O swing da Camerata
Acompanhada por um baterista em parte do programa, a orquestra assume funções diferentes das usuais. “As cordas estão tocando partes de saxofone de arranjos para big band de Duke Ellington”, diz o maestro. “E devo dizer que está tendo um swing”, brinca.
Compositor de uma das peças e autor dos arranjos de spirituals como “Mary Had a Baby”, McCutchen, que é diretor do coral afro-americano da Universidade de Indiana, explica o conceito do espetáculo.
“A história dos descendentes de africanos na América é contada na música. Primeiro, como um povo oprimido. Depois, como um povo que encontrou a alegria e a habilidade de falar sobre o triunfo da humanidade em meio à adversidade e da opressão”, diz o regente, que explica as ramificações do gênero tanto na criação de uma música clássica nacionalista, à maneira do que fez Villa-Lobos no Brasil, quanto no soul, no blues, no jazz e no rock-and-roll.
Assim, em uma de suas peças, baseada na canção folclórica “Wait in the Water”, o spiritual se transforma em jazz, e, então, em uma peça gospel – a canção “How I Got Over”, conhecida na voz da famosa cantora Mahalia Jackson (1911–1972). “E as transformações continuam”, diz McCutchen. “Elas ainda influenciam a cultura de hoje.”
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