domingo, 26 de agosto de 2012

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Estresse é resultado da falta de qualidade de vida

Gisele WardaniFale com o repórter
Publicado em: 26/08/2012 - 00:00 | Atualizado em: 26/08/2012 - 11:04

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Psicóloga Dione Rute Henneberg: “Ou você pisa no freio ou o tempo freia você, quanto menos tempo você investe em qualidade de vida o corpo começa a gritar”


Correr atrás do prejuízo nem sempre é a melhor solução. Quando o assunto é qualidade de vida, aliás, dar aquela paradinha para o descanso, o lazer e até um pouco de silêncio é a melhor pedida. Esta é a orientação da psicóloga Dione Rute Henneberg que diz que “viver em ritmo acelerado sempre, não compensa nossas frustrações”. Segundo ela, a correria do dia a dia é ainda agravada, nos dias de hoje, porque tem sido a forma encontrada para se compensar “faltas”. “Quanto mais opções o mundo oferece, mais as pessoas querem correr atrás para adquirir, para saciar o que nem a gente mesmo conhece e que é insaciável”, compara.
Em meio à correria, surge a ansiedade e, em estágios mais avançados, então o estresse. “A correria é um dispositivo que desencadeia a ansiedade, acelera o processo mental e quando não há controle reflete na qualidade de vida, pois a pessoa vai trabalhar mais, cuidar menos da família, gerar fator negativo dos vínculos afetivos, não reservar tempo para si mesma, e o estresse maior vem com as perdas, que são os maiores desencadeadores do processo de ansiedade”, detalha.
O excesso de ofertas, em todos os sentidos, e a falta de dosagem para tanto é que trazem efeitos negativos ao ser humano. “Hoje não só de lazer, mas de eletrônicos, de formas de relacionamentos, é muita oferta, as pessoas têm mais compromissos e acabam entrando em um ritmo de vida com um ciclo doentio”, explica. O resultado pode ser a estafa, o cansaço, o esgotamento não só mental, mas também físico. “Um dos primeiros sintomas é a síndrome da segunda-feira, e a semana já começa com desânimo em relação às atividades profissionais, a pessoa já perde a esperança, e este já é um momento de preocupação, ou você pisa no freio ou o tempo freia você, quanto menos tempo você investe em qualidade de vida o corpo começa a gritar”, exemplifica.
A qualidade de vida, relata a psicóloga, vai além dos cuidados com a alimentação, que tem sido a maior preocupação das famílias. “As pessoas se preocupam com o que comer, de que forma comer, mas não cuidam do emocional, do instante de parar, de reservar minutos para ficar em silêncio, atitudes importantes para a saúde psicológica do ser humano”, explica. Um dos exercícios que ela “receita” para evitar o estresse é a prática do silêncio. “Hoje as pessoas não conseguem ficar em silêncio, chegam em casa já ligando a televisão, o tablet, e se envolvem com as notícias negativas, buscando uma alternativa para esvaziar a cabeça, enquanto o silêncio seria a solução”, frisa.

Mal do século
Considerado “o mal do século XXI”, o estresse é causador de desequilíbrio emocional e, combinado com a ansiedade, pode trazer reações psicossomáticas. “Tudo começa com a ansiedade em excesso, depois estafa, seguida do estresse, que pode chegar às síndromes, como a do pânico e até a depressão, então a qualquer sinal de crise de ansiedade, o ideal é buscar ajuda para reorganizar e se estruturar novamente”, enumera.

Desacelerar
“Precisamos ter um instante durante o dia, no intervalo do trabalho, ou quando chegamos em casa, um instante para desacelerar, diminuir, com atividades simples mas que sejam tomadas como regra durante o dia, isso melhora muito a qualidade de vida”, explica a psicóloga Dione Henneberg. Separar um intervalo no trabalho para um café tranquilo ou até deitar no chão no momento em que chega em casa, prestando atenção na própria respiração por pelo menos um minuto, são algumas das ações simples que melhoram as condições mentais. “Desligar de tudo o que se tem pra fazer, traz qualidade de vida mental”, enfatiza.

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