quinta-feira, 5 de abril de 2012

Caixa segue Banco do Brasil e confirma redução de juros
DE SÃO PAULO

Atualizado às 16h26.
Um dia após o Banco do Brasil ter lançado um pacote de redução de juros, sob a pressão da presidente Dilma Roussef, a Caixa confirmou evento para anunciar medidas semelhantes nas suas linhas de crédito.
Poupança tem melhor mês de março desde 1995
Bancos públicos estudam não cobrar juros de cheque especial
Dólar e euro lideram ranking das aplicações em março
O banco informará os novos valores na segunda-feira, em São Paulo. O programa, chamado de Caixa Melhor Crédito, será similar ao do Banco do Brasil, com diminuição das taxas para consumidores e para as pequenas e micro empresas.
O movimento de redução das taxas nos bancos públicos atende ao chamado da presidente Dilma Roussef, que tem o assunto como uma de suas prioridades. A iniciativa é uma forma de acirrar a concorrência com os bancos privados e estimular a economia para garantir um crescimento de 4% neste ano, como informou reportagem da Folha.
No evento de lançamento do pacote de estímulo na segunda-feira, a presidente fez uma crítica ao custo do crédito no Brasil e cobrou a redução das taxas.
"Eu concordo que é necessário fazer no Brasil a discussão sobre os spreads. Eu acho que tecnicamente, não faço considerações políticas, é difícil achar explicações para os níveis de spreads no Brasil", disse.
O spread bancário representa a diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar recursos e os juros cobrados dos clientes.
BANCO DO BRASIL
O Banco do Brasil lançou ontem o programa de ampliação e redução do crédito. Os limites de crédito para micro e pequenas empresas foram ampliados em R$ 26,8 bilhões e em R$ 16,3 bilhões para as pessoas físicas.
Os juros para o financiamento dos veículos, por exemplo, tiveram redução de 19% sobre os valores cobrados hoje. Em geral, as linhas para a aquisição de bens e serviços de consumo caíram 45%. Houve queda também nas taxas para aposentados da Previdência Social.
"Vamos reduzir os spreads, aumentar a oferta de crédito, estimular o uso consciente do crédito e ainda atrair novos clientes no contexto da Livre Opção Bancária", avaliou, em nota divulgada nesta quarta-feira, o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.
REAÇÃO
O mercado reagiu mal à iniciativa do Banco do Brasil, que foi entendida como um sinal de interferência política. As ações fecharam em queda de 5,91% ontem e levaram junto os papéis de outros bancos: Itaú Unibanco recuou 3,08% e Bradesco e Santander caíram 3,08% e 1,79%, respectivamente.
"Respondemos a isso dizendo que vamos aumentar o número de clientes e o volume de empréstimos. Em 2009, quando emprestamos na crise, as ações caíram, mas isso foi decisivo para aumentar nossa participação de mercado", disse ontem Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente do BB.

Nenhum comentário:

Postar um comentário