões, respectivamente.
Cronograma
O processo seguirá conforme o calendário dos órgãos internacionais. De acordo com as normas da OIE, o pleito para que uma determinada área seja decretada livre de uma doença, sem vacinação, é feito 12 meses após a retirada do processo de imunização. “Nosso compromisso é cumprir um cronograma, que inclui a adequação da estrutura dos postos de trânsito agropecuário e a reposição do quadro de servidores, para então apresentar o pleito à OIE”, explica Viesemberg.
O Paraná já cumpriu quase todos os requisitos necessários aos processos para o reconhecimento, faltando apenas a reestruturação física de postos de fiscalização nos limites com São Paulo e Mato Grosso do Sul e a nomeação de servidores concursados para reforçar a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), executora do processo.
Conesa
No dia 31 de março, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento reuniu os representantes do Conselho Estadual de Sanidade Animal (Conesa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para apresentar as ações do Estado para conseguir o status de área livre de febre aftosa, sem vacinação.
Já foram iniciadas a construção e as reformas de postos de fiscalização, com a colaboração da iniciativa privada, que será beneficiada diretamente com o processo. Outros cinco postos já existentes serão adequados e as fiscalizações volantes, que monitoram o trânsito de animais e produtos de origem animal em todo Estado, serão reforçadas. O Estado também se comprometeu em autorizar a nomeação de 169 novos servidores para reforçar os quadros de fiscalização da Adapar, já no início de maio.
“O Governo do Estado tem dado todo o respaldo para atingirmos esse status, com o entendimento da relevância de dar esse importante passo, que trará um grande impacto para a economia do Estado”, afirmou o secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara.
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