Fogos de artifício: do encanto ao perigo
Publicado em: 23/12/2012 - 00:00 | Atualizado em: 22/12/2012 - 12:47
Fábio Matavelli |
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Cesar Mascarenhas mostra a variedade de fogos à disposição: preços variam de R$ 2,50 a mais de R$ 2 mil |
Final de ano chegando e é tempo de comemorar. Para marcar o Natal e principalmente a virada de ano é costume usar fogos de artifício, que, com muito barulho, deixam o céu mais colorido. Encanto para os olhos, mas um perigo para quem não sabe manusear esses explosivos. As últimas estatísticas mostram que de 2008 a abril de 2011 mais de 1,3 mil pessoas foram internadas no Brasil por queimaduras provocadas pelos fogos de artifício.
Segundo o capitão José Adriano Spak, que está respondendo pelo comando do 1º Subgrupamento dos Bombeiros em Ponta Grossa, os acidentes com foguetes podem causar queimaduras nas mãos e no rosto, cegueira e mutilação de dedos. Dependendo do tamanho do explosivo, pode ocorrer até amputação da mão e morte. “No fim de ano aumenta muito o atendimento desse tipo de ocorrência. Geralmente, os acidentes ocorrem por falha no explosivo ou por que a pessoa tentou estourar na mão”, conta.
De acordo com Spak, com o passar dos anos os bombeiros têm percebido redução gradativa desse tipo de situação. Para ele, isso está acontecendo devido à conscientização das pessoas. “E hoje também os foguetes vêm mais bem preparados para ser utilizados com menos risco”, explica.
O capitão repassa uma série de recomendações para evitar os acidentes (veja quadro). A primeira delas é comprar os fogos de artifício em lojas autorizadas pelos órgãos competentes. Segundo ele, nessa época, pequenos mercados de bairros, mercearias e outros estabelecimentos costumam adquirir foguetes para revender e garantir uma renda extra. No entanto, nem sempre os fogos comercializados nesses pontos têm procedência garantida. “Além disso, podem estar armazenados em local úmido e não apropriado. A venda nesses pontos gera perigo tanto para quem compra quanto para quem mora nas proximidades. Se houver um princípio de incêndio, por exemplo, pode provocar uma situação muito grave, com explosão”, comenta.
Antes de vender fogos de artifício no Paraná, o estabelecimento precisa de um alvará específico, concedido com autorização da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam), Corpo de Bombeiros e Exército Brasileiro. Denúncias sobre pontos de venda não autorizados podem ser feitas para a Polícia Civil pelo telefone 197.
Vendas de foguetes crescem 100%
O comércio como um todo comemora nessa época do ano, pois as vendas aumentam bastante. Quem também compartilha dessa alegria são os vendedores de fogos de artifício. Cesar Augusto Mascarenhas, proprietário de uma das poucas lojas de fogos de Ponta Grossa autorizadas, diz que as vendas crescem 100% com a chegada do fim do ano. “Este ano foi muito bom para o setor, pois aconteceram comemorações de futebol e eleições, que levantaram as vendas”, celebra. Segundo ele, algumas lojas do Brasil estão até sem estoque para atender os clientes. Mesmo assim, Cesar garante que vai conseguir atender as pessoas que ainda não adquiriram fogos.
De acordo com Cesar, o explosivo mais vendido é o 12 por 1, mas hoje o mercado oferece muitas opções, desde os traques (que podem ser comercializados para crianças), passando pelas bombinhas até as baterias que duram quatro minutos. Os preços variam de R$ 2,50 (caixinha de traque com 50 peças) até mais de R$ 2 mil, que são as baterias, cuja venda é permitida para maiores de 18 anos. “Há fogos ainda mais exuberantes que só podem ser manuseados por pessoas especializadas. Aí já se trata de show pirotécnico”.
O dono afirma que o estoque da loja é renovado a cada seis meses. “Fazemos isso para evitar a umidade, que pode causar falha no momento da explosão”. A data da fabricação pode ser conferida no interior da embalagem.
Ele diz que atualmente muitas fábricas já costumam oferecer suporte para os fogos, evitando assim o risco de a pessoa tentar explodir diretamente na mão. (E.S.)
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