Rubem Vital/ Jornal de Londrina
Dois poços estão sendo colocados em funcionamento em Londrina
como medida emergencial Paraná tem três cortes de água a cada dia
Desde novembro, 75 cidades sofreram interrupções no
abastecimento. Rompimento da rede e obras no sistema estão entre as principais
causas
Publicado em 18/12/2012 | Diego Antonelli
Os cortes no fornecimento de água que atingem a região de Londrina há duas
semanas chamaram a atenção para um problema que ocorre em todo o estado. Uma
média de três interrupções diárias no abastecimento de água foi registrada no
Paraná nos últimos 47 dias. Levantamento feito no site da Companhia de
Saneamento do Paraná (Sanepar) revela que de 1.º de novembro a 17 de dezembro
ocorreram 173 suspensões no abastecimento, em 75 cidades do estado.
INFOGRÁFICO: Em 47 dias foram registradas 173 paradas temporárias de abastecimento em 75 cidades
A especialista em recursos hídricos Elizabeth Juliatto, da Agência Nacional de Águas (ANA), afirma que não é possível considerar as 173 interrupções de abastecimento de água no Paraná como algo totalmente negativo. Ela explica que as obras na rede são necessárias para evitar a falta de água no futuro. “Sempre é necessário fazer manutenção na rede”, diz. Ela salienta, entretanto, que os reparos devem ser planejados para não afetar um grande número de pessoas.
No caso de Londrina, o atraso nas obras seria causa direta de problemas burocráticos para a ampliação do sistema de captação de água. “Não é que falta água. O problema é não ter como captar essa água por problemas de expansão da rede, cuja obra atrasou”.
Antônio Ostrensky, professor da Universidade Federal do Paraná e especialista na área, ressalta que é fundamental ter um planejamento adequado para a realização de qualquer obra. “Isso deve ser básico para não afetar a população. As obras são necessárias, já que o sistema vai ficando defasado com o passar do tempo”, diz.
• Evite lavar calçadas e carros
• Regule a válvula de descarga nos banheiros
• Conserte vazamentos
• Reaproveite a água do tanque e da máquina de lavar roupa para a limpeza do quintal e das calçadas
• Reduza o tempo do banho
Fonte: Sanepar
Falta de energia elétrica, problemas estruturais, realização de obras, pane
elétrica, falha em equipamentos e rompimento de rede foram as causas mais comuns
para as falhas na distribuição de água nesse período. A razão mais corriqueira,
representando aproximadamente 80% do total, é a realização de obras na rede, que
acabam paralisando o abastecimento – geralmente aos finais de semana.
Segundo a assessoria de imprensa da Sanepar, as paradas em decorrência de obras são consideradas “programadas”. A assessoria explica que em Curitiba diversas interrupções ocorrem devido à revitalização da Estação de Tratamento de Água (ETA) Iguaçu, orçada em R$ 40 milhões. “Mas as obras serão interrompidas durante o verão para não afetar a distribuição de água. Em março o cronograma deve ser retomado”, informa.
Interior
Em Palmeira, nos Campos Gerais, no início de dezembro rompimentos na rede de distribuição deixaram centenas de moradores desabastecidos. A Sanepar afirma que está realizando obras de reforço no sistema, o que vai afetar a distribuição de água em três bairros. Embora a população reclame de que as interrupções têm ocorrido com frequência nos últimos meses, a expectativa, segundo a Sanepar, é de que em menos de 30 dias o reparo esteja concluído e a distribuição, normalizada.
Situação diferente vive Londrina, no Norte do estado. Desde o início do mês estão ocorrendo racionamentos no município. De acordo com a companhia, a falta de chuvas significativas e as temperaturas elevadas têm provocado aumento no consumo e reduzido o volume dos reservatórios.
O problema é reflexo do atraso na duplicação do sistema de captação de água do Rio Tibagi. Hoje, são produzidos 175 milhões de litros por dia, o que não é suficiente para atender a população em dias mais quentes, quando a demanda ultrapassa a produção em 30%. Com o rodízio, cerca de 15 mil famílias em 80 bairros ficam sem água diariamente.
Para evitar os racionamentos, a obra de duplicação do sistema deveria ter ficado pronta no ano passado. Mas os recursos financeiros federais, de R$ 83 milhões, foram liberados em 2011 e a obra só será entregue em 2014. Como medida emergencial, dois poços devem entrar em operação ainda neste mês.
