Com o rock na ponta dos dedos
Inspiração na música fez jovem superar dificuldade
28.03.2014 | 22:30 | Anna Simas - annas@gazetadopovo.com.brAinda criança, começou, por curiosidade, a pesquisar sobre bandas antigas, das décadas de 60 e 70. Gostou tanto que todo seu estilo – seja de se comportar ou de vestir – foi moldado pelo rock. Até os desenhos que fazia, que ainda eram bem simples e infantis, passaram a ser sobre o assunto. Com 16 anos resolveu se aprimorar e se matriculou em um curso de pintura. Depois disso caveiras, dragões, demônios e todos os símbolos das guitarras ficaram mais elaborados.
“O rock está em mim, faz parte da minha essência. Não precisei ser influenciada por ninguém”, conta. Quando voltou a moda do vinil, Marluci começou a frequentar as feiras de troca. Foi lá que teve a ideia de transferir suas pinturas das telas para os discos. O quarto dela – e a casa também – é repleto deles.
Para pintar cada um, ela leva em média uma semana. Mas se engana quem pensa que é por usar os pés. Pelo contrário. Tudo que faz com eles, tira de letra. A demora é porque Marluci é bastante atarefada. Ela está no último ano do curso de Design Gráfico. No primeiro vestibular que prestou, em 2007, queria fazer Artes Plásticas, para viver da sua pintura. Na época ela conversou com a Gazeta do Povo e contou como foi fazer a prova da Universidade Federal do Paraná (UFPR) de um jeito diferente. Mas como não foi aprovada, mudou de ideia e resolver investir em outra área. “Assim que me formar, quero abrir um escritório virtual e fazer trabalhos para bandas. De rock, claro”.
Obstáculos
Marluci, que mora em Campo Largo – região metropolitana de Curitiba –, tem hoje a vida de uma jovem normal da sua idade. Namora, se diverte e adora redes sociais. Mas nem sempre foi assim. Ela nunca estudou em escola especial e por isso sentia que os professores não estavam preparados para lidar com as suas dificuldades e não tinham muito tempo para se dedicar a ela.
Quando foi alfabetizada, não conseguia escrever no caderno de caligrafia, como as outras crianças. Então, decidida, resolveu que o faria com os pés. “Eu queria copiar a letra de uma colega. Treinei e consegui”.
Esse mesmo treino e força de vontade se repetiu muitas e muitas vezes, inclusive quando ganhou do pai, na adolescência, seu primeiro computador. Desde então também usa o teclado com os pés. É assim que consegue anotar o que aprende em sala de aula, na faculdade.
De olho no futuro
Além de pintar, ela gosta muito de ler e escrever. Por isso decidiu que vai fazer um livro contando a sua história. “Tem muita gente que fica deprimida, não sabe lidar com as dificuldades. Eu acho que tudo é superável, por isso quero escrever um relato de incentivo”, comenta. A ideia é fazer tudo: texto, ilustrações e diagramação. Só depois vai buscar alguma editora para publicá-lo.
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Preferidas
Durante a entrevista a reportagem do Gaz+ não podia deixar de perguntar, claro, sobre as bandas preferidas da Marluci. Ela fez um Top Five. Confira:
Rainbow
Deep Purple
Whitesnake
UFO
Black Sabbath
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