sexta-feira, 16 de agosto de 2013

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Justiça cancela julgamento do ‘Massacre da Avenida München’

Edilene Santos Fale com o repórter
Publicado em: 16/08/2013 - 00:00 | Atualizado em: 15/08/2013 - 20:32
Fábio Matavelli
Após 26 horas, julgamento foi cancelado e remarcado para novembro


A defesa dos réus do caso que ficou conhecido como ‘Massacre da Avenida München’ pediu e a Justiça acatou o cancelamento do julgamento do processo, que havia começado na terça-feira e tinha previsão de se encerrar ontem. Segundo os advogados de defesa, a participação do pai de uma das vítimas como assistente de acusação interferiria diretamente na decisão dos jurados, sendo que uma das mulheres que participava do Conselho de Sentença chegou a chorar durante os debates, na noite de quarta-feira. Na manhã desta quinta-feira, a defesa solicitou a dissolução do corpo de jurados sob ameaça de deixar o plenário. Sem advogados, os réus não podem ser julgados. Diante da polêmica, após mais de 26 horas de julgamento, a juíza Heloísa da Silva Krol Milak decidiu anulá-lo.
O advogado Cláudio Dalledone Junior disse que tanto ele quanto os réus Cândido Antônio Lycenko e Osmael Lycenko foram “hostilizados” pelos assistentes de acusação. “Foi um jogo rasteiro. A assistência de acusação como um todo incitava a plateia para hostilizar a mim e aos réus, porque nós não somos de Ponta Grossa”, disse. O advogado é de Curitiba e os acusados são de Guarapuava. Para ele, o clima criado na Sala do Tribunal do Júri impediria que a decisão dos jurados fosse tomada de forma imparcial.
A situação que provocou lágrimas de uma das juradas aconteceu na noite de terça-feira, durante os debates. Segundo a ata da sessão de julgamento, houve “ataque verbal do advogado Jurandir Teixeira da Silva, proferindo o xingamento de que o ‘advogado [Dalledone] é um vagabundo’, inclusive, com ameaça de contato físico, tendo que ser contido por dois advogados e o promotor de Justiça”.
O advogado Ângelo Pillati Junior, da assistência de acusação, disse que já havia solicitado a Jurandir para não se manifestar durante os debates, no entanto, ele se exaltou quando Dalledone teria comentado sobre a vida de seu filho, Cristiano Pascoal Teixeira da Silva, uma das vítimas fatais do ‘Massacre’. O pedido de cancelamento foi apresentado na manhã de ontem, antes da abertura da sessão de julgamento.
Para Pilatti, apesar do “trabalho perdido”, a defesa agiu dentro de suas prerrogativas. “Infelizmente, a defesa está com a razão”, afirma.
O novo julgamento do caso foi marcado para os dias 12, 13 e 14 de novembro, com uma nova composição do Conselho de Sentença. “Os réus estão tranquilos e até lá muita coisa pode acontecer”, diz Dalledone.
  Crime foi praticado há quase 13 anos

O crime da Avenida München foi cometido em dezembro de 2000, depois de uma briga em frente a um bar. Fabrício Mortensen Guimarães Cristóforo e Cristiano Pascoal Teixeira da Silva foram assassinados e tiros e outra vítima, José Ricardo Rocha, foi baleado, mas sobreviveu.
Os réus são os primos Cândido Antônio Lycenko e Osmael Lycenko, que respondem em liberdade. Cândido está sendo acusado por homicídio duplamente qualificado, pois ele é quem teria efetuado os disparos contra as três vítimas. Seu primo é acusado por co-autoria de homicídio simples. Osmael é quem estaria dirigindo o veículo onde estava Cândido. (E.S.)

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