Seis anos após renúncia, Renan deve voltar a presidir Senado
- Peemedebista já teve atritos com Dilma; Henrique Alves, também do PMDB, deve comandar a Câmara
BRASÍLIA — Se prevalecer a escrita, a partir de fevereiro a presidente Dilma Rousseff terá de conviver com um Congresso sob o comando de dois peemedebistas com os quais ela não teve as melhores relações até há pouco tempo: o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que pretende fazer um acerto de contas com o passado e retornar à presidência do Senado depois de renunciar em 2007, no auge do chamado “Renangate”; e o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que tenta amarrar o apoio da maioria dos partidos para evitar um segundo turno com o azarão Júlio Delgado (PSB-MG).
A escolha dos sucessores de José Sarney (PMDB-AP) e Marco Maia (PT-RS) acontece no início de fevereiro, na volta do recesso parlamentar. Mas, enquanto Henrique e Delgado batem ponto em jantares e festas de fim de ano, Renan está discreto e só deverá oficializar a candidatura no último momento. Ele quer evitar que todas as denúncias de corrupção que motivaram sua renúncia (e quase cassação do mandato) em duas votações, em 2007, sejam retiradas da gaveta e voltem a esquentar o noticiário.
Depois do escândalo, Renan ficou um tempo no ostracismo, mas foi voltando aos poucos ao comando da cena política. Ele foi acusado de receber ajuda financeira de lobistas ligados a construtoras, que teriam pago despesas pessoais, como o aluguel de um apartamento e a pensão alimentícia de sua filha com a jornalista Mônica Veloso.
Mas, com a eleição de Sarney para a presidência da Casa, Renan se rearticulou com o apoio dele e o do líder do PTB, Gim Argello (DF). Voltou a ter o comando do PMDB e protagonizou algumas trombadas com a presidente Dilma, que tentou isolá-lo, tirando Romero Jucá (PMDB-RR) da liderança do governo e botando em seu lugar Eduardo Braga (PMDB-AM), um dissidente do grupo de Renan.
Dilma nunca escondeu seu mal-estar com a possibilidade de Renan presidir o Senado no lugar de Sarney. Nos bastidores, chegou a articular o nome do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), para o cargo. Ao próprio Renan, Dilma chegou a dizer que ele teria seu apoio para disputar o governo de Alagoas, o que o afastaria da presidência do Senado.
Mas, como é quem comanda, de fato, a bancada do PMDB e de partidos da base no Senado, Renan continuou fortalecido, principalmente depois da criação da CPI de Carlinhos Cachoeira, quando o governo precisou do seu partido. Ele se considera, portanto, pronto para voltar a presidir o Senado, e com apoio dos governistas.
A oposição articula o lançamento de um nome da base para disputar com Renan. O mais cotado é o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que viajou para a Rússia com Dilma, no início de dezembro, o que gerou especulações na seara governista.
— Renan já conversou com Sarney e com amigos sobre a candidatura. Mas só vai oficializar na véspera da eleição. Ele acha que foi arrancado injustamente da presidência do Senado em 2007. Por isso, quer o cargo de volta — conta um senador peemedebista.
A escolha dos sucessores de José Sarney (PMDB-AP) e Marco Maia (PT-RS) acontece no início de fevereiro, na volta do recesso parlamentar. Mas, enquanto Henrique e Delgado batem ponto em jantares e festas de fim de ano, Renan está discreto e só deverá oficializar a candidatura no último momento. Ele quer evitar que todas as denúncias de corrupção que motivaram sua renúncia (e quase cassação do mandato) em duas votações, em 2007, sejam retiradas da gaveta e voltem a esquentar o noticiário.
Depois do escândalo, Renan ficou um tempo no ostracismo, mas foi voltando aos poucos ao comando da cena política. Ele foi acusado de receber ajuda financeira de lobistas ligados a construtoras, que teriam pago despesas pessoais, como o aluguel de um apartamento e a pensão alimentícia de sua filha com a jornalista Mônica Veloso.
Mas, com a eleição de Sarney para a presidência da Casa, Renan se rearticulou com o apoio dele e o do líder do PTB, Gim Argello (DF). Voltou a ter o comando do PMDB e protagonizou algumas trombadas com a presidente Dilma, que tentou isolá-lo, tirando Romero Jucá (PMDB-RR) da liderança do governo e botando em seu lugar Eduardo Braga (PMDB-AM), um dissidente do grupo de Renan.
Dilma nunca escondeu seu mal-estar com a possibilidade de Renan presidir o Senado no lugar de Sarney. Nos bastidores, chegou a articular o nome do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), para o cargo. Ao próprio Renan, Dilma chegou a dizer que ele teria seu apoio para disputar o governo de Alagoas, o que o afastaria da presidência do Senado.
Mas, como é quem comanda, de fato, a bancada do PMDB e de partidos da base no Senado, Renan continuou fortalecido, principalmente depois da criação da CPI de Carlinhos Cachoeira, quando o governo precisou do seu partido. Ele se considera, portanto, pronto para voltar a presidir o Senado, e com apoio dos governistas.
A oposição articula o lançamento de um nome da base para disputar com Renan. O mais cotado é o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que viajou para a Rússia com Dilma, no início de dezembro, o que gerou especulações na seara governista.
— Renan já conversou com Sarney e com amigos sobre a candidatura. Mas só vai oficializar na véspera da eleição. Ele acha que foi arrancado injustamente da presidência do Senado em 2007. Por isso, quer o cargo de volta — conta um senador peemedebista.
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