Motorista que atropelou gari se apresenta à Polícia
Motorista não parou para prestar socorro à vítima de atropelamento ocorrido na última sexta-feira
Publicado em: 07/01/2014 - 00:00 | Atualizado em: 06/01/2014 - 19:51
M. J. D. , de 26 anos, nega que excesso de velocidade ou consumo de bebida alcoólica tenha causado atropelamento (Foto: Fábio Matavelli)
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O condutor identificado como M. J. D., de 26 anos, se apresentou à Polícia Civil na tarde de ontem. Ele assumiu ser o motorista que conduzia um Vectra preto na noite de sexta-feira, veículo que atropelou o gari Rodrigo Levandoski, também de 26 anos, e deixou a vítima em estado gravíssimo.
O atropelamento aconteceu na rua Santana e foi registrado por câmeras de monitoramento de prédios do local. Em uma das imagens é possível visualizar o momento exato do acidente. O gari estava em seu horário de trabalho e é atingido pelo veículo no momento em que atravessava a rua para depositar o lixo recolhido no caminhão.
O condutor não quis conversar com a imprensa, mas seu advogado, César Gasparetto prestou esclarecimentos e revelou a versão de M. J. D. do acidente. De acordo com Gasparetto, o motorista seguia sentido bairro e teria parado em uma preferencial alguns metros antes do local do acidente. "Ele não estava em alta velocidade, mesmo porque nem seria possível, considerando que ele havia parado numa preferencial. Provavelmente passou dos 40 Km/h, mas não excedeu a marca de 60 Km/h. Ele relatou ter visto o gari, ter tentado desviar, mas não conseguiu evitar o atropelamento", explicou o advogado.
Em depoimento, o condutor negou que o excesso de velocidade ou consumo de bebida alcoólica tenha sido a causa do acidente. "Se for comprovada a culpa do meu cliente, existe uma culpa concorrente, das duas partes. O gari também efetuou travessia em local incorreto, fora da faixa de pedestres", apontou Gasparetto.
Com relação ao fato de ter se evadido do local sem prestar socorro à vítima, o advogado afirmou que não havia necessidade. "Meu cliente parou alguns metros à frente e logo viu que o gari estava sendo socorrido pelos colegas de trabalho, a cerca de 100 metros do Pronto Socorro Municipal. Não havia necessidade do socorro imediato do condutor, porque a vítima já havia sido socorrida", esclareceu. Gasparetto alega que o cliente não fugiu ou se eximiu de sua responsabilidade. "Ele logo procurou um advogado para responder à autoridade judicial pelo ocorrido", finalizou.
O delegado responsável pelo caso, Maurício Souza da Luz, explicou que as investigações continuam até que seja possível determinar as circunstâncias do acidente. "O condutor foi ouvido e trouxe a versão dele sobre o atropelamento. Ainda vamos ouvir outras testemunhas e o resultado do inquérito vai depender de vários fatores. Somente a perícia poderá determinar se o veículo estava em alta velocidade ou não", explica o delegado. De acordo com ele, ao final do inquérito, o condutor pode ser autuado por lesão corporal culposa de trânsito, um crime que pode resultar em pena de até dois anos, mas agravada por ter deixado o local do acidente sem prestar atendimento à vítima.
Rodrigo Levandoski continua internado na UTI do Hospital Bom Jesus. Seu estado é estável, mas ainda bastante delicado. "Ele passou por três cirurgias, o fígado passou a responder um pouco melhor, mas ele ainda não voltou a conversar, continua inconsciente", contou o pai da vítima, Marcos Levandoski. Com relação a declaração do condutor, Levandoski afirma que também vai procurar um advogado, para que o responsável arque com seus atos. "Eu quero que a justiça cumpra seu papel. Eu tenho agora uma esposa em casa chorando, uma cidade revoltada e um filho, que eu criei com todo carinho, em uma cama de hospital. Tenho fé que meu filho vai se salvar, mas espero que o condutor seja responsabilizado", destacou.
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