terça-feira, 9 de dezembro de 2014

George e Aliel afirmam que público foi “roubado” pela organização da München. - PLANTAODACIDADE.COM.BR

George e Aliel afirmam que público foi “roubado” pela organização da München.
Da Redação

O aumento no valor do ingresso para a Münchenfest, no último sábado, de 27 para 40 reais, revoltou não apenas aqueles que tiveram que pagar a entrada absurdamente mais caro, ou que tiveram que desistir de participar do evento e assistir ao show da dupla sertaneja Fernando e Sorocaba. Na Câmara Municipal, alguns vereadores também demonstraram  insatisfação, em nome da população, com o que consideraram como um abuso praticado pelos organizadores da München, terceirizada neste ano.
Os discursos feitos pelos vereadores Aliel Machado e George Luiz de Oliveira, respectivamente presidente e vice-presidente da Câmara, foram os que mais chamaram atenção, pela forma eloquente com que trataram do assunto, inclusive afirmando que as pessoas que compareceram ao Centro de Eventos no sábado foram “roubadas”.
AnáliseNa tarde desta segunda-feira, através da Assessoria de Imprensa, a Prefeitura de Ponta Grossa distribuiu uma nota bastante lacônica, sem sequer tratar de valores ou citar o nome da empresa promotora do evento (Tendas Curitiba, da Capital do Estado). Disse, apenas:
“A Münchenfest foi terceirizada, e a empresa que ganhou a licitação realizará a festa por mais um ano. Segundo a empresa, o motivo para o aumento do valor dos ingressos ocorreu devido à grande venda antecipada e pela capacidade do local que teve uma grande estrutura instalada. A comissão de fiscalização da 25ª Munchenfest, juntamente com o Procon, deve se reunir nos próximos dias para avaliar a situação”.
À RPCTV (TV Esplanada de Ponta Grossa), a empresa procurou justificar alegando que o aumento no ingresso se deu por uma questão de segurança.
OrganizadaEm discurso de Tribuna, o vereador George Luiz observou que a Münchenfest foi criada há 25 anos (por iniciativa do então prefeito Pedro Wosgrau Filho) com o objetivo de divulgar Ponta Grossa em âmbito nacional, os pontos turísticos, a gastronomia local, “enfim, uma apresentação de nossa cidade aos mais de 5 mil municípios brasileiros, e mesmo para outros países”, falou.
Comentou o vereador que a edição deste ano, encerrada no último domingo, em alguns aspectos foi bem organizada, inclusive com uma tenda para abrigar em torno de 10 mil pessoas para os shows, “Até nisso eles pensaram, um espaço cultural para contemplar as bandas locais. Verdadeiramente, a festa estava bonita”, elogiou.
AluguelEntretanto, logo em seguida, George Luiz de Oliveira lamentou o que chamou de “desrespeito para com a população de Ponta Grossa”., Disse que a Prefeitura Municipal terceirizou a festa 124 mil reais, ou seja, R$ 62.000,00 por ano (a licitação foi por dois anos), o que não cobriria, pelos seus cálculos, as despesas com horas extras para os servidores da fundação Municipal de Turismo e de Cultura, ou a conta de energia elétrica, que seria em torno de 06 a 08 mil reais, por noite.
Além disto, observou, “não foi recolhida a taxa de aluguel do Centro de Eventos, que deveria ser de 10 vezes 6 mil reais, ou seja, R$ 60.000,00. A festa foi totalmente terceirizada e a Prefeitura não teria como não cobrar o aluguel”. Ainda, que deveria ter sido cobrado, inclusive nos dois domingos, quando o evento foi gratuito, e na segunda e terça-feira, que contemplou portadores de necessidades especiais e a chamada terceira idade. Explicou que nesses dias, foi vendido chope, refrigerantes e alimentos.
“Roubo”Mas, a “gota d’água”, conforme definiu George Luiz de Oliveira, “foi a falta de respeito dos organizadores para com a população, com a elevação, no sábado, dos ingressos, de 27 para 40 reais, sem prévio aviso”, acusou. Informou que existiria uma mobilização individual de pessoas em entrarem na Justiça, e apelou à Câmara para que faça uma cobrança ao Ministério Público, “que atua em várias situações e não pode ser omisso neste caso da Münchenfest”.
Quer o vereador que sejam apuradas as responsabilidades, já que grande parte do público adquiriu os ingresso nas bilheterias (outra parte comprou antecipadamente). Reclamou que pessoas retornaram porque não podiam pagar o ingresso.
“Não se podia, de maneira alguma, roubar, porque foi um roubo... um roubo”, acusou o vereador, desafiando a Prefeitura de Ponta Grossa a se manifestar, “apesar de que há indícios de que a Prefeitura esteja envolvida em tudo isso, também”, apontou.
Falou mais o vereador, que a München já fugiu de suas finalidades e, hoje, existe “para contemplar meia dúzia de pessoas”.
George Luiz sugeriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito, para apurar denúncias, como a que diz ter, de que “gente de dentro da Prefeitura é parceira desse evento”.
AlielO presidente do Legislativo e deputado federal eleito Aliel Machado, responsabilizou a organização do evento e a Prefeitura, por ter, esta, elaborado e assinado o contrato de terceirização da München, sendo responsável também pela fiscalização do cumprimento desse contrato. Afirmou ter recebido várias reclamações, de pessoas, segundo ele, que não sabem direito a quem procurar para reclamar.
Citou o fato de pessoas que foram ao Centro de Eventos e não puderam pagar o ingresso mais caro, que, no entanto, teriam que pagar pelo estacionamento (atrás do local) na saída. Ainda, reclamou do aumento, além do ingresso, em alguns produtos comercializados na festa, também sem prévio aviso. E da falta de mais locais (existia apenas uma, acusou), para a venda de meio-ingresso antecipadamente, e ainda com pouca divulgação.
Exigiu Aliel que o Procon, pela facilidade que tem de acesso ao contrato de terceirização, tome as providências legais, inclusive oferecendo uma ação em conjunto com as pessoas prejudicadas.
“Foi um evento realizado em parceria com o poder público, e essas pessoas foram enganadas, foram roubadas, extorquidas, no último sábado, no Centro de Eventos, e nós, como representantes da população, fomos procurados por pessoas que estavam totalmente indignadas”, pronunciou o presidente da Câmara.
Contou ele já ter solicitado estudos, junto aos advogados do Legislativo, no sentido de também tomar uma atitude jurídica, seja com uma Ação Civil Pública ou alguma outra medida para o caso.

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