Baixa nas vendas sugere extensão do IPI reduzido
Depois de recuar 32% em setembro, mercado caiu 10% na primeira
metade deste mês. Governo teme que aumento do imposto piore o PIB
Publicado em 19/10/2012 | Fernando Jasper, com agências
As vendas de automóveis perderam fôlego depois que o governo prorrogou a
validade do IPI reduzido, no fim de agosto. Com isso, cresceram as chances de
que o incentivo fiscal, válido até o próximo dia 31, seja estendido até o fim do
ano – ou então que as alíquotas sejam elevadas gradualmente, em vez de voltar de
uma só vez aos patamares anteriores.
A ideia é oferecer “combustível extra” a um setor importante para o crescimento econômico. Teme-se que o fim da desoneração piore ainda mais o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que, conforme as cadentes expectativas do mercado, não deve crescer muito mais que 1,5% neste ano. Fontes do governo também avaliam que “não faz sentido” mexer no imposto a apenas dois meses do início do novo regime automotivo.
O Planalto joga com a desinformação: a prorrogação do benefício, se houver, só será confirmada perto do fim do prazo atual. É uma forma de garantir o movimento nas concessionárias até lá. Foi assim em agosto, quando os brasileiros compraram 405 mil carros, marca até então inédita, para só no fim do mês receber a notícia de que a desoneração seria renovada. Essa intensa antecipação de compras teve seu custo: as vendas caíram 32% em setembro – que teve o resultado mais fraco para o mês desde 2008 – e 10% na primeira metade deste mês.
Iscas
Enquanto o governo não se decide, o mercado busca atrair o consumidor. “A expectativa é de que o IPI realmente seja normalizado, ou que tenha elevação gradual. Nos últimos dias sentimos um aumento na procura, e a expectativa é de alcançar um resultado muito semelhante ao de agosto”, diz Luís Antônio Sebben, diretor da Fenabrave-PR, que representa o varejo de veículos.
Por causa do segundo turno das eleições municipais, no dia 28, a abertura das lojas no domingo – que normalmente ocorre no último fim de semana de cada mês – e os feirões multimarcas de “últimos dias de IPI reduzido” foram antecipados em Curitiba. Começa hoje no pátio do BIG da Avenida das Torres o “Feirão Chave na Mão”, com oito revendedoras, e amanhã é a vez da “Batalha de Concessionárias”, com cinco lojas participantes, no Carrefour do Bigorrilho. Ambos terminam no domingo.
Algumas redes, como a Copava (Volkswagen), terão feirões próprios. “Queremos pelo menos igualar o desempenho do mês de agosto, quando vendemos 832 carros”, diz Willians Zultanski, diretor comercial. Segundo ele, o principal chamariz será a valorização do carro usado que o cliente der de entrada para comprar um novo: “Vamos caprichar na avaliação”.
Todas as revendedoras consultadas pela Gazeta do Povo prometem condições de financiamento um pouco melhores que as habituais, e algumas também mencionam “ações de preço bastante agressivas”. Uma das iscas da Ford Center será oferecer o Ford Ka com desconto de R$ 800 em relação ao preço de fábrica. “Será o carro mais barato do país durante o fim de semana”, diz o gerente da loja da Avenida Marechal Floriano, Ivan Corsato.

A ideia é oferecer “combustível extra” a um setor importante para o crescimento econômico. Teme-se que o fim da desoneração piore ainda mais o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que, conforme as cadentes expectativas do mercado, não deve crescer muito mais que 1,5% neste ano. Fontes do governo também avaliam que “não faz sentido” mexer no imposto a apenas dois meses do início do novo regime automotivo.
O Planalto joga com a desinformação: a prorrogação do benefício, se houver, só será confirmada perto do fim do prazo atual. É uma forma de garantir o movimento nas concessionárias até lá. Foi assim em agosto, quando os brasileiros compraram 405 mil carros, marca até então inédita, para só no fim do mês receber a notícia de que a desoneração seria renovada. Essa intensa antecipação de compras teve seu custo: as vendas caíram 32% em setembro – que teve o resultado mais fraco para o mês desde 2008 – e 10% na primeira metade deste mês.
Iscas
Enquanto o governo não se decide, o mercado busca atrair o consumidor. “A expectativa é de que o IPI realmente seja normalizado, ou que tenha elevação gradual. Nos últimos dias sentimos um aumento na procura, e a expectativa é de alcançar um resultado muito semelhante ao de agosto”, diz Luís Antônio Sebben, diretor da Fenabrave-PR, que representa o varejo de veículos.
Por causa do segundo turno das eleições municipais, no dia 28, a abertura das lojas no domingo – que normalmente ocorre no último fim de semana de cada mês – e os feirões multimarcas de “últimos dias de IPI reduzido” foram antecipados em Curitiba. Começa hoje no pátio do BIG da Avenida das Torres o “Feirão Chave na Mão”, com oito revendedoras, e amanhã é a vez da “Batalha de Concessionárias”, com cinco lojas participantes, no Carrefour do Bigorrilho. Ambos terminam no domingo.
Algumas redes, como a Copava (Volkswagen), terão feirões próprios. “Queremos pelo menos igualar o desempenho do mês de agosto, quando vendemos 832 carros”, diz Willians Zultanski, diretor comercial. Segundo ele, o principal chamariz será a valorização do carro usado que o cliente der de entrada para comprar um novo: “Vamos caprichar na avaliação”.
Todas as revendedoras consultadas pela Gazeta do Povo prometem condições de financiamento um pouco melhores que as habituais, e algumas também mencionam “ações de preço bastante agressivas”. Uma das iscas da Ford Center será oferecer o Ford Ka com desconto de R$ 800 em relação ao preço de fábrica. “Será o carro mais barato do país durante o fim de semana”, diz o gerente da loja da Avenida Marechal Floriano, Ivan Corsato.

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