Investimento
Em quatro anos, de 2011 a 2014, a Sanepar vai investir R$ 560 milhões em abastecimento de água. A companhia atende a 345 das 399 cidades do Paraná. No entanto, a Agência Nacional de Águas (ANA) havia apontado em um estudo divulgado em 2011 a necessidade de investimento de R$ 644,48 milhões até 2015, para garantir abastecimento até 2025. Dessa forma, ficariam R$ 84 milhões de investimento para o último ano. O estudo revelou ainda que 33 municípios vão precisar de novas fontes de água para o abastecimento público até 2015 – incluindo algumas das maiores regiões metropolitanas do estado, como as de Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu e Cascavel. Além das 33 novas fontes, 113 municípios devem ampliar seus sistemas até 2015.
Colaboraram: Maria Gizele da Silva e Juliana Gonçalves
INFOGRÁFICO: Em 47 dias foram registradas 173 paradas temporárias de abastecimento em 75 cidades
Rubem Vital/ Jornal de Londrina
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Após ser resfriada, água escorre para o reservatório
Obras
Reparos precisam ser planejados para diminuir transtornosA especialista em recursos hídricos Elizabeth Juliatto, da Agência Nacional de Águas (ANA), afirma que não é possível considerar as 173 interrupções de abastecimento de água no Paraná como algo totalmente negativo. Ela explica que as obras na rede são necessárias para evitar a falta de água no futuro. “Sempre é necessário fazer manutenção na rede”, diz. Ela salienta, entretanto, que os reparos devem ser planejados para não afetar um grande número de pessoas.
No caso de Londrina, o atraso nas obras seria causa direta de problemas burocráticos para a ampliação do sistema de captação de água. “Não é que falta água. O problema é não ter como captar essa água por problemas de expansão da rede, cuja obra atrasou”.
Antônio Ostrensky, professor da Universidade Federal do Paraná e especialista na área, ressalta que é fundamental ter um planejamento adequado para a realização de qualquer obra. “Isso deve ser básico para não afetar a população. As obras são necessárias, já que o sistema vai ficando defasado com o passar do tempo”, diz.
Economia
Veja algumas dicas para evitar o desperdício de água e diminuir os transtornos provocados por racionamentos:• Evite lavar calçadas e carros
• Regule a válvula de descarga nos banheiros
• Conserte vazamentos
• Reaproveite a água do tanque e da máquina de lavar roupa para a limpeza do quintal e das calçadas
• Reduza o tempo do banho
Fonte: Sanepar
Segundo a assessoria de imprensa da Sanepar, as paradas em decorrência de obras são consideradas “programadas”. A assessoria explica que em Curitiba diversas interrupções ocorrem devido à revitalização da Estação de Tratamento de Água (ETA) Iguaçu, orçada em R$ 40 milhões. “Mas as obras serão interrompidas durante o verão para não afetar a distribuição de água. Em março o cronograma deve ser retomado”, informa.
Interior
Em Palmeira, nos Campos Gerais, no início de dezembro rompimentos na rede de distribuição deixaram centenas de moradores desabastecidos. A Sanepar afirma que está realizando obras de reforço no sistema, o que vai afetar a distribuição de água em três bairros. Embora a população reclame de que as interrupções têm ocorrido com frequência nos últimos meses, a expectativa, segundo a Sanepar, é de que em menos de 30 dias o reparo esteja concluído e a distribuição, normalizada.
Situação diferente vive Londrina, no Norte do estado. Desde o início do mês estão ocorrendo racionamentos no município. De acordo com a companhia, a falta de chuvas significativas e as temperaturas elevadas têm provocado aumento no consumo e reduzido o volume dos reservatórios.
O problema é reflexo do atraso na duplicação do sistema de captação de água do Rio Tibagi. Hoje, são produzidos 175 milhões de litros por dia, o que não é suficiente para atender a população em dias mais quentes, quando a demanda ultrapassa a produção em 30%. Com o rodízio, cerca de 15 mil famílias em 80 bairros ficam sem água diariamente.
Para evitar os racionamentos, a obra de duplicação do sistema deveria ter ficado pronta no ano passado. Mas os recursos financeiros federais, de R$ 83 milhões, foram liberados em 2011 e a obra só será entregue em 2014. Como medida emergencial, dois poços devem entrar em operação ainda neste mês.
Investimento
Em quatro anos, de 2011 a 2014, a Sanepar vai investir R$ 560 milhões em abastecimento de água. A companhia atende a 345 das 399 cidades do Paraná. No entanto, a Agência Nacional de Águas (ANA) havia apontado em um estudo divulgado em 2011 a necessidade de investimento de R$ 644,48 milhões até 2015, para garantir abastecimento até 2025. Dessa forma, ficariam R$ 84 milhões de investimento para o último ano. O estudo revelou ainda que 33 municípios vão precisar de novas fontes de água para o abastecimento público até 2015 – incluindo algumas das maiores regiões metropolitanas do estado, como as de Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu e Cascavel. Além das 33 novas fontes, 113 municípios devem ampliar seus sistemas até 2015.
Colaboraram: Maria Gizele da Silva e Juliana Gonçalves
